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sábado, 9 de junho de 2018

Menu Mitologia Oriental: Sepukku

SEPUKKU



O seppuku, o ritual suicida dos samurais, era a maneira que eles acreditavam preservar sua honra em face de uma derrota tida como certa. Quando cercado por inimigos querendo a sua cabeça, o samurai não tinha muito mais a perder a não ser derramar o seu próprio sangue de suas entranhas em um ato final de suicídio — geralmente feito enterrando um facão ou espada no abdômen.

No entanto, os senhores daimyo estavam mais preocupados com a manutenção de seus exércitos. Os mais famosos exemplos históricos de suicídio em massa ofuscaram a simples verdade de que eles simplesmente não fizeram sentido desperdiçando bons talentos.

A tradição do seppuku deixou marcas profundas na sociedade japonesa

O suicídio coletivo dos 47 ronins foi um dos episódios mais dramáticos na história de um dos rituais mais controversos do código de honra samurai: o seppuku. O primeiro guerreiro a cometer o suicídio ritual foi Minamoto Yorimasa, em 1180, durante a Batalha de Uji, entre os clãs Minamoto e Taira. Acuado pelos inimigos, Yorimasa preferiu se matar a se render. Ao longo dos séculos, um sem número de samurais trilhou o mesmo caminho, tido como uma forma honrosa de morrer. O seppuku (chamado de harakiri por aqueles que desprezam o ritual) consiste em abrir o abdome com uma espada curta ou punhal. Era praticado de forma voluntária – para não cair em mãos inimigas ou para assumir a culpa de um fracasso – ou de forma compulsória – pelos condenados à pena de morte. Quando possível, a morte era precedida por um ritual elaborado: o samurai tomava banho, vestia trajes brancos para a ocasião, degustava seu prato favorito e compunha um poema. Os instantes finais eram testemunhados pelos amigos próximos. Um auxiliar postava-se atrás do samurai para dar um golpe final com a espada – sem decapitar o suicida –, com o objetivo de abreviar sua agonia.

O seppuku como forma de punição judicial foi abolido pelo governo Meiji, em 1873, mas o seppuku voluntário continuou a ocorrer. Durante a Segunda Guerra, vários soldados japoneses preferiram o suicídio à rendição. Um caso contemporâneo envolveu o escritor Yukio Mishima, líder de um grupo fanático de extrema direita. Em 1970, Mishima cometeu seppuku no quartel-general das Forças de Autodefesa do Japão, após tentativa frustrada de incitar um golpe de estado.

Embora a tradição do seppuku tenha perdido força, sua motivação continua presente na sociedade japonesa. O Japão tem a maior taxa de suicídio entre as nações desenvolvidas. Mais de 30 mil japoneses se matam a cada ano – cinco vezes mais que as vítimas fatais de trânsito. Segundo os especialistas, a incapacidade de lidar com o fracasso explica boa parte dos suicídios, que atingem inclusive muitas crianças. A diferença é que, hoje, os descendentes dos antigos samurais não usam mais a espada – preferem morrer intoxicados com gás de cozinha ou atropelados por um trem.

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