Dionisio era um monarca de Siracusa, a cidade mais rica da Sicília. Ele vivia num palácio cheio de requinte e luxo, atendido por criados que lhe satisfazia todas as vontades. Naturalmente por ser rico e poderoso, muitos invejavam sua sorte. Dâmocles, um de seus amigos, frequentemente falava da sorte de Dionisio. Vendo que o monarca usufruía de tanta mordomia, supunha Dâmocles que Dionisio era o homem mais feliz do mundo.
Percebendo a inveja do amigo, o monarca propôs que o amigo ocupasse seu lugar por um dia, podendo usufruir totalmente de tudo o que lhe era oferecido. Logo o amigo pensou como seria maravilhoso ter toda aquela riqueza e desfrutar de todos os prazeres, sem se preocupar com nada. E assim, Dionísio lhe entregou o trono por um dia.
No dia seguinte Dâmocles chegou ao palácio onde criados colocaram-lhe a corôa de ouro sobre a cabeça. Ele sentou-se à mesa de banquetes e logo foi servido com uma maravilhosa refeição, vinhos, frutos, doces e tudo o que desejasse. Lindas flores, música e perfumes preenchiam os espaços. A princípio Dâmocles se sentiu feliz, até que recostou nas almofadas e olhou para cima.
Seu rosto tornou-se pálido, suas mãos estremeceram e o sorriso fugiu-lhe dos lábios. Esqueceu-se da comida, do vinho, da música e só olhava para uma espada presa por um único fio que pendia sobre sua cabeça. A lâmina brilhava e seu único desejo era sair logo dali. Quis se levantar, mas teve receio de que seu movimento fizesse a espada cair. Apavorado perguntou ao rei se ele tinha visto o eminente perigo daquela espada e o rei Dionísio respondeu:
- É claro que vejo-a todos os dias. Está sempre pendendo sobre minha cabeça e há sempre a possibilidade de alguém ou alguma coisa partir o fio. Um dos meus conselheiros pode ficar enciumado do meu poder e tentar me matar. As pessoas podem espalhar mentiras a meu respeito para jogar o povo contra mim. Pode ser que um reino vizinho envie um exército para tomar-me o trono. Posso tomar uma decisão errônea que leve à minha derrocada.
Cada um sabe das delícias e das amarguras, de ter o que tem; de ser o que é.
Quem quer ser um líder precisa estar disposto a aceitar esses riscos.
Eles vêm junto com o poder.
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