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Nas regiões saxônicas da Alemanha, um limão era colocado na boca de corpos suspeitos de serem vampiros Itens com qualidades apotropaicas, capazes de afastar as almas do outro mundo, são comuns no folclore vampírico. O alho é um exemplo comum, e ramos de roseira silvestre pilriteiro têm fama de poder ferir vampiros, e na Europa diz-se que espalhar sementes de mostarda no telhado das casas consegue afasta-los. Outros apotropaicos incluem itens sagrados, como crucifixos, rosários, ou água benta. Diz-se que os vampiros não conseguem pisar no chão sagrado, tal como o das igrejas e templos, ou atravessar água corrente. Embora não sejam habitualmente vistos como apotropaicos, os espelhos têm sido usados para afastar vampiros quando colocados em portas, virados para o exterior. Em algumas culturas, os vampiros não possuem reflexo e por vezes não produzem sombra, possivelmente como manifestação da ausência de alma no vampiro. Este atributo, embora não universal (os vrykolakas/tympanios gregos são capazes de gerar tanto reflexo como sombra), foi usado por Bram Stoker em Drácula e permaneceu popular em autores e realizadores de cinema posteriores. Algumas tradições asseguram também que um vampiro não consegue entrar numa casa a menos que seja convidado pelo seu proprietário, embora após o primeiro convite possa entrar e sair sempre que lhes apeteça. Não obstante os vampiros da tradição popular sejam tidos como mais ativos à noite, não são geralmente considerados vulneráveis à luz solar. Os persas foram uma das primeiras civilizações onde se registram lendas de demônios bebedores de sangue: criaturas tentando beber sangue humano estão representadas em cacos de olaria desenterrados. Na Antiga Babilônia e na Assíria existiam lendas sobre a mítica Lilitu, sinônimo e origem de Lilith (Hebraico לילית) e as suas filhas, as Lilu, da demonologia hebraica. Lilitu era considerada um demônio e muitas vezes representada alimentando-se do sangue de bebés. Dizia-se que as Estrias, demônios bebedores de sangue e de forma feminina mutável, deambulavam à noite por entre a população, em busca de vítimas. De acordo com o Sefer Hasidim, as Estrias eram criaturas geradas nas horas de crepúsculo que precederam o descanso de Deus. Uma Estria ferida podia ser curada ao comer pão e sal dados pelo seu atacante.As antigas mitologias grega e romana descrevem as Empusas,Lâmias,e estirges. Ao longo dos tempos, os dois primeiros termos foram usados genericamente para descrever bruxas e demônios, respectivamente. Empusa era filha da deusa Hécate e descrita como uma criatura demoníaca com pés de bronze, que se banqueteava em sangue transformando-se numa jovem mulher e seduzindo homens durante o sono antes de lhes beber o sangue. As Lâmias depredavam crianças pequenas nas suas camas durante a noite, bebendo-lhes o sangue, tal como faziam as gelloudes ou Gello. Tal como as Lâmias, as estirges banqueteavam-se com crianças, mas também depredavam jovens rapazes. Eram descritas como tendo corpo de corvo, ou genericamente de pássaro, e foram mais tarde incorporadas na mitologia romana comostrix, um tipo de pássaro noturno que se alimentava de carne e sangue humanos. No seu Dicionário Filosófico, Voltaire escreveu:Esses vampiros eram cadáveres, que à noite saíam das suas campas para sugar o sangue dos vivos, tanto pela garganta como pelo estômago, após o que retornavam aos seus cemitérios. As pessoas que assim eram sugadas definhavam, empalideciam, e consumiam-se; por outro lado os cadáveres sugadores tornavam-se gordos, rosados, e exibiam um excelente apetite. E foi na Polônia, Hungria, Silésia, Morávia, Áustria, e Lorena, que os mortos andaram pregando estas partidas.
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