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sábado, 30 de abril de 2016

Menu Mitos e Lendas: A mulher de Roxo

LENDA DA MULHER DE ROXO

Dona Florinda Santos, sempre de roxo, com roupas que lembravam o hábito usado pelas freiras, ela costumava perambular e dormir pela Rua Chile e imediações. Teria nascido em 1917 e morrido em 1997, aos 80 anos. Dizem que foi moça instruída, de boa família e que teria enlouquecido por causa de uma grande desilusão amorosa. O final da vida da Mulher de Roxo foi triste, assim como a sua imagem em vida, marcada pelo abandono de todas as coisas.

A história de Florinda Santos, a conhecida Mulher de Roxo, se transformou numa lenda urbana, uma figura mitológica conhecida por todos da localidade. Não importava se o dia era de chuva ou de sol, ela nunca faltava. Era só as portas do comércio da Rua Chile abrirem e dona Florinda já se encaminhava para a entrada da Slopper. Vestido com roupa de veludo violáceo, iniciava o ritual diário. Andava de um lado para o outro, falava sozinha e sempre pedia dinheiro. Tudo com muita educação. Afinal, dizia-se que a Mulher de Roxo, personagem dos tempos diários do centro da cidade, vinha de boa família.

Andava descalça com longas mantas, um torço e um enorme crucifixo. Tudo isso dava a ela um ar meio santo, meio louco, meio andarilho e meio mendigo. Algumas vezes a dama desfilou com uma roupa de noiva, com direito a buquê, véu e grinalda. Com todos esses componentes cênicos, contraditórios e demasiadamente humanos, a mulher de roxo despertou sentimentos em toda a cidade, medo e respeito, pena e carinho.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Menu Artigos: Satanismo de LaVey / O Verdadeiro Satanismo

SATANISMO DE LAVEY / O VERDADEIRO SATANISMO

Depois dessa pequena jornada, finalmente chegamos ao Post que trata do VERDADEIRO Satanismo. Depois de percorrermos esse caminho, tratando de como surgiu a primeira concepção de Satanismo, na época da Idade Média, e de suas bases primordiais (na época do Renascimento), chegamos ao século XX.

Do Iluminismo ao Século XX

Muito se produziu na história desde o fim do Renascimento até os dias atuais. O Iluminismo foi o movimento mais importante que veio a seguir, no século XVII (em 1650).

Do Iluminismo surgiram (já no século XVIII) os primeiros movimentos empiristas (que se baseavam exclusivamente na “autoridade” da experiência) e, os primeiros movimentos Ateístas – que, até aquele momento, não existiam.

Não existiam movimentos que pudessem questionar, abertamente, a existência de Deus – e esse foi um dos passos mais importantes para a libertação intelectual do homem. O próprio surgimento da Maçonaria Moderna (em 1717) foi reflexo desse cenário.

No século seguinte (XIX) surgem outras Ordens, de caráter mais Ocultista, como o Martinismo e a Teosofia, que abrem caminho para que,  a partir desse desenvolvimento ocultista, surgisse o Satanismo de Anton Lavey, no século seguinte.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Menu Contos: As Mangas de Jasmin

AS MANGAS DE JASMIN



As Mangas de Jasmim de Itamaracá - Lenda do Nordeste do Brasil
No ano de 1631, vivia na Capitania da Paraíba, Antônio Homem de Saldanha e Albuquerque, natural dessa mesma Capitania, que, encantado com a beleza e dotes de D. Sancha Coutinho, donzela de quinze anos, filha do abastado agricultor João Paulo Vaz Coutinho, senhor do "Engenho Andirobeira", situado a uma légua de distância da costa, aspirava a honra de a receber por esposa.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Menu Artigos: Satanismo e o Renascimento

SATANISMO E O RENASCIMENTO

Neste post, iremos falar sobre a primeira ideologia que, verdadeiramente, envolveu o satanismo no mundo.

Desde já, deixo informado que o Satanismo apresentado aqui não segue exatamente a filosofia plena do satanismo em si, mas é toda a base que deu origem ao mesmo.

Não irei adiantar os detalhes antes de chegar no próximo post, portanto, não irei parar para corrigir os pontos do satanismo que seguiram adiante e, os pontos que não seguiram.

Esse será o assunto para o próximo Post onde falaremos enfim sobre o que é o Satanismo.

Sem me alongar mais, vamos começar.

O Período do Renascimento

O Renascimento foi o primeiro movimento que veio combater aquele período da Idade Média, do qual falei no Post Satanismo na Idade Média.

Ele leva esse nome por ser o retorno de várias ideias antigas, da época anterior a Queda do Império Romano, que foi o período onde todo o saber acadêmico começou a ficar comprometido.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Menu Artigos: Satanismo na Idade Média

SATANISMO NA IDADE MÉDIA


“Mas Deus tira férias?? R: Claro, você nunca ouviu falar em Idade Média?” 
– O Todo Poderoso (Diálogo entre Bruce e Deus).

Seguindo nossa Série de posts com relação ao Satanismo, vamos falar hoje da (suposta) aparição do Satanismo no mundo.

Caso você ainda não tenha lido, recomendo ler o primeiro post deste blog sobre o satanismo: O que o Satanismo NÃO É.

Vamos introduzir nosso assunto falando um pouco da Santa Igreja Católica e do seu desenvolvimento.

Diferente do que muitos pensam, a Igreja Católica demorou centenas de anos, desde o seu surgimento, para adquirir força e poder. Primeiramente, nos primeiros séculos de seu surgimento, ela começou como uma Religião bem sucedida (porém, muito combatida) no Império Romano.

Depois de muitos embates, ela tornou-se a religião oficial, no final do século IV, graças ao Imperador Teodósio I.
Após a queda do Império Romano (em 476 DC), ela passou alguns séculos sobrevivendo, no período que hoje conhecemos como Idade Média Alta (que compreende o período de 476 até o ano 1000).

domingo, 24 de abril de 2016

Menu Arigos: O que o Satanismo não é?

O QUE O SATANISMO NÃO É

Bem, vamos dar início aos nossos trabalhos falando sobre o que o Satanismo NÃO É.

Se você participa, ativamente, de Fóruns e Redes Sociais, muito provavelmente, já encontrou usuários que se auto-intitulavam “Satanistas”.

Imagino também que a maioria pregava uma infundada adoração à Lúcifer e tentavam passar a impressão de ter uma certa aversão à humanidade, como um todo.

De certa forma, essas pessoas sempre foram relacionadas com às músicas de Bandas conhecidas do cenário Internacional, que foram também muito julgadas pelos seus nomes e letras de músicas que, de Satanista, só tinham o nome – como Kiss e Iron Maiden, que são ótimos exemplos.

As bandas em si nunca foram o problema. Para a maioria deles sempre se tratou de “imagem” (e não de ideologia), mas, os auto-intitulados Satanistas é que eram o problema.

Não existe qualquer religião ou corrente ideológica que tenha como doutrina a veneração de um ser demoníaco (nem o chamado Satanismo Tradicional, que trabalha com “entidades”, venera ou acredita nesse tipo de coisa). Muito menos em um ser demoníaco nos padrões do demônio cristão. A maioria desses “Satanistas de Web” estão apenas buscando um meio de, quem sabe, frustrar à sociedade.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Enéias e o mito da origem da Itália

ENÉIAS E O MITO DA ORIGEM DA ITÁLIA

Na Guerra de Troia, Eneias foi um corajoso guerreiro troiano que recebia a proteção dos deuses. Filho de Afrodite e Anquises, sua mãe o salvou na luta com Diomedes e Poseidon o salvou da morte na luta com Aquiles. Com a queda de Troia, sua mãe o aconselhou a deixar a cidade levando consigo sua família, pois estaria reservado a ele o destino de fazer reviver a glória troiana em outras terras.

Sob a proteção de Afrodite, Eneias deixou a cidade de Troia que foi incendiada pelos gregos junto com vários soldados, sua esposa Creusa, o filho Iulo ou Ascânio e seu velho pai Anquises que ele carregou nas costas. Porém durante o caminho sua esposa desapareceu sem deixar vestígios e ele embarcou em um navio navegando pelo Mar Mediterrâneo em busca de uma nova pátria. Na Ilha de Delos o oráculo o aconselhou a seguir para a terra de seu primeiro antepassado. Somente seu pai Anquises poderia guiá-lo através dessa viagem à procura das terras do Rei Teucro que vivera em tempos remotos na Ilha de Creta, cuja filha Bátia se casara com Dárdano pai do Rei Tros, fundador de Troia.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Menu Mitos e Lendas: Chico Rei

 CHICO REI

Um rei africano foi derrotado em combate e feito prisioneiro. O vencedor destruiu aldeias, plantações e celeiros do vencido. Reuniu a Rainha e os príncipes-meninos, sacudiu-os na estrada, como um rebanho sem nome, vendendo-os a todos como escravos, para o Brasil.
Na travessia do Atlântico, o Rei negro perdeu um filho e viu morrerem seus melhores generais e soldados fiéis, de fome, de frio, de maus-tratos.

Impassível na humilhação, majestoso na derrocada, o soberano, riscado de chicotadas, faminto e doente, pisou as areias do Novo Mundo, como o último dos homens.
Foi, dias e dias, exposto no mercado dos escravos, marcado com tinta branca, comendo uma vez por dia.

Um proprietário de minas de ouro, vindo ao Rio de Janeiro para adquirir reforço vivo para o trabalho esgotante das lavras, escolheu o Rei, como quem simpatiza como um forte animal que o cansaço definhou. Palpou-lhe os braços, os ombros, fê-lo abrir a boca, mastigar, tossir e andar, e comprou-o, num lote compreendendo mulheres e homens.
Marcharam a pé para as Minas Gerais, ao sol, à chuva, num tropel inominado e melancólico de condenados sem crime.

O Rei, de calças de algodão, busto nu, abria a marcha, como se dirigisse suas tropas, ao alcance das cubatas, cercado de honrarias.
Ficaram todos em Vila Rica.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Menu Contos: Ataque de Saci

ATAQUE DE SACI



Carlos alugou uma casa para morar com Érika, a mulher com quem acabou de se casar. A casa possui varanda e um quintal bem grande com muitas plantas e algumas árvores. As cercas nos fundos são de arame, e é possível ver o quintal da casa vizinha. Nessa casa, mora um senhor chamado Mario, com quem Carlos fez amizade. Mario apresentou Carlos a outros vizinhos, e logo passaram a se reunir aos finais de semana, para beber e conversar até tarde. Conversavam sobre vários assuntos, desde esportes até histórias de fantasmas. Em uma dessas conversas, um dos vizinhos contou que certa vez, acordou com o seu cachorro latindo muito, mas com receio que fosse um ladrão, continuou dentro da casa. Mas o que ele estranhou foi que, a pessoa que estava lá fora, parecia ficar pulando de um lado para o outro sem parar. Aquilo ficou lá por um tempo, pulando, pulando, e só quando o dia começou a clarear, o barulho dos pulos cessou. Não dando muita importância para esse assunto, os encontros continuavam toda semana.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Frígios

FRÍGIOS

Frígios - De acordo com a Ilíada, de Homero, os frígios eram grandes aliados dos troianos e participaram da Guerra de Troia contra os aqueus.

Os Frígios instalaram-se no Hati no começo do século XII antes da era cristã, após a queda de Tróia.

Seu culto principal é o de uma divindade feminina, a Deusa-Mãe Cibele e de seu filho e amante Átis. Átis morre, a deusa em prantos procura por seu companheiro que ressuscita. Celebra-se uma espécie de semana santa no fim de março, sua paixão e ressurreição, símbolos da vegetação desaparecida e depois reaparecida.

Os sacerdotes, os galles, são emasculados: na exaltação de uma festa sangrenta eles cortam seus membros e o jogam diante da estátua da deusa, usam trajes femininos e imitam as atitudes e os gestos da mulher. No mesmo local em que hoje está o vaticano, encontrava-se um friginum ou grande sacerdote, vestido com roupas suntuosas, celebrando os ritos de louvor de Cibele e de Átis, no curso de uma semana santa.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Menu Mitologia Nordica: Vafþrúðnir

VAFPRÚONIR

Vafþrúðnir conta uma história estranha sobre os dois gigantes surgindo dos braços de Aurgelmir e outro, de seis cabeças! Então, Óðinn, esperto, o testa, perguntando sobre sua memória mais antiga. O gigante mente que viu Bergelmir sendo colocado em um barco; mas como ele poderia lembrar disso, se Bergelmir e a esposa foram os únicos sobreviventes entre os gigantes? O deus recomeça questionando sobre o vento.
Algumas das respostas são interessantes, como quando se conta que Njörðr voltará ao Vanaheimr depois do Ragnarökr, visto que foi trazido aos Æsir no acordo com os Vanir. Também é dito na versão original, em nórdico antigo, que os Einherjar recolhem os mortos todos os dias, assim como as Valkyrjur; cujas traduções dão a entender que eles se matam e renascem todos os dias.

A partir de então, o Ás começa a investigar sobre o Ragnarökr. Vafþrúðnir afirma que conhece tudo, pois viajou por todos os mundos, inclusive para Niflhel. Como Óðinn deixa muito claro sua intenção, o gigante inventa certas coisas, dizendo que dois humanos

domingo, 17 de abril de 2016

Menu Mitologia: Deuses Sumérios - Deuses que são como padrinhos

DEUSES SUMÉRIOS: DEUSES QUE SÃO COMO PADRINHOS



Em nossa tradição, encontramos a figura do padrinho. 
Geralmente ele é alguém muito próximo a nós e sua função mais importante é a de nos proteger. Imagine, agora, que as divindades sumérias também se apresentavam como "padrinhos". Mas com uma diferença: os deuses eram protetores ("padrinhos") de cidades. Nesse sentido, as pessoas que habitavam aquele lugar também estavam sob sua proteção, como se fosse um santo padroeiro. 

É possível afirmar que são vários os poderes divinos que governavam tanto sobre a Mesopotâmia quanto sobre as mentes e os corações de seu povo. Esses deuses eram imanentes à natureza e tão numerosos quanto suas partes: o céu, a terra fértil, as águas que regam o solo, a Lua, o Sol, as estrelas e também o poder gerador que socorria as criaturas da natureza, incluindo a humanidade. 

sábado, 16 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Afrodite e seus filhos, As faces do Amor

AFRODITE E SEUS FILHOS - As faces do amor. 
Segundo a mitologia grega, Afrodite era cultuada como a deusa da beleza, do amor e da sexualidade. Para os romanos ela era a deusa Vênus que não tinha paternidade, pois era nascida dos órgãos genitais de Urano que foram atirados ao mar quando ele foi castrado (Essa caraterística foi incorporada das lendas gregas de Afrodite). Imensamente bela, todos os deuses do Olimpo desejavam conquistar Afrodite, mas ela não se decidia por nenhum. Temendo que Afrodite se tornasse um motivo de discórdia entre os deuses, Zeus decidiu casa-la com Hefesto.
Hefesto era um deus feio e pouco apreciado pelas mulheres, além de que mancava devido a uma deformação. Seus pés tortos e seus quadris deslocados faziam do seu caminhar um motivo de riso no Olimpo. Quando ele nasceu sua mãe sentiu-se envergonhada de ter produzido tão horrenda criatura. E por Hera ser tão bela e grandiosa, tentou se livrar do menino atirando-o do alto do Olimpo para que ele morresse no mar. Porém Tétis, a rainha dos oceanos, o salvou.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mitologia Oriental: Hone Onna

HONE ONNA (Mulher osso) 

A Hone Onna é um yokai do folclore japonês. Como seu nome sugere, sua verdadeira forma é a de uma mulher esquelética. Sob o disfarce de uma bela jovem, ela atrai os homens e depois de seduzilos enquanto estão durmindo ela drena a energia vital deles. 

Mesmo apos sua morte a Hone Onna mantem sentimentos amorosos por seu antigo amante, o que permite que ela continue a querer estar junto do mesmo. Ela costuma deixar sua sepultura durante as noites e vaga até encontrar a casa de seu ex-amante. Sua visão é um grande choque para todos aqueles que acreditavam que elas estava morta, o choque inicial rapidamente se transforma em alegria de tal forma que cega a todos para quaisquer indícios de que algo pode estar errado. Até mesmo a própira Hone Onna não sabe de sua condição, pois ela é impulsionada apenas pelo amor, e só renasce como um fantasma para continuar a viver com seu amado. 

A Hone Onna aparece para seu amante com a mesma aparencia que tinha quando viva, geralmente uma mulher jovem e bela. Somente aqueles não envolvidos pela amor dela, ou com uma forte fé religiosa são capazes de enchergar através do seu disfarce e ver a sua verdadeira forma (um cadaver podre e esquelético). Uma vez que sua verdadeira forma não seja descoberta ela ira passar a noite com seu amante indo embora pela manhã e essa união profana pode durar dias ou até semanas sem que seu real objetivo seja detectado. A cada relação ela drena parte da energia vital de sua vítima que vai ficando cada vez mais fraco e doente. Sem intervenção ele acabara morrendo e juntando-se a sua amante nos gelidos braços da morte. 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Menu Mitologia: Como o Jacaré Ganhou sua calda?

COMO O JACARÉ GANHOU A SUA CAUDA



Diz-se que um dia um pajé kanassa chegou à terra do jacaré e encontrou-o ralando mandioca. Fora das lendas, um jacaré ralando mandioca seria coisa muito curiosa de se ver, mas o pajé achou tudo muito natural e foi logo perguntando:

– Me diga, jacaré: onde é que você guarda o ralador depois de usá-lo?
O jacaré lançou um olhar frio ao pajé.
– Eu o guardo nas costas.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Alection

ALECTION - o VIGIA DE ARES

Ares era filho de Zeus e Hera. Desprezado publicamente pelos seus próprios pais e ridicularizado pelos poetas, a ele se referiam com epítetos deprimentes: louco, impetuoso, bebedor de sangue, flagelo de homens, deus das lágrimas etc… Com seu belo porte marcial, ostentando no peito sua soberba e reluzente armadura, os mortais o temiam e os imortais não tinham por ele nenhuma simpatia.

Como deus da guerra, Ares andava em companhia de seus dois filhos: o Deimos - o terror e Phobos - o medo. Quando seu carro ardente surgia, era precedido por estes pavorosos arautos, anunciando a fúria das batalhas. Eris - a discórdia - ia adiante, espalhando a intriga e a calúnia. Sua vocação era criar interesses opostos, tornando-os irreconciliáveis. As Queres, deusas sanguinárias, fechavam o cortejo. Elas mergulhavam sobre as vítimas abatidas na guerra para dilacerá-las e arrastá-las à morada das sombras.

Estimado somente por Hades, o deus do submundo, este o ajudava em suas intenções porque as guerras aumentavam a população do inferno. Tão bonito e garboso quanto vaidoso e cruel, Ares se preocupava apenas com as guerras e batalhas. A ele não importava se ganhava ou perdia, contanto que houvesse o derramamento de sangue. Admirado apenas pelos ferozes, os poetas se compraziam em mostrar que a força bruta e cega de Ares sempre era burlada pela inteligência de Hércules e pela reflexão de Atena. A vitória da inteligência sobre a força bruta era a essência do pensamento grego.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Menu Mitologia: O Surgimento dos Peixes

O SURGIMENTO DOS PEIXES

Tudo começou com o aparecimento na aldeia de um certo Birá. Era um índio sedutor, o terror da honra de todos os homens. Ele era uma ameaça constante, com o seu sorriso de permanente desafio aos rivais.
Então, num belo dia, os índios pediram ao pajé para lançar um feitiço sobre o kaiapó sedutor.

A conspiração evoluiu, e o pajé fez o pobre Birá tomar uma poção maldita durante uma pajelança que o transformou em uma anta.
– Não basta, é preciso matar a anta! – disse o chefe da conjura.
Então, depois de matarem o pobre Birá, levaram-no para a aldeia como se fosse uma caça comum.

– Hoje tem moquém de anta com farinha! – anunciou o cacique, pondo o seu cocar mais vistoso.
Todas as mulheres foram obrigadas a se servir dos pedaços da anta.
Então, quando a ceia tribal terminou, o cacique ergueu-se e fez a hedionda revelação:
– Mulheres pérfidas! Vocês acabaram de comer Birá, o sedutor maldito!
Instantaneamente, as pobrezinhas começaram a vomitar e a chorar.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Menu Mitologia Indiana: O Nascimento do Buda

O NASCIMENTO DE BUDA

O trecho seguinte sobre a vida de Buda foi extraído do livro de Geshe Kelsang Gyatso,Introdução ao Budismo:
O Buda que fundou a religião budista chama-se Shakyamuni. Shakya é o nome da família real no seio da qual ele nasceu e a palavra muni significa “o capaz”.
Buda Shakyamuni nasceu em 624 a.C., em Lumbini, que na época fazia parte da Índia, mas hoje pertence ao Nepal.


Sua mãe foi a rainha Mayadevi e seu pai, o rei Shudodana.
Certa noite, a rainha sonhou que um elefante branco descia do paraíso e ingressava em seu útero. Esse ingresso foi um presságio de que concebera um ser puro e poderoso e a descida do elefante do paraíso, um indício de que seu filho vinha do céu de Tushita, a Terra Pura de Buda Maitreya.


Mais tarde, quando a rainha deu à luz, em vez de sentir dor, ela teve uma visão muito especial e pura. Viu-se apoiada numa árvore, segurando um de seus ramos com a mão direita, enquanto os deuses Brahma e Indra tiravam de seu flanco, sem dor, uma criança. Os deuses, então, reverenciavam a criança, oferecendo-lhe abluções rituais.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Menu Mitologia Egípcia: Shu

SHU

Shu é o Deus Egípcio do ar e da atmosfera, e o criador do vento. Seu primeiro feito foi separar o céu, Nut, e a terra, Geb.

O nome de Shu é a origem das palavras 'dry' (seco), 'parched' (ressecado/queimado), 'withered' (seco/murcho) e 'light' (luz), especificando-o como sendo o componente seco do ar onde sua irmã e esposa, Tefnut, é a umidade.

Shu é um dos deuses da Eneada, sendo ele e sua irmã gêmea, Tefnut, as primeiras deidades a serem criadas porAtum. Ele é o pai de Nut e Geb.

Ele normalmente é descrito como um homem vestindo penas de avestruz em sua cabeça. Ele tipicamente mostra-se com seus braços levantados, segurando Nut enquanto está em pé sobre Geb. Às vezes ele segura um cetro e uma Ankh em suas mãos, símbolos do poder e da vida, e ocasionalmente é descrito como tendo controle sobre as serpentes. Quando com Tefnut, Shu freqüentemente é mostrado como um leão para igualar-se com a forma leonina de sua esposa.

Ao longo do tempo, Shu tornou-se cada vez mais identificado com o deus da guerra Anhur (GR: Onuris). Anhur pode ser traduzido como "Condutor do Céu", usando um acessório na cabeça de penas de avestruz, e também tendo uma cônjuge leonina. Ambos estes deuses eram também ditos ter recuperado suas esposas de Nubia quando eles correram afora em rebeldia após uma discussão. Eventualmente, com Shu sendo visto mais como um conceito ou força e Anhur como um deus atual, os dois são mesclados para formar Anhur-Shu.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Menu Mitologia Oriental: Tsukuyomi

TSUKUYOMI

Na mitologia japonesa, Tsukuyomi ou Tsukiyomi (ou como é mais formalmente chamado, Tsukuyomi-no-Mikoto) é o irmão dos deuses Susanoo e Amaterasu. Em contraste com sua irmã, Tsukuyomi é descrito como o deus da Lua e do céu noturno, e, portanto, é seu dever governá-los. Ele, junto com seus irmãos, teria nascido do corpo de Izanagi depois que este visitou o submundo, enquanto ele (literalmente) limpava-se do pecado. Após lavar várias partes de seu corpo, essas divindades surgiram dessas partes do corpo do deus, com Tsukuyomi em particular surgindo para fora do olho direito de Izanagi. No entanto, versões alternativas de história da origem do Tsukuyomi dizem que ele surgiu a partir de um espelho que Izanagi estava usando.

Posteriormente, Tsukuyomi subiu uma escada, que era o caminho para o céu, a fim de se juntar à sua irmã. Vivia contente entre os outros deuses, no entanto, o bom relacionamento entre ele e sua irmã foi arruinado após Tsukuyomi fazer uma visita a Ukemochi, a deusa dos alimentos, em seu nome. Ukemochi tinha preparado uma festa, e Amaterasu enviou seu irmão em seu lugar. Lá, Tsukuyomi desfrutou de uma grande quantidade de alimentos, pelo menos até ele perceber como eles estavam sendo preparados. Ele notou que, em vez de cozinhar os alimentos, Ukemochi tinha produzido-os a partir de si mesma de uma variedade de formas, como tossir arroz, vomitar animais, e até mesmo expelindo alimentos de vários lugares desagradáveis, incluindo as axilas, ânus e genitália.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Menu Mitologia: A Lança

A LANÇA 

Na Era Viking, certamente a arma mais utilizada era a lança. Isso porque, além de ser a arma mais antiga a ser confeccionada por humanos, ela garante uma zona de proteção ao guerreiro. É uma arma estável, difícil de ser retirada das mãos de seu portador, apesar de também poder ser arremessada. Como seu uso na “fortaleza de escudos” foi importado do Mediterrâneo, é um instrumento essencial para atingir oponentes protegidos e impedir a invasão destes no campo aliado – incluindo com cavalaria –, especialmente pelas laterais.
Dependendo do número de pessoas que formem a “fortaleza”, os lanceiros podem ser dispostos na segunda ou terceira fila. Eventualmente se arriscava acertar as pernas dos inimigos, mas o alvo principal era sempre o pescoço. Como se trata de uma arma de perfuração, é claro que há muitos golpes de oportunidade.

Essas armas podiam possuir uma “asa”, capaz de desarmar escudos, desviar a manipulação das armas do oponente ou puxá-lo, podendo causar algum dano, inclusive como golpe lateral direto. Evidentemente, este uso não é tão eficaz quanto o de um machado, mas pode servir como auxílio. As lanças com “asa”, no entanto, são menos estáveis para o arremesso, sendo preferível seu uso como arma de haste.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Menu Mitologia: Como o Mutum ganhou seu topete

COMO O MUTUM GANHOU O SEU TOPETE

Diz-se que um dia um pajé kanassa andava pelas matas e encontrou o mutum, uma pequena ave das matas. Este ser também estava todo atarefado, preparando um pequeno enfeite de penas.

O pajé achou que interromper o trabalho do outro era uma boa maneira de demonstrar a sua simpatia e a sua cordialidade, e perguntou ao mutum:

– O que está fazendo aí?
– Um enfeite de penas para afastar índios chatos – disse o mutum.
O pajé, imperturbável, sentou-se e esperou o mutum terminar a sua obra.
– Vamos ver que tal vai ficar.

O mutum olhou para o pajé com impaciência.
– Vai pôr na cabeça? – disse o pajé.

sábado, 2 de abril de 2016

Menu Mitologia Egípcia: Sokaris

SOKARIS (SOKAR OU SEKER)

Era um deus funerário da mitologia egípcia. O seu nome significa "o que está encerrado".

Era representado como um falcão ou como um homem mumificado com cabeça de falcão com uma coroa atef (coroa branca do Alto Egipto com duas plumas).

Era o deus de Sakara, a necrópole da cidade de Mênfis, uma das várias capitais que o Antigo Egipto teve. Já era adorado nesta região na época pré-dinástica, acreditando-se que nestes tempos teria associações com a fertilidade.

Desde a V dinastia (Império Antigo) foi identificado com Ptah, deus principal de Mênfis, dando origem a uma fusão das duas divindades conhecida como Ptah-Sokar.

Foi também associado a Osíris; os Textos das Pirâmides mostram que Sokar era visto como uma forma de Osíris após este ter sido assassinado pelo seu irmão Set.

Na Época Baixa um deus sincrético, que era a fusão dos três deuses, Ptah-Sokar-Osíris, foi bastante popular. Esta sincrética apareceu contudo na época do Império Médio, como revelam várias estelas em Abidos.

Sokar era também visto como o patrono dos artesãos, talvez por influência da sua identificação com Ptah. Acreditava-se que o deus fazia os ossos do soberano, bem como os perfumes utilizados nas cerimónias dedicadas aos deuses.

Guardava a porta do mundo subterrâneo e habitava numa caverna chamada Imhet, alimentando-se do coração dos defuntos. O deus era o grande responsável pela transformação destes.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Athena e Medusa

ATHENA E MEDUSA

Na arte clássica grega existem duas diferentes apresentações de Athena. A imagem comum é a da deusa severa, com armadura, elmo e escudo, a virgem invicta e guardiã de Atenas, que protege as batalhas e os heróis. Já a mais antiga a mostra como uma deusa majestosa, com o manto e os cabelos decorados com serpentes e um fuso na mão esquerda. No entanto, mesmo a figura guerreira guarda as memórias arcaicas da sua verdadeira origem, que aparecem na cabeça da górgone com cabelos de serpentes, existente no seu escudo chamado Gorgoneion. Essa é a revelação da descendência de Athena, herdeira da deusa minoana das serpentes, cultuada um milênio antes do mito patriarcal transformá-la na filha nascida da cabeça do seu pai Zeus, surgindo totalmente armada e pronta para a batalha. Os mitos mais recentes descrevem a górgone como um monstro atemorizador, vencido e morto pelo herói Perseu, que após decapitá-la, entregou à deusa Athena sua cabeça como gratidão pela ajuda recebida.
Analisando detalhes do seu nascimento descobrimos que a mãe de Athena era a deusa Metis, uma das esposas de Zeus, que a engoliu, temendo que o filho que ela carregava no ventre pudesse destroná-lo, assim como ele tinha feito com o seu progenitor Chronos. Sofrendo de atrozes dores de cabeça Zeus pediu ajuda ao deus ferreiro Hefaisto, que lhe abriu a cabeça com seu machado e dela emergiu Athena, defensora da ordem patriarcal e não sua opositora.