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sábado, 12 de julho de 2014

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AS MULHERES NA CIVILIZAÇÃO GREGA

As mulheres na sociedade grega (Esparta, Atenas, Civilização Minóica).
Na Grécia arcaica, anterior ao século XII a.C., as mulheres foram altamente veneradas pela sociedade em que viviam, pois, como acontecia em Creta e Micenas, possuíam o domínio sobre a sua fecundidade, tendo como consequência a possibilidade de escolher seus parceiros e como teriam seus filhos, além de viver em relativa igualdade de condições com os homens, pelo menos em comparação com a maior parte dos povos do Mar Mediterrâneo, Europa e Oriente Médio. Talvez seja devido à existência desta sociedade agrícola, chamada pelos historiadores de civilização minóica ou cretense, que os gregos criaram mitos como o das amazonas. No decorrer do processo das sucessivas invasões nórdicas sobre os povos gregos autóctones da península balcânica, das ilhas gregas e do litoral Ásia Menor (atual Turquia), durante os séculos XII a VII a.C., as mulheres perderam espaço na sociedade e a condição de inferioridade em relação aos homens foi imposta a elas. Isto ocorreu porque os povos que invadiram esta região, tanto os micênicos como os dórios, jônios e eólios, constituíam suas sociedades guerreiras e comerciais de modo patriarcal, ou seja, os homens, na pessoa dos patriarcas, possuíam o domínio total sobre a vida de seus familiares, incluindo as mulheres, as crianças e os criados.Mesmo no período da democracia em Atenas, durante o governo de Clístenes (570-507 a.C.), entre 510-507 a.C., foi legalizada a exclusão da participação política das mulheres, das crianças, dos escravos e dos estrangeiros. Portanto, as mulheres, nesta sociedade, sofriam discriminações tanto quanto os demais excluídos, pois considerava-se cidadãos apenas os indivíduos nascidos em Atenas, do sexo masculino, proprietários de terras e somente esses que tinham direitos políticos. As esposas legítimas eram as filhas dos cidadãos atenienses, criadas de forma simples no gineceu (parte da casa grega destinada às mulheres).
As mulheres atenienses mudavam da tutela do pai para a do marido com o casamento. Quando viúvas, passavam à autoridade do filho mais velho. Administravam a casa do marido – o oikós –, vigiando o serviço das escravas e quase não saíam, a não ser para irem a casa dos seus pais ou para ir à casa de banho ou, às vezes, às festas religiosas. Não podiam ir ao mercado, nem aos banquetes com o marido. A ocupação delas era dar ao marido e aos filhos o que eles quisessem ter e educar as filhas no gineceu.A religião da cidade foi a única atividade cívica aberta às mulheres e às filhas dos cidadãos ateniense. A exemplo disso, percebeu-se a participação das mulheres nas festas da Tesmofórias em honra de Deméter, realizada em Atenas no mês de outubro durante os séculos VI ao IV a.C. Essas mulheres organizavam altares e reuniam-se para um banquete religioso no final das festas. Já as mulheres livres de Esparta, cidade agrícola e guerreira da região da península do Peloponeso, possuíam maior liberdade do que as mulheres de Atenas. Durante os séculos VI ao III a.C., tinham o dever de dar a luz a filhos vigorosos e a praticar ginástica junto aos homens, de cuidar da casa e exercer o comércio. Além disso, as mulheres pertencentes à aristocracia espartana possuíam o direito de herança e influenciavam fortemente seus maridos a respeito das decisões da pólis. Entretanto, em cidades comerciais como Atenas, Megara e Corinto (estas últimas são cidades portuárias), existiam mulheres submetidas ao concubinato, o qual seria uma espécie de um semi-casamento e, em alguns casos, até uma semi-prostituição. Isto porque a maior parte das cortesãs ou hetaíras (“companheiras”), destas cidades buscavam um cidadão que lhes fornecesse uma velhice tranquila ao colocá-las em suas casas como concubinas. A maioria destas mulheres foram crianças rejeitadas por seus pais ou prisioneiras de guerra e expostas nas ruas das cidades gregas, onde eram recolhidas por traficantes de escravos, militares ou piratas, que as vendiam nos mercados como escravas. Eram compradas pelos cidadãos das pólis, mas, principalmente, por proxenetas (proprietárias e “educadoras” de prostitutas), as quais geralmente eram mulheres que herdavam este ofício da mãe. Estas meninas tornavam-se, então, as prostitutas ou as pornè (do grego “vendidas”). Algumas dessas crianças, devido a sua beleza física, eram recolhidas pelas proxenetas ou aliciadas na profissão pelas suas próprias mães, por quem eram treinadas para se tornarem as hetaíras: as cortesãs de luxo. Essas mulheres também possuíam uma educação religiosa e frequentavam festas como as Adônias e as Afrodisíacas de Corinto em honra aos deuses do prazer e da beleza: Adônis e Afrodite. Além disso, muitas dessas hetaíras devotavam-se aos mistérios de Elêusis, ligados à fertilidade, tornando-se sacerdotisas. Contudo, transformar-se em concubina de um cidadão e aproximar sua existência a das mulheres livres era o sonho de qualquer hetaíra, pois, mesmo possuindo muitas virtudes, como ler, escrever, conversar, filosofar, dançar, tocar instrumentos musicais, entre outras, as cortesãs viviam ameaçadas pela miséria. Essas mulheres estavam sempre a mercê da generosidade interessada dos cidadãos, como foi o caso da hetaíra Neera, ocorrido em 371 a.C.

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