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quarta-feira, 4 de março de 2015

Menu Mitos e Lendas: Leonardo da Vinci

LEONARDO DA VINCI

Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 14521 — Amboise, 2 de maio de 1519), foi um polímata nascido na atual Itália, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o percursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e personalidade parecem sobre-humanos para nós, e o homem em si nos parece misterioso e distante.
Nascido como filho ilegítimo de um notário, Piero da Vinci, e de uma camponesa, Caterina, em Vinci, na região da Florença, foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou posteriormente em Veneza, Roma e Bolonha, e passou seus últimos dias na França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I.
Leonardo era, como até hoje, conhecido principalmente como pintor. Duas de suas obras, a Mona Lisa e A Última Ceia, estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas e mais parodiadas de todos os tempos, e sua fama se compara apenas à Criação de Adão, de Michelangelo. O desenho do Homem Vitruviano, feito por Leonardo, também é tido como um ícone cultural, e foi reproduzido por todas as partes, desde o euro até camisetas. Cerca de quinze de suas pinturas sobreviveram até os dias de hoje; o número pequeno se deve às suas experiências constantes — e frequentemente desastrosas — com novas técnicas, além de sua procrastinação crônica. Ainda assim, estas poucas obras, juntamente com seus cadernos de anotações — que contêm desenhos, diagramas científicos, e seus pensamentos sobre a natureza da pintura — formam uma contribuição às futuras gerações de artistas que só pode ser rivalizada à de seu contemporâneo, Michelangelo.
Leonardo é reverenciado pela sua engenhosidade tecnológica; concebeu ideias muito à frente de seu tempo, como um protótipo de helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, e uma teoria rudimentar das placas tectônicas. Um número relativamente pequeno de seus projetos chegou a ser construído durante sua vida (muitos nem mesmo eram factíveis), mas algumas de suas invenções menores, como uma bobina automática, e um aparelho que testa a resistência à tração de um fio, entraram sem crédito algum para o mundo da indústria. Como cientista, foi responsável por grande avanço do conhecimento nos campos da anatomia, da engenharia civil, da óptica e da hidrodinâmica.
Leonardo da Vinci é considerado por vários o maior gênio da história, devido a sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Num estudo realizado em 1926 seu QI foi estimado em cerca de 180.

Infancia:
Leonardo nasceu em 15 de abril de 1452, "na terceira hora da noite",de um sábado, no vilarejo de Anchiano, na comuna italiana de Vinci, na Toscana, situada no vale do rio Arno, dentro do território dominado à época por Florença. Era filho ilegítimo de Messer Piero Fruosino di Antonio da Vinci, um notário florentino, e Caterina, uma camponesa que pode ter sido uma escrava oriunda do Oriente Médio. Leonardo não tinha um sobrenome no sentido atual; "da Vinci" significa simplesmente "de Vinci": seu nome completo de batismo era "Leonardo di ser Piero da Vinci", que significava "Leonardo, (filho) de (Mes)ser, Piero de Vinci". O próprio Leonardo da Vinci assinava seus trabalhos simplesmente como Leonardo ou Io Leonardo ("Eu, Leonardo"); presume-se que ele não usou o nome do pai por causa do estado ilegítimo.
Pouco se sabe da infância de Leonardo. Provavelmente passou os seus primeiros quatro ou cinco anos no vilarejo de Anchiano, e depois do casamento de sua mãe com um lavrador de nome Accattabriga di Piero del Vaca, mudou-se para a casa da família de seu pai então casado com uma jovem de dezesseis anos chamada Albiera di Giovanni Amadori, com a qual Leonardo tinha uma boa relação, a quem chamava de madrinha, em companhia de seu avô, Antonio, e tio, Francesco, na paróquia de Santa Croce em Vinci, em um ambiente bucólico aconchegante, o que é significativo na personalidade de um Leonardo ligado a natureza. Albiera morreu muito cedo sem filhos . A morte do seu avô Antonio a quem muito estimava deu-se logo após em 1468, e Leonardo apesar de ilegítimo continuara filho único no segundo casamento do seu pai Piero, com Francesca di Giuliano Lanfredini; testemunharia a mais dois casamentos deste, até que em 1476, quando viviam em Florença, Piero teve o tão esperado filho legítimo. Em sua vida adulta, Leonardo só se recordaria de dois incidentes de sua infância, um deles, tinha como presságio:
Parece-me que sempre fui destinado a me interessar muito profundamente por falcões, pois lembro-me como uma de minhas primeiras recordações que, quando estava no berço, um falcão desceu sobre mim e abriu-me a boca com a cauda, e me bateu muitas vezes entre os lábios com ela.
O segundo ocorreu enquanto ele brincava nas montanhas da região, e depois de vagar por alguma distância entre as rochas projetadas acima, cheguei à boca de uma imensa caverna, diante da qual me quedei por algum tempo estupefato, pois ignorava a sua existência (…) e após ficar ali algum tempo, de repente despertaram dentro de mim duas emoções — medo e desejo — medo da escura e ameaçadora caverna, desejo de ver se haveria alguma coisa maravilhosa lá dentro.
A infância e a juventude de Leonardo foram tema de diversas conjunturas históricas. Giorgio Vasari, biógrafo do século XVI que escreveu sobre os pintores do Renascimento, conta como um camponês local teria pedido a Ser Piero que mandasse seu filho pintar um quadro numa placa redonda ou escudo. Leonardo respondeu com uma pintura de serpentes soltando fogo — ou mesmo um dragão — tão terrível e mesmo assim tão surpreendente que Ser Piero decidiu vender a um negociante de arte florentino que, por sua vez, a vendeu ao Duque de Milão. Enquanto isso, com parte do lucro da venda, Ser Piero comprou uma placa, decorada com um coração penetrado por uma flecha, que ele deu ao camponês. Leonardo tornou-se um jovem instruído e sempre referido pelos estudiosos como dono de uma bela aparência de fartos cabelos louros e olhos claros, além de uma personalidade afável com o trato das pessoas.

Vida profissional, 1476–1513:
A Adoração dos Magos, (1481–1482) — Uffizi. Em março de 1481, a Leonardo foi encomendada esta pintura, pelos monges de São Donato Scopeto em Florença. O notário do mosteiro era o pai de Leonardo, e é muito provável que tenha induzido os monges a contratar seu filho.
A Adoração dos Magos, (1481–1482) — Uffizi. Em março de 1481, a Leonardo foi encomendada esta pintura, pelos monges de São Donato Scopeto em Florença. O notário do mosteiro era o pai de Leonardo, e é muito provável que tenha induzido os monges a contratar seu filho.
Leonardo da Vinci na presença do Duque de Milão Ludovico Sforza, afresco de Nicola Cianfanelli
Leonardo da Vinci na presença do Duque de Milão Ludovico Sforza, afresco de Nicola Cianfanelli
Estudo de um cavalo, dos diários de Leonardo — Royal Library, Castelo de Windsor
Estudo de um cavalo, dos diários de Leonardo — Royal Library, Castelo de Windsor
Desenho de Leonardo Da Vinci,  parte da coleção da Castello Sforzesco
Desenho de Leonardo Da Vinci, parte da coleção da Castello Sforzesco
Em 1476, Leonardo da Vinci, juntamente com mais três alunos do ateliê de Verrocchio, foram acusados de sodomia segundo a acusação referente a Leonardo, ele teria tido relações homossexuais com Jacopo Saltarelli, um jovem de 17 anos muito popular à época em Florença como prostituto. Diante, no entanto, da falta de provas concretas que confirmassem semelhante acusação, Leonardo foi absolvido. A partir desta data até 1478 não existem registros nem de obras suas nem de seu paradeiro, embora se costuma presumir que Leonardo tenha estado no ateliê, em Florença, entre 1476 e 1481. Em 1478 foi-lhe encomendada a pintura de um retábulo para a Capela de São Bernardo, e a Adoração dos Magos, em 1481, para os monges de San Donato a Scopeto. Esta importante encomenda foi interrompida com a ida de Leonardo para Milão.
Em 1482, Leonardo, que de acordo com Vasari era um músico muito talentoso, criou uma lira de prata, com a forma da cabeça de um cavalo. Lourenço de Médici, dito "il Magnifico", grande humanista, enviou Leonardo, a portar a lira como um presente, a Milão, para selar a paz com Ludovico Sforza (dito il Moro, "o Mouro"), Duque de Milão não oficial. Foi nesta época que Leonardo da Vinci escreveu uma carta a Ludovico, citada frequentemente, na qual ele descreve as coisas diversas e maravilhosas que conseguia realizar no campo da engenharia, e informando o seu senhor que ele também podia pintar.
Leonardo continuou a trabalhar em Milão, entre 1482 e 1499. Recebeu a encomenda de pintar a Virgem dos Rochedos para a Confraria da Imaculada Conceição, e a Última Ceia para o mosteiro de Santa Maria delle Grazie. Enquanto vivia em Milão, entre 1493 e 1495, Leonardo listou uma mulher, chamada Caterina, entre seus dependentes, nas suas declarações de imposto de renda. Quando ela morreu, em 1495, a lista dos gastos com o funeral sugere que ela pode ter sido sua mãe.
Trabalhou em diversos projetos para Ludovico, incluindo o preparo de carros alegóricos e desfiles para ocasiões especiais, o projeto de uma cúpula para a Catedral de Milão, e um modelo de um imenso monumento equestre para Francesco Sforza, o antecessor de Ludovico. Setenta toneladas de bronze foram separadas para a sua confecção; o monumento permaneceu inacabado durante anos, o que não foi comum na carreira de Leonardo. Em 1492 um modelo de argila foi terminado; ele era maior, em tamanho, que as duas únicas estátuas equestres do Renascimento, a estátua de Gattemelata, em Pádua, e a de Bartolomeo Colleoni, de Verrocchio, em Veneza, e ficou conhecido como o "Gran Cavallo".
Leonardo começou a fazer os projetos detalhados para a sua fundição; Michelangelo, no entanto, sugeriu, de maneira indelicada, que Leonardo seria incapaz de fazê-lo. Em novembro de 1494 Ludovico usou o bronze para fabricar canhões, visando defender a cidade da invasão de Carlos VIII da França.
No início da Segunda Guerra Italiana, em 1499, as tropas invasoras francesas de Luís XII sucessor de Carlos VIII, utilizaram-se do modelo de argila do Gran Cavallo como alvo para praticar tiro. Com a deposição de Ludovico Sforza, Leonardo, juntamente com seu assistente, Salai, e seu amigo, o matemático Luca Pacioli, abandonou Milão e fugiu para Veneza, passando por Mântua, sendo que em Veneza foi empregado como arquiteto e engenheiro militar, planejando métodos de defender a cidade de um ataque naval.
Ao retornar a Florença, em 1500, foi recebido, juntamente com sua família e criadagem, pelos monges servitas do mosteiro de Santissima Annunziata, onde tinha à sua disposição um ateliê. Foi ali que, de acordo com Vasari, criou o desenho da Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista — uma obra que conquistou tanta admiração que homens e mulheres, jovens e velhos vinham vê-la, em massa, como se estivessem frequentando um grande festival.
Em 1502, Leonardo passou a trabalhar para César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, atuando como arquiteto e engenheiro militar, e viajando por toda a Itália com seu patrão; é nessa viagem que conhece Nicolau Maquiavel. Retornou a Florença, onde voltou a fazer parte da Guilda de São Lucas, em 18 de outubro de 1503; recebeu a encomenda de um retrato: a Mona Lisa, e passou os dois anos seguintes desenhando e pintando um grande mural da Batalha de Anghiari para a Signoria, enquanto Michelangelo foi responsável pela peça que a acompanhava, A Batalha de Cascina. Ainda em Florença, em 1504, fez parte de um comitê formado para transferir, contra a vontade do próprio autor, Michelangelo, a célebre estátua do Davi.
Em 1506, retornou a Milão. Muitos dos seus pupilos e seguidores mais importantes, no campo da pintura, ou o conheceram ou trabalharam com ele naquela cidade, incluindo Bernardino Luini, Giovanni Antonio Boltraffio e Marco D'Oggione. Seu pai morreu em 1504, e como resultado, em 1507 Leonardo teve de voltar à Florença para resolver com seus irmãos os problemas decorrentes da herança e das propriedades paternas. No ano seguinte retornou a Milão por solicitação do governador francês Charles d'Amboise, para resolver problemas de trabalhos inconclusos, onde passou a viver em sua própria casa, na região da Porta Orientale, na paróquia de São Bábila. Após mercenários suíços expulsarem os franceses em 1512, Massimiliano Sforza filho de Ludovico, ascende ao poder, e Leonardo fica sem patrono. No ano seguinte é convidado por Juliano de Médici filho do il Magnifico, para viajar para Roma, que está sob o controle do papa Leão X, um Médici.

Velhice e Morte:
De setembro de 1513 a 1516 Leonardo passou a maior parte do seu tempo vivendo no Belvedere, no Vaticano, em Roma, período durante o qual Rafael e Michelangelo também estavam em atividade.Em outubro de 1515, Francisco I da França reconquistou Milão, Leonardo estava presente no encontro entre Francisco I e o Papa Leão X, em 19 de dezembro, ocorrido em Bolonha.
Foi de Francisco que Leonardo recebeu a encomenda de construir um leão mecânico, que pudesse caminhar para a frente, e abrir seu peito, revelando um ramalhete de lírios. Em 1516 passou a trabalhar diretamente a serviço de Francisco, e foi-lhe concedido o solar de Clos Lucé, próximo à residência do rei, no Castelo de Amboise. Foi aqui que ele passou os três últimos anos de sua vida, acompanhado por seu amigo e aprendiz, o conde Francesco Melzi, e sustentado por uma pensão que totalizava 10 000 escudos.

"LEONARDUS VINCIUS: QUID PLURA? DIVINUM INGENIUM, DIVINA MANUS, EMORI IN SINU REGIO MERUERE. VIRTUS ET FORTUNA HOC MONUMENTUM CONTINGERE GRAVISSIMIS IMPENSIS CURAVERUNT."
— Giorgio Vasari

Leonardo morreu em Clos Lucé, em 2 de maio de 1519. Francisco havia se tornado um grande amigo; e Vasari relata que o rei segurava a cabeça de Leonardo em seus braços quando este morreu — embora a história, amada pelos franceses e retratada em pinturas românticas de artistas como Ingres e Angelica Kauffmann, possa ser mais lenda do que realidade.
A Morte de Leonardo da Vinci, por Ingres (1818)
Vasari também conta que, em seus últimos dias, Leonardo teria pedido que um padre lhe fosse trazido, para que se confessasse e recebesse a extrema unção. De acordo com o que pediu em seu testamento, sessenta mendigos seguiram o seu cortejo. Foi enterrado na Capela de Saint-Hubert, no Castelo de Amboise. Melzi foi o principal herdeiro e inventariante, e recebeu, além de todo o dinheiro de Leonardo, todos os seus cadernos, ferramentas, sua biblioteca e seus objetos pessoais. Leonardo também se lembrou de seu antigo pupilo e companheiro, Salai, e de seu criado, Battista di Vilussis; cada um recebeu uma metade das vinhas de Leonardo, sendo que de Salai tornaram-se posses as pinturas que acompanhavam o mestre desde então.Seus irmãos também receberam terras, e sua criada recebeu um manto negro de bom material, com as bordas de pele.
Cerca de vinte anos após a morte de Leonardo, o rei Francisco teria falado, segundo o escultor Benvenuto Cellini: "Nunca nasceu no mundo outro homem que soubesse tanto quanto Leonardo, nem tanto por seus conhecimentos de pintura, escultura e arquitetura, mas por ele ter sido um grande filósofo."

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