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sexta-feira, 3 de junho de 2016

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NPC's: POR QUE OS NPC's NÃO SALVAM O MUNDO?



Fonte: Aqui
Adaptação: Daniel Dantas
Na net: Aqui

Gente importante tem mais o que fazer. Impedir que os personagens jogadores procurem Elminster para resolver seus problemas. Afinal, ele é um dos magos mais poderosos do mundo bondoso, generoso, acessível, e tem endereço fixo, (neste ponto, é pior ainda que um paladino!). Então, se algo ameaça o reino, o mundo ou mesmo a existência, por que não chamá-lo e evitar que o grupo de heróis metidos em encrencas, ou necessitando de alguma magia, tenha de resolver todos os pepinos?? (Acreditem, isso é coisa que QUALQUER mestre experiente de Forgotten já enfrentou algum dia).

Da mesma forma pensam alguns fãs de Arton. Se existem heróis poderosos como o paladino, Vladislav e Vectorios, por que eles não resolvem todos os problemas do mundo? Por que não derrotam Thwor Ironfist, Arsenal, a Tormenta e todas as outras ameaças?

A resposta para essas perguntas é simples: gente como ELMINSTER NÃO vai expulsar orcs de uma tribo, caçar ogros em uma caverna ou procurar vilões para fulminar, por que eles têm problemas MUITO mais sérios para resolver, problemas sobre os quais os personagens jogadores nem mesmo ouviram falar. Estarão envolvidos em jornadas e batalhas de seu próprio calibre, incapazes de abandonar suas missões interplanetárias, estarão resgatando deuses, salvando mundos, destruindo lordes demônios. Realizando façanhas épicas. 
Leitores que acompanham os lançamentos importantes de D&D talvez conheçam o romance Elminster in hell ("Elminter no inferno"). O próprio título já oferece uma excelente razão para que o maior mago de Toril não esteja disponível para coisas simples, como reverter a petrificação do bárbaro do grupo. Isto, outros podem fazê-lo.

A mesmíssima razão vale para Talude e Vectorius, os arquimagos mais poderosos de Arton, "por que eles não usam suas magias e acabam com (preencha com seu vilão favorito)?" Ora, porque eles já estão empenhados em missões vitais para o futuro do mundo, mesmo que essas missões não sejam aparentes.

A academia arcana de Talude, atuando como o principal centro de pesquisas do reinado, tenta desvendar os segredos da tormenta e oferecer aos heróis proteções mágicas para enfrentá-la. A cidade de Vectora representa o mais importante posto comercial de Arton, onde são negociados armas, armaduras, e outros itens mágicos de que os heróis precisam, ou seja, ambos são extremamente importantes para que todos ou outros aventureiros de Arton sejam bem-sucedidos em suas empreitadas.

Sem uma magia desenvolvida na academia arcana ou um item mágico obtido em Vectora, é bem possível que um aventureiro fracasse em suas missões. Uma missão que talvez envolva, sim, o destino do mundo.

Aqueles que acompanham os títulos de Tormenta dêsdo início talvez tenha deixado escapar um exemplo muito claro e prático de como os NPCs poderosos atuam: no começo, ninguém sabia quase nada sobre Tormenta: seus efeitos devastadores impediam que aventureiros de nível baixo ou médio pudessem sequer entrar em uma dessas áreas. Mais tarde, graças a pesquisas da academia arcana, magias de proteção próprias para combater os efeitos das tempestades rubras forem desenvolvidas, possibilitando assim a dezenas de aventureiros uma chance de explorar esses locais com uma margem mínima de segurança. Esta é ou não é uma contribuição importante e significativa?

Ou seja, sem Talude e outros grandes magos da academia realizando longas e perigosas viagens planares ou mesmo conjurações de extraplanares poderosas para pesquisar e investigar sobre os efeitos da Tormenta, não haveria a magia proteção contra ela, eis o porquê do mestre máximo da magia NÃO estar lançando bolas de fogo contra Arsenal ou coisas assim.

Outra coisa que deve ser levada um consideração: um NPC importante não é apenas uma coleção de estatísticas elevadas e habilidades de tirar o fôlego. Ele é, em primeiro lugar, um aventureiro experiente, alguém que já atravessou trocentas masmorras, cansou de socar orcs e aprendeu que nem tudo se resolve na pancadaria, caso seja necessário um combate pessoal, que seja contra a pessoa certa, pelo menos.

Antes de pensar em interferir pessoalmente, um herói poderoso vai pesquisar, usar seus contatos e fazer o possível para descobrir a fonte do problema. Digamos, por exemplo, que uma região remota do reinado esteja sendo atacada sistematicamente por hordas de mortos-vivos, será que o protetorado do reino, com seus heróis de 15 níveis, deveria voar direto para lá e usar seus altíssimos bônus para combater os zumbis? Claro que não! Muito mais inteligente seria investigar a presença de um mago ou clérigo poderoso na região, capaz de erguer tantos mortos-vivos, ou, então, a possibilidade de que um eventual item mágico com essa capacidade tenha caído em mãos erradas.

Após essa investigação, com seus contatos e recursos, o protetorado poderia facilmente descobrir o esconderijo do vilão ou um artefato capaz de anular os efeitos do item maldito. D’aí então, o que fazer com essas informações? Começar a procurar pelo esconderijo ou pelo artefato?

Não seria MUITO mais produtivo passar essas informações para um grupo de heróis, e assim empregar melhor se tempo para outras missões importantes?

Dessa forma, os aventureiros podem resolver o problema com os mortos-vivos enquanto o protetorado continua tentando decifrar aquela maldita profecia sobre Thwor Ironfist, ou combatendo inimigos que heróis menores não podem vencer.

Heróis "menores" são importantes, se não existisse o Homem-Aranha, Os Vingadores teriam que cuidar de tipos como o Abrute, o Electro, o Dr. Octopus, o Duende Verde e tantos outros. Então, pense em si mesmo como o aranha, e pense no protetorado do reino como Os Vingadores ou a Liga da Justiça.

Pegando uma breve carona no raciocínio do tópico anterior, podemos afirmar que personagens de poder amplo pensam de modo diferente. Não só pela experiência, mais por que têm outras perspectivas do mundo.

Enquanto um clérigo menor reza todos os dias, confiando apenas em sua fé fervorosa para conquistar suas magias, um sumo sacerdote talvez já tenha conversado pessoalmente com sua divindade, ou até visitado seu plano nativo. Para um clérigo, o mais importante é curar a sua garotinha doente da vila, para o sumo sacerdote, o mais importante é destruir o deus-demônio que criou a doença! Ainda que isso pareça uma violação de seus votos, o sumo sacerdote NÃO vai permanecer na vila zelando pela saúde da garotinha quando há um demônio criador de pestes para ser destruído.

Poder e recursos em grande escala trazem outra visão. Comparando o mundo a um relógio, pode-se dizer que os personagens comuns sabem apenas ver as horas, enquanto os heróis épicos podem ver as engrenagens e têm uma boa idéia de como ela funciona, este é um dos motivos pelos quais os NPCs poderosos podem mostrar certa hesitação antes de interferir em eventos que envolvam artimanha dos deuses, profecias, assuntos planares e outras situações de importância extrema.

Outro motivo pelo qual um herói épico não interfere com certos assuntos são as conseqüências, principalmente da parte de utilizadores de magia. Por exemplo, já foi mencionado que Talude é um dos poucos capazes de lançar uma super-magia chamada "morte estrelar", magia, esta, que é capaz de destruir qualquer coisa, até mesmo uma divindade. Muito provavelmente ela também poderia destruir uma área de Tormenta. Então porque talude não a utiliza?

Acontece que esta magia, para ser lançada, cobra um alto preço: uma estrela no céu precisa ser destruída (dai seu nome). Existe uma chance de que essa estrela tenha mundos habitados à sua volta. Caso um deles seja destruído por causa da morte estrelar, a própria deusa da magia será castigada, talvez até destruída, por entidades cósmicas muito alem de nossa compreensão. Logo, não é surpresa que Talude procure outras formas de lutar contra a tormenta, reservando a morte estrelar, para o último recurso.

Imagine uma parte considerável de Tyrondir ou Trebuck permanentemente influenciada por forças malignas fora de controle, graças à quantidade absurda de energia mística necessária para se realizar um feitiço capaz de aniquilar oponentes tão terríveis, ou o resultado de uma guerra desenfreada liderada por soldados de imenso poder. Será que o panorama é tão otimista quanto parecia em uma primeira análise? Toda ação tem uma reação, e todo ato brusco tem uma reação contrária igualmente brusca. As vezes, deixar que pequenos problemas ("pequenos" sobre um ponto de vista épico, é claro) influenciem a todo é muito mais sensato que partir para ação drásticas em larga escala. Ou seja: para cada ato que pode parecer simples aos olhos de um aventureiro inexperiente, sempre há conseqüências. Talude ou Vectorius talvez até pudessem acabar com a Tormenta ou dizimar os exércitos de Thwor Ironfist (que, vale lembrar, nasceu como parte de um cumprimento de uma antiga profecia Bugbuar), mas e depois? Será que tais atos não resultariam em algo ainda pior? Será que tudo não faz parte de acordos entre os deuses, que não devem ser violados? Você, um guerreiro de 3 níveis, pode não saber disso, mais heróis épicos com certeza sabem.

Elminster de Shadowdale: você vai ficar ai sentado esperando que ele salve FORGOTTEN?


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