Bem Vindos

Ola amigos bem vindos a Arcanoteca um espaço para RPG, mitologia, contos e curiosidades, esperamos que gostem do nosso conteúdo e nos visitem com frequência. A Arcanoteca é um projeto gratuito sem fins lucrativos, se você quiser nos ajudar pode enviar um PIX de qualquer valor para 51 991688203 agradecemos o apoio)

domingo, 11 de maio de 2014

Menu Contos: Crença

CRENÇA


O sol frita a terra seca e rachada,  as árvores estão sem folhas e a pouca vida que resiste, caminha sem rumo.
O calor insuportável, provoca irritação no pequeno bando que caminha  buscando alguma carniça para devorar.  Este bando é formado por animais com formas humanas, que estão aprendendo duramente as regras da sobrevivência. Estes seres ainda não conhecem o amor, são movidos pelo instinto da sobrevivência.  De repente o céu se faz negro em plena metade do dia, os trovões estremessem  a  terra e os raios rasgam  as nuvens com uma fúria aterrorizante.  A chuva se faz dona da natureza,  varrendo toda a seca cruel que se abateu sobre a região. A água cai com força na forma liquida e sólida, ferindo assim a cabeça e as carcaças do pequeno bando.  Instintivamente a sobrevivência  emerge  do interior daqueles seres,  que utilizando suas últimas forças correm amedrontados, correm sem parar, buscando abrigo.  Depois de muito buscar, encontram uma caverna e assim aquele pequeno grupo de homens primitivos, podem descansar suas carcaças secas e famintas.  O bando é formado por quatro machos, duas fêmeas  e uma criança.  Entre os machos há um mais velho que comanda, dois jovens e um adolescente. Entre as fêmeas,  há uma adulta prenha e uma adolescente.
A criança  vive no bando como um fardo, que não caça e não reproduz.   No dia seguinte, o chefe do bando acorda cambaleando de fraqueza, estava a muito tempo sem alimentação; vai até a entrada da caverna e pode constatar que  a água tomou conta de tudo e mesmo assim continuava caindo de forma brutal. Olha a inundação desolado, pois não entendia bem o que estava acontecendo, num relance pode observar ao longe,  um animal boiando; é uma espécie de anta.  A alegria é  repassada ao bando através de urros, acordando a todos. O chefe do bando sinaliza com as mãos e todos os machos  vão em  busca do alimento. Com muito sacrifico conseguem  pegar o animal morto e voltarem  para a caverna. Tudo esta alagado e  a água forma uma correnteza, dificultando  assim a caminhada de volta para caverna com o alimento; o que antes era um caminho seco e rachado, agora é um rio corrente.
  Todos se reúnem em volta do animal (alimento) e alimentam-se, até que estejam cansados de tanto comer aquela carne morta. O bando pula, grita e dança em volta do animal, tentando extravasar a satisfação pela fome saciada.
  A chuva é implacável e permanece dias, semanas; gritando a todos os viventes que limpava as mazelas de antes e revolvia a terra para que a vida renascesse.  O bando passou todo o tempo dentro daquele local fundo e escuro, alimentando-se de animais  mortos que encontravam próximo da entrada da caverna.  O céu permanece negro por um longo período.  O grupo começa a feder, tamanha a sujeira da caverna. Há restos de animais em decomposição, fezes e muito mofo, devido a grande umidade das paredes.  A escuridão da gruta incomoda  e o bando passa a maior parte do tempo dormindo, até que um  dia, o menor do bando acorda e não escuta barulho de água, curioso vai até a entrada da caverna e  fica extasiado com tanta  beleza.  O céu tornou-se azul  e parecia acariciar sua cabeça fétida, a claridade do dia iluminava seus olhos remelentos, o chão úmido acariciava seus pés rachados, pelas rochas da caverna, o ar fresco batia em seu corpo nu causando uma sensação confortável de caricia, as arvores de antes,  secas e retorcidas,  agora possuíam pequenas folhas verdes que poderiam ser comidas.  Aquela criança primitiva, transborda sua felicidade  emitindo sons, assim como um canto de alegria. Seu canto é tão alto que acorda o chefe do bando.  Sem entender o que aconteceu, resolve acordar o grupo para que  escutem o barulho, que vinha de fora causando espanto e medo; todo o bando fica curioso e sorrateiramente  deslocam-se até a entrada  da caverna.  Todos ficam perplexos com tanta beleza fora da caverna.  A luz tomou conta de tudo.  O ar tornou-se agradável.  Tudo estava colorido e brilhante.  Imediatamente todos urram e pulam de alegria.  A  chuva  fecundou a terra para um novo ciclo de vida e a claridade iluminou fundo a alma daqueles seres tão primitivos. Naquele momento, há o recomeço do solo e de almas.   O chefe do bando, pode observar a uma certa distância da caverna, o pequeno do grupo,  dançando e gritando com os braços para o alto. Todo o grupo relaciona aquela  cena de dança e urro, com a grande mágica capaz de chamar a enorme bola de fogo de volta para o céu.  Todos correm na direção do pequeno e dançam juntos, urram juntos, pois a vida estava de volta trazendo algo novo para todos.  A união está de cara nova para com todos do grupo.  A partir daquele dia, o pequeno que antes havia sido desprezado por todos, passou a ser cuidado e tratado com respeito; ele podia trazer a bola de fogo de volta para o céu com  danças e  urros.  Assim é adquirida a primeira crença entre os homens primitivos; o bando passou a cuidar melhor dos pequenos que vieram depois, pois ficou  associado para os mais velhos, que os pequenos poderiam  agradar aos que estavam lá no alto azul.  No céu...       
Fim

Nenhum comentário:

Postar um comentário