Fonte: Portal dos Mitos
Svyatogor (ou Sviatogor) é um bogatyr (cavaleiro errante) gigante da mitologia e do folclore russo, conhecido como "O último dos gigantes". Seu nome é um composto de duas raízes: sviat, ou "santo"; e gor, "das montanhas", portanto significa "Santo das Montanhas" ou "Montanha Sagrada" Ele e seu poderoso corcel são tão grandes que, conforme Svyatogor cavalga, a crista de seu capacete varre as nuvens. Svyatogor é o mais velho dos bogatyri (plural de bogatyr) da Rússia, e de muitas maneiras, ele é o mais triste. Seus dias de glória ficaram no passado, e ele é retratado na maioria dos poemas épicos (byliny) como um guerreiro velho e cansado, condenado a desaparecer.
Existem dois contos sobre como Svyatogor encontrou seu fim. No primeiro, Ilya Murometz, outro famoso bogatyr russo, tinha ouvido falar sobre a grande força de Svyatigor e então decide partir em sua busca para desafiá-lo, mesmo tendo sido aconselhado a não fazê-lo. Enquanto cavalgava pela estrada, Ilya Murometz encontra um gigante adormecido em um cavalo igualmente gigante. Murometz atinge o gigante três vezes com sua maça, mas seus golpes não têm um efeito maior que a picada de um mosquito sobre ele. Depois de ser golpeado pela terceira vez, o gigante acorda, pega Murometz pelos cabelos e o coloca no bolso.
Depois de um curto período de tempo, o corcel de Svyatogor reclama que o peso de dois heróis poderosos é demais para qualquer montaria transportar. Murometz então revela sua identidade para o gigante e descobre que o mesmo era Svyatogor, e os dois acabam se tornando grandes amigos.
Murometz e Svyatogor seguiram viagem juntos durante dias e num momento se deparam com um caixão de pedra maciça. Apesar das premonições malignas, ambos se sentem instigados a deitarem no mesmo. O caixão é muito grande para Murometz, mas Svyatogor se encaixa perfeitamente nele. Após Svyatogor deitar-se no caixão, ele fechou sua tampa, apesar de Murometz implorar-lhe para não fazê-lo. Um tempo depois Svyatogor pede para Murometz remover a tampa, e ao tentar, ele nota que a tampa era pesada demais. Ele então golpeia o caixão três vezes com sua maça, e em cada acerto, uma banda de aço selava o caixão.
Através de uma fenda na pedra, Svyatogor expira uma pequena parte de sua força sobre Murometz para que ele pudesse usar a sua própria espada mas isso só piorou a situação, pois a cada acerto com a espada de Svyatogor, duas bandas de aço selavam o caixão.
Svyatogor logo percebeu que ele estava destinado a permanecer preso no caixão para sempre. Ele então pediu a Murometz que amarrasse seu corcel a um carvalho perto do caixão, para que ambos pudessem perecer juntos. Com tristeza em seu coração, mas também com uma fração da força de Svyatogor vivendo nele, Murometz abandona o seu amigo e continua sua jornada.
A segunda história sobre o fim de Svyatogor é provavelmente a mais velha das duas. Svyatogor muitas vezes se gabava de sua grande força, chegando a afirmar que ele poderia até mesmo suspender o mundo. Um dia, enquanto ele cavalgava, acabou se deparando com uma pequena bolsa caída em seu caminho. Incapaz de movê-la com a ponta de sua lança, Svyatogor desceu do seu corcel, e após um tremendo esforço, conseguiu elevar a bolsa até a altura de seus joelhos. Ao fazer isso, ele suou tão fortemente que seu suor tornou-se sangue. A bolsa continha o peso do mundo, e mesmo com toda força de Svyatogor, ele jamais conseguiria suspende-la totalmente do chão. Sua teimosia o impedia de soltar a bolsa, e o peso da mesma o fazia afundar na terra. Dessa forma, Svyatogor acabou sendo engolido pela terra.
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