sábado, 18 de janeiro de 2014

Contos: Traição e Traidores

Segunda, 20 de julho de 1880, 23h18min.Igreja do Coração de Nossa SenhoraUruguaiana, Rio Grande do Sul.

Juan entrou correndo pelas portas da Igreja, admirando as enormes portas de mogno, que a pouco o Arcebispo colocara, e após empurrá-las e sentir seu peso entendeu por que de sua colocação, seria necessária muita força para deslocá-las rapidamente. Ele passou as mãos pelos desenhos em relevo da porta, uma representação do calvário de Cristo, Juan começou a se indagar sobre quem teria sido o criador de tal obra e quant..., Não isso não importava mais á ele que se reuniu a antitribu para explorar seu lado vampirico, não era mais um de seus primos decadentes da Camarilla, era agora parte da espada de Caim. Um membro novo, mas em ascensão, e logo com a noticia que trazia e a descoberta que custara boa parte de seu bando, alias o único bando da região liderado por um  Toreador antitribu, ele ganharia mais respeito entre os seus. Interrompe seuspensamentos ao chegar na beira da escadaria do altar e se curvar ao arcebispo.- “Essa é a vitae de Caim que vos é dado em nome de vossa superioridade sobre os

descendentes de Set”. O arcebispo, após passar a cálice para todos os presentes, bebe sua porção do mesmo e vira-se para o jovem Toreador. Whilliam vê os modos afetados de Juan quase como que uma afronta a sua pessoa, o faz recordar de seus dias como membro da Camarilla, não uma escolha sua, mas de seus antepassados pois ele escolheria de bom grado se tornar um sabá, e assim o fez quando teve chance. - Fale Juan, diga por que com tanta pressa interrompe meus ritus com meus comandantes? De me uma boa explicação ou terás uma bela vista do amanhecer amarrado aos sinos de minha torre!Os outros dois membros presentes na sala, um homem alto, com uma aparência tão do mediterrâneo quanto Juan esboçou um leve sorriso enquanto, um homem esguio, que parecia ter várias articulações ao longo dos braços, apenas continuou imóvel, mas seu olhar lhe traia. Juan deu uma leve olhada aos dois, sabiam que eles tão seguros da sua superioridade, não gostavam da presença de Juan, um antitribu, mas também sabia que mesmo eles, davam mais importância aos feitos do que á descendência de um Vampiro. Veemente, ele ergueu-se “Vossa eminência, é com prazer que trago noticias do nosso sucesso na campanha de Santa Catarina, e devo acrescentar que os nossos conseguiram se sobressair sobre os do rio”. Juan preparou essa frase sua viagem de retorno inteira, pois sabia da adversidade de Whilliam ao conselho de Bispos do Rio de Janeiro. “Isso já elimina a possibilidade de iluminá-lo nas torres, mas prossiga”.O Toreador esperou algum tempo antes de prosseguir, para ver se alguém mais o condenaria por isso, só então iniciou a contar o motivo de sua euforia. “Senhor, no cerco a capital de Santa Catarina, capturamos alguns cordeiros de sacrifício da Camarilla, dentre eles, um mensageiro da Lorde Fernanda, da Capela dos tremeres de Salvador e...” Whilliam arregalou seus olhos claros em direção ao toreador, e Juan notou que General Bolon, um tzimisce, fizera o mesmo a menção do nome “Tremere”. Só Matheo, um Lasombra Italiano, que diziam alguns da diocese, estivera na conquista do Castelo Del sombro (na verdade, Matheo não era nascido nem dentre os mortais, mas ele não desmentira esse boato) manteve-se no lugar e disse “Prossiga, Jovem. Não deixe que esses dois o assustem”. Juan não gostava dessa presunção de Matheo, mas mesmo assim prosseguiu com sua narrativa, “Bem, senhor, ele levava algumas informações á capela de são Leopoldo, e depois da tortura infringida a ele por Paula. Juan fez uma pausa para que Bolon notasse o nome de sua prole, antes de prosseguir. Ele nos revelou que receberam novas noticias sobre a peste, e após uma exaustiva pesquisa, eles conseguiram se aproximar da cura, porém, parece que eles necessitarão o auxilio da Capela de são Leopoldo para a cura”.Após terminar sua narrativa, ser vitima de várias perguntas e assistir uma discussão entre general Bolon e Matheo, finalmente, Whilliam começou a traçar suas estratégias, mas antes mandou Juan se retirar, o Jovem virou-se um pouco indignado por não receber nada por ter se sacrificado para trazer a noticia, mas ao abrir as porta, De Pucci disse-lhe “Reúna o que sobrou de seu bando ao bando de Vargas, diga-lhe que você estará no comando do cerco á Rio grande, e que é meu novo general, já demonstraste antes tuas capacidades e agora deverá pô-las a prova. Ah, e chame-me Vance”.

Quarta, 22 de julho de 1880, 0h11min.Porão do Refugio de VanceUruguaiana, Rio Grande do Sul.


Vance examinava com cuidado seus discípulos, ambos se destacaram em seu treinamento, e em todos os testes, mas apenas dois sobreviveram e agora era hora de escolher um para realizar a missão do arcebispo, sabia que seus serviços eram muito prezados por Whilliam, mas mesmo assim não entendia muito dos planos, mas diziam que isto era devido à diferença de idade de Vance em relação a Whilliam. Mas mesmo assim, o assamita antitribu, achava muito idiota o plano, ou essa parte do plano, mas agora cabia a ele cuidar de escolher o mais apto dos dois e depois cuidar do transporte da Títere de são Miguel e de suas criações. Após dois minutos de passadas nervosas à frente dos dois jovens, ele olhou Marcos nos olhos e o escolheu, após a saída de Marcos, Vance olhou seu outro discípulo, ele olhava seu mestre com um olhar de duvida, mas Vance apenas lhe disse para correr duas horas no campo de treino, Quando Magnus saiu, Vance voltou seus pensamentos, para o que acabara de fazer, escolhera um de seus discípulos para uma missão que era claramente um suicídio, mas ele não podia comprometer sua melhor cria até hoje, certo de que ele havia feito o melhor, afinal, futuramente Magnus seria bem mais útil que Marcos, ele começou a tratar de se preparar para a viagem, levaria suas melhores lâminas, com certeza, esse seria o maior evento no sabá em anos, mas antes ele devia cuidar da outra missão que o arcebispo havia lhe confiado, mesmo que as criaturas da títere o assustassem, embora ele não admitisse isso nem para ele mesmo.


Sábado, 23 de julho de 1880, 03h33min.Sede da fazenda UniãoPorto alegre, Rio Grande do Sul.


Dentro de salas, com o chão feito de madeira gasta devido aos inúmeros pés que sobre ele passaram, e que não tinham nem um décimo de sua idade, dois homens estavam apreensivos com o desenrolar dos fatos que estavam vigiando, o primeiro deles a tomar a palavra após um longo período de silencio, andou levemente sobre o piso gasto de madeira até a janela, e lá admirou a noite enquanto começou a divagar: “- Nós somos os únicos que não estão dormindo, meu caro amigo, então, cabe a nós decidirmos como iremos prosseguir”. “Sim, somos nos que decidimos, mas será que ela aprovará nossas decisões quando despertar?” Um Homem alto saiu das sombras que o cercavam apenas o suficiente para deslumbrar sua forma, que lembrava muito, na escuridão, um dos sátiros da mitologia antiga.“Se ela não aprovar, dará um jeito de nos contatar antes de darmos o primeiro passo. Então, conte-me o que descobriu em sua ultima viagem para recolher informações”.“Bem caro Carlos, inicialmente pretendo lhe contar o que já sei a respeito de nossos inimigos”. Com um mero olhar a mente dos dois matusaléns se encontrou na efêmera do pensamento, e após um breve desviar de olhares, e outra longa pausa, Carlos Ravell arruma a manga de sua blusa nervosamente, e fixa olhar mais uma vez ao seu colega do ancionato. E novamente, seus pensamentos se unem, e Carlos pergunta “entendeu, meu nobre (esse nobre falado em um tom de sarcasmo) amigo?”. “Claro, provavelmente ela lhe instruiu, e assim o farei, e creio que dará certo, esse é o momento de tê-lo sobre nosso controle”.O sátiro se retirou às sombras e desapareceu na escuridão, deixando Ravell imerso em seus pensamentos de Jyhad, iniciado do outro lado do oceano, e começa a pensar se não será hora de chamar alguns operativos que a muito não são necessários. Pensou também que o devia fazer logo, pois ele e seu colega Nosferatu logo cairiam, como seus colegas, no sono dos mortos.


Sábado, 25 de julho de 1880, 22h25min.Algum lugar na floresta em torno da colônia.São Leopoldo, Rio Grande do Sul.


Um lobo corria pelo mato, talvez se os habitantes nativos do lugar o vissem, estranhariam, pois era um lobo europeu, mas como em sua maioria, eram ignorantes aos assuntos da Natureza, nem reparariam nas diferenças entre esse lobo e um cachorro do mato. O lobo sentiu o cheiro de algo que lhe agradava, e seguiu o rastro. Logo chegou ao pequeno animal, uma lebre. Repentinamente, antes do bote do lobo, a lebre sentiu algo e correu, mas o lobo logo a alcançou. Estranhamente, o lobo deixou o corpo do animal para trás. Logo ele sentiu outro cheiro, um pouco familiar.Em uma picada na floresta, um homem mulato, com tatuagens, e roupas um pouco fina demais para outros de sua raça, caminhava apreensivamente, pois apesar de toda simpatia e cordialidade oferecida pelo clã da besta a sua pessoa, não sabia até onde as histórias contadas por seus anciões sobre eles eram lendas. Repentinamente, ele sentiu algo próximo, um som, eles se virou assustado, sob uma lua minguante entrecorberta por galhos pendentes de árvores já mortas, viu um vulto, mas que logo identificou como um pequeno roedor, aliviado, virou-se de volta a seu caminho, para dar de cara com uma das cenas mais bizarras de sua vida, e aquilo o surpreendeu muito e fez com que sua besta encolhe-se dentro de seu coração.Dentes afiados, adaptados para dilacerar carne, tornavam-se lisos, com pontas rombudas, enquanto dedos não articulados se transformavam em palmas grandes e hábeis, a medida em que o pelo desaparecia. O ancião sabia que efeito aquilo havia causado ao jovem, pois tinha idéia de como sua transformação assustava os membros, devido a sua semelhança com os garou, ou como outros membros comumente os chamavam, Lupinos. O jovem realmente estava com medo, o lobo, agora chamado Josef via isso claramente em seus olhos, e para intimidá-lo mais ainda, com uma voz gutural, não um tom que ele havia usado com o jovem antes, mas algo que vinha de sua própria besta, “O que você quer invadindo meus domínios, Cali?” “Senhor, me desculpe, mas os outros anciões da cidade pediram –me para localizá-lo, eles querem ter com o senhor imediatamente”.


Segunda, 30 de julho de 1880, 23h40min.Capela Nocturnae SpirituSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


Realmente o que levava aqueles indivíduos ate esse local para se reunirem era um acontecimento que ameaçava sua eterna existência, e isso os assustava.- Então Alexander, você se acha capaz de executar o que está lhe sendo pedido? Executar um dos rituais dos lupinos a fim de destruir um espírito que estaria fortalecendo a doença. (disse Josef)- Ora, se estes seres primitivos com quem te relaciona, podem executá-lo, não vejo por que não posso (respondeu o tremere).- Não duvido de tuas capacidades, mas é necessário ter alguém vivo e que possa auxiliá-lo nisto. E onde conseguiremos alguém que atenda a tais circunstâncias?Num dos cantos da sala, um homem que fora convidado devido a sua idade, e não a sua posição se pronuncia com uma voz com um leve toque de arrogância, deixando bem claro que ele se considerava superior aos demais presentes na sala. “Pois eu sei quem, O mago Hermético atende tais requisitos, é vivo, pode auxiliar Alexander, e entende de espíritos”.“Como sabes disso?” Exclamou em alto tom, num ímpeto de autoridade, Diogo Vasconcelos, Regente da cidade. “Ora Vasconcelos, já fui príncipe, e conheço muito bem quem poderia se tornar um adversário. Ah, e o sabá planejam atacar-nos enquanto estamos fracos”. Todos na sala olham atônitos para o ancião Ventrue, que friamente esboça um sorriso. “Como eu disse tenho meus meios. Josef mande seus pupilos contatarem o Hermético”.- E quem mencionou que trabalharei com tal Mago?- Você ira, pelo bem da cidade e da família, você ira.”Novamente, se levantou o regente, impondo-se ao tremere, que fitou os anciões Gangrel e Ventrue, resolveu ser mais diplomático, “mas meu príncipe...” então ele foi interrompido pelo ancião Ventrue “Ora Alexander, você não precisa dizer que é um tremere ao mago, e eu posso garantir que ele não se importara com o fato de você ser um tremere”. “Mas meus “pupilos” –com um destacado som de desprezo pelas palavras- não ignorarão o hermético, acho que você com todos seus “meios” poderá entrar em contato com ele”. “Então eu o farei” disse o ancião ventrue, com um sorriso de triunfo que os demais acharão deveras irritante.


Terça, 03 de Agosto de 1880, 20h18min.Casa de Carlos LangSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


Das sombras um homem dirigi-se a outro, um homem de aparência nobre, com traços alemães “Então senhor Helmut, o Hermético logo chegará, mas creio que o senhor me pagará após a saída dele, não?” Num tom de disfarçada cordialidade, “Claro, lhe darei o que me pedes” –E em breve será meu escravo - pensou o ancião ventrue. Pensou isso, pois logo que chegará, notou que Lang, a quem acostumara a ver vezes seguidas no decorrer dos anos sem nunca apresentar sinais da passagem de um ano sequer, agora estava com a aparência de um mortal de cerca de 45 anos. Helmut o indagou sobre o que havia ocorrido, e depois de muita insistência, ele acabou por balbuciar algo sobre as fadas “elas se foram, e eu necessitava delas para meu encanto que evitava meu envelhecimento”. Após isso, foi um pequeno passo para Helmut oferecer-lhe o abraço. Pouco depois ambos ouviram, o som do mago Hermético se aproximando.


Quinta, 05 de Agosto de 1880, 23h43min.Hospício Santa CecíliaSão Leopoldo, Rio Grande do Sul. “Então é isso que iremos fazer”. Energeticamente, o príncipe se dirigiu a todos dentro da sala. “Alexander fará o ritual junto ao hermético, e com ele estará a prole do gangrel, para caso de ocorrer algo errado. Josef irá cuidar dos Lupinos. Tens certeza que não queres ninguém para acompanhá-lo”. “Não, é melhor eu ir sozinho, outros podem deixá-los nervosos”. “Bom, você quem sabe. Helmut irá auxiliar o arconte com o sabá, e eu por uma noite, serei o Guardião do elisio que será realizado na festa do Toreador. Só não entendo por que o ritual tem que ser realizado lá, na festa”.“Coisas de mago, pergunte ao tremere, afinal, não são eles os feiticeiros. O ancião Tremere não pode deixar de transparecer sua indignação diante da alcunha dada a seu clã, e pelo tom de zombeteiro do gangrel”.“Ora meu amigo forasteiro – Impregnado bem a palavra com um tom de descaso – você não entenderia, digamos apenas que tornará o ritual mais fácil ter vários seres sobrenaturais reunidos no mesmo lugar”. “Bom, não interessa se ele quer fazer o ritual lá ou na índia, contanto que funcione, então todos sabem o que fazer, e o que pode ocorrer se triunfarmos ou se falharmos”. Todos saíram silenciosamente da sala pensando nas ultimas palavras de Diogo Vasconcelos.


Sábado, 07 de agosto de 1880, 00h18min.Capela Nocturnae SpirituSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


“Todos abaixo de seus calcanhares, tentam escutar como ladrões. Mas quem necessita disso quando todos estão em suas mãos”.Inxs –Listen like Thieves.


“Alexander, é necessário que protejamos a Capela de melhor forma, há algum tempo estou sentido que estamos sendo vigiados”. O Jovem disse isso a seu ancião, enquanto saiam da capela, apressadamente, devido a um atraso pela insistência de Cali pela segurança. “Meu caro Cali, tenho certeza, que você está fazendo o melhor trabalho possível”. Respondeu o ancião enquanto um lacaio abriu a porta da capela. Eles se dirigiram à carruagem, quando Cali segurou o braço de seu ancião. Pele encostou-se à pele a muito morta, e apesar da queimadura, Cali aproximou se dos ouvido do ancião cochichando “Esse não é meu cocheiro, ele tem cheiro de água do rio”. Nesse momento, uma estaca estilhaçando-se surge em frente ao dois, que por reação jogam-se ao chão, vem surgir, um jovem atônito pelo resultado de sua tentativa de empalamento. “Malkavians” Diz o ancião enquanto focaliza o jovem “Posso ver pela loucura em seu olhar, aquele maldito príncipe resolveu mostrar as garras”. No que Alexander termina sua frase, a carruagem é destruído de dentro para fora, por uma grande criatura de pele quitinosa e de um verde acinzentado recoberta de uma gosma fedorenta, com braços longos e unhas escuras e roxas. A criatura salta da carruagem destruída, revelando outro homem enorme e grotesco, aparentemente muito forte, com dois barris ao lado dele. “Tzimisce”. Sussurra o ancião. “Alexander eu sinto cheiro de combustível naqueles tonéis”. E eis que os tonéis são virados sobre os dois, Cali sai do Caminho ileso, porem algumas gotas do liquido, já flamejante atingem o rosto do ancião, que se vira ao chão segurando sua face novamente. Ele fixa um olhar de raiva ao tzimisce, tirou algo que Cali não identificou, e com raiva apontou para o seu algoz. Segundos depois algo, saiu saltitando de sua mão em direção ao coração do tzimisce. “Vamos voltar para a Capela, lá eles não poderão entrar” Cali berrou isso enquanto se virava, apenas para ver que o objetivo do óleo não era eles, mas a Capela. Nisso, Alexander o puxou se afastando da capela “Precisamos de um local mais defensável” No que falou isso, O tremere notou estar quase totalmente cercado pelos cinco membros que o atacavam: O Homem de olhar insano, o Monstro da Carruagem, uma mulher com saliências ósseas pelo corpo e um jovem com alongamentos nos dedos que pareciam ser agulhas de ossos. Porém. O quinto individuo, caiu repentinamente, vitima do estilhaço - servo de Alexander, seu mestre havia lhe dito certa vez que isso só atrasaria um tzimisce, mas ele estava disposto a aproveitar cada segundo que lhe fosse dado, sacrificar sua capela, bem como todos seus servos e até o jovem Cali, para sair dali. Eis que um dos servos carniçais da capela se lança sobre um tzimisce, a moça de protuberâncias óssea, os demais são surpreendidos pelo ataque desesperado do Carniçal.


Sábado, 07 de agosto de 1880, 01h25n.ReuniãoSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


“Eles tem o controle, mas perdem o toque quando as luzes se vão”.Inxs - Listen Like Thieves


Lentamente, um manto de escuridão se espalhou pela rua, ela continuou, cercando o prédio, envolvendo as luzes dos postes, e tornado-as semelhantes a sinais luminosos a metros de distancia. A lua, quase cheia, estava visivelmente escurecida. E agora para onde Matheo olhasse, as sombras se mexiam de maneira metódica, formas grandes, vagamente humanóides, se moviam em fila em direção ao prédio, As sombras variavam em contornos em como numero e configuração de membros, elas pareciam uma torre a Matheo, e a impressão que dava a ele era de que os próprios prédios se dirigiam um contra o outro, onde estavam os membros da Camarilla. As criaturas continuavam avançando, dividiam-se em dois grupos, um se preparou para forçar a porta, enquanto, outro começou a escalar as paredes. Matheo se mostrou estupefato pela agilidade dessas criaturas imponentes, mas se lembrou que a “Títere de são Miguel” a famosa tzimisc que ele mesmo diablerizara a poucas horas as criou especificamente para missões desse tipo claro q agora não os faria mais. Embora fossem obras primas, edifícios monolíticos de músculo e ossos endurecidos debaixo de uma espessa camada de couro porem ainda eram humanos e como tal fáceis de matar. A vivacidade mental que fora sacrificado nessa transformação fora mais do que um objetivo ingênuo Matheo sabia que seu poder de dominação nao funcionaria com eles, requereriam uma abordagem um pouco mais violenta. Depois, com a calma proveniente de sua herança Lasombra, Matheo se transformou e sombras, e se juntou à escuridão que iria irromper sobre os membros da camarilla. Pouco a pouco as trevas se elastraram e tomaram todo o local deixando nada mais que um breu ao redor da construção onde a primigene e alguns membros mais fracos da camarilla estavam. Dentro das trevas os carniçais de guerra e os outros membros do sabat não estavam etendendo porque as trevas tão palpáveis agora estavam também lhes abraçando.Então um membro do bando jovem porém um pouco mais sagaz gritou- TRAIÇÃO!!Eis que uma porta escondida se abre na edificação e por ela entram dois membros com as roupas um poucos estragadas aparentemente por chamas.- Vasconcelos, Helmuth eles estão la fora espero que estejam todos preparados. O príncipe olhou para o ancião tremere e não conteve a pergunta.- Como vocês chegaram aqui vivos o que aconteceu. Alexender contou a eles sobre o ataque e a destruição da capela e que estavam sendo cercados por 5 membros do sabat mas que enquanto procuravam um local mais defensável uma treva palpável insurgiu e tentáculos negros como a noite enrolaram e puxaram os membros dos sabat para dentro da escuridão então quando as trevas se disfizeram restaram apenas corpos se desfazendo e um homem.- Mas quem era esse homem o que ele lhe disse? Perguntou o gangrel com os olhos já vermelhos. Então Cali não se contendo com um misto de medo e exitação respondeu:- Ele estava com a besta exposta, mas disse para não nos preocuparmos, ele disse que se chama Matheo e que iria nos ajudar a destruir o sabat e as mesmas trevas que o trouxeram também o levaram não o vimos mais então e resolvemos vir pra cá e entrar pela porta secreta, não achou que meu mestre a desconhecia achou?- Claro que não. Respondeu o ancião vetrue e com o típico e irritante sorriso no rosto disse:- Eu sei quem é ele, esse Matheu é um Lasombra que pertence a anti-tribo do clã não é muito antigo mas tem um poder e habilidade consideráveis alem de que o senhor dele e bastante poderoso e tem muita influência. O senhor dele é independente mas Matheo se unio a camrilla a algum tempo e como prova de que era fiel foi dado a ele a missão de se infiltrar no sabat.- E como você sabe tudo isso a respeito desse membro Helmuth ! Disse Vasconcelos com uma mescla de ira e desconfiança em seu olhar demente.- Ora meu caro Diego, como disse eu já fui príncipe tenho meus meios, e a respeito desse membro em particular fui eu que sugeri essa missão para ele, afinal estaria matando dois coelhos com uma só cajadada poria a prova a lealdade dele para com a camarilla e com sorte ele seria eliminado porem ele tem se mostrado irritantemente perspicaz e habilidoso o que hoje com certeza será muito proveitoso para nós não acha?O ancião toreador não pode deixar de notar a raiva disfarçada do ventrue ao falar do lasombra e porque diabos um vampiro antigo e poderoso como ele teria tanto ódio de um simples ancillae? Essa questão aguçava sua curiosidade natural. O que todos ali desconheciam é que Matheo havia destruído uma das próles de helmuth que havia se juntado ao sabat a cerca de 05 anos atrás e isso havia ficado apenas entre eles e o senhor de Matheo que intercedeu para que seu pupilo não sofresse a ira do ventrue.Matheu avaliava a situação com calma afinal, um membro mais jovam porem mais sagaz que outros ali mais velhos havia percebido que algo estava errado agora ele já não era uma problema uma vez q um tentáculo de trevas havia se enrolado em seu pescoço e apertado ate que a cabeça caísse e rolasse para um canto, mais isso não mudava o fato de que o Lasombra ainda teria q lidar com 4 carniçais de guerra e 2 tzimiscs quase tão velhos quanto ele próprio e também sabia q não poderia contar com os membros da camarilla uma vez que eles estariam envolvidos em um ritual e seriam de pouca ajuda.Ficou alguns momentos pensando na melhor forma de agir e decidiu: primeiro vou destruir os carniçais e depois vou atrás de seus mestres é bem provável que os tzimisc já tenham tomado algumas atitudes defensivas mas mesmo que o fizessem eles já foram demasiadamente estudados pelo Lasombra que conhecia muito bem seus pontos fortes e principalmente seus pontos fracos.


Sábado, 07 de agosto de 1880, 03h25n.Reunião o ritualSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


Assim que todos os elementos estavam prontos Alexander começou a prepar, auxiliado pelo humano q Helmuth trouxera, o ritual que eles deveriam praticar. A cria do ancião gangrel estava la para garantir a segurança enquanto seu senhor que era muito mais ativo do que um ancião costuma ser resolveu sair a rua e ajudar o tal lasombra a destruir o bando do sabat que os atacava. Josef não teve muito trabalho de fato pois encontrou as vitimas de Matheo ou mortas ou presas pelas sombras apenas se dando o trabalho de leva-los a morte final. Não foi difícil para o antigo gangrel rastrear o ancilae lasombra e assim que se encontraram passaram a agir em dupla o que acelerou muito a destruição do bando sabat. Certamente o arcebiso Wilham iria lhe amaldiçoar por isso e o general Bolon dar graças aos demônios  por na ultima hora resolver não ter vindo, era uma pena não seria esta noite que Matheu teria a vitae de Bolon.Alexander terminou o ritual e o espírito imundo que estava causando a doença aos membros fora destruído ele estava exausto e “infelizmente” no decorrer do mesmo o pobre Sr. Lang encontrou a morte uma vez q helmuth não estava mais la para protegelo. Vasconcelos o principe malkaviano dava um suspiro aliviado e queria se encontrar com o membro Lasombra anti-tribu para dar a ele mostras de sua gratidão. Afinal de contos ele sabia que sem o auxílio do ancilae lasombra a cidade teria caído.


Sábado, 07 de agosto de 1880, 05h25n.Reunião o ritualSão Leopoldo, Rio Grande do Sul.


Josef entrou na sala com um sorriso no rosto e com as garras amostras todas sujas de sangue assim como boa parte de suas roupas.- Aquele garoto e bom ! Simples letal e com uma frieza e meticulosidade que só a idade proporciona. Relamente um dos tizimisc deu um poco de trabalho mas destruímos todo o bando do sabat foi uma noite muito divertida hahaha.- E onde esta nosso benfeitor ? Disse Helmuth com descazo e desprezo aparente.- É onde ele esta? Disse Diego impaciente.- Depois de matarmos o ultimo sabat ele chamou um servo, entrou em um carruagem e partiu disse q se desculpava mas que precisa se encontrar com o senhor dele e partiu.- Mas como vc permitiu isso Josef é obvio que nós devíamos ter interrogado ele. Disse o primogenito toreador que estava louco pra interrogar o misterioso ancilae. - Não me encha o saco Marcos eu o deixei livre porque eu quis não costumo entregar aos lobos meus companheiros de combate!E o silencio tomou conta do local.Apos os eventos que ocorreram Matheo voltou para a Europa onde se encontrou com seu senhor que aproposito se chama Camilo, fez um relatorio detalhado dos acontecimentos e os mesmos foram passados para seus contatos na camarilla a fim de receber algum prestigio. Alguns anos longe do Brasil ele apenas soube por meio de contatos que o território que ele ajudou a proteger havia finalmente caído provavelmente o arcebispo Willham (um tremere anti tribo) seja o responsável.


Autor: Eduardo Arconte

Co Autor: MárcioLasombra

Nenhum comentário:

Postar um comentário