Tudo começou com o estudo da astrologia.
Alguns estudiosos(i) imaginam que a história da astrologia tenha se desenvolvido em 3 estágios ou fases, sendo a primeira resultante das anotações dos presságios, ainda sem zodíaco; na segunda fase introduz-se o zodíaco com signos de 30 graus sem que haja nenhum horóscopo individual, mas muita atenção aos trânsitos de Júpiter pelos signos - do qual parece derivar a prática das profecções anuais que mais tarde vai se desenvolver na astrologia - sem casas astrológicas. Waerden assinala este período de 630 a 450 a C; o zodíaco é sideral e seus "ayanamsha"(ii) muito próximos aos de Fagan(iii).
A terceira fase consiste da astrologia horoscópica. As fontes antigas mencionam os "caldeus" que faziam mapas para pessoas e, segundo até Aristóteles, houve um "caldeu" que previu a morte de Sócrates e que o pai de Eurípides, o famoso dramaturgo grego, encomendou a leitura do mapa de seu filho. Nestes mapas de nascimento, as posições correspondem muito mais a um zodíaco sideral que utilizava um ayanamsha como o Fagan/Bradley do que com um zodíaco tropical.
ORIGENS NA MESOPOTÂMIA
Para quem trabalha com astrologia no ocidente, a história segue um rumo definido, que começa na Mesopotâmia - há registros de cerca de 15 mil anos a C, em que as fases da Lua já eram anotadas em pedaços de osso e estas parecem ser as mais antigas observações astronômicas que se conhece. A palavra Mesopotâmia é grega e refere-se ao fato de ser uma terra entre dois rios, o Eufrates e o Tigre ('mesos" significa meio e 'pótamos' significa rios).
Os registros mesopotâmicos atestam o que se chama hoje de presságios, como origem da astrologia ocidental. Tal como ocorreu com outras culturas, tratava-se de examinar os céus para ver o que poderia afetar os reinos. A maior parte destes presságios misturavam previsões de tempo e astronomia, mas o que diferenciou os mesopotâmicos de outros povos do Ocidente foi que naquela época eles começaram a gravar de forma sistemática os fenômenos celestes e tentar correlacioná-los com eventos terrestres. Um exemplo do tipo de anotação de presságios do período acádio, veja o seguinte trecho:
"Se Vênus aparecer a Oeste no mês de Airu e os Grandes e Pequenos Gêmeos circundarem-na, todos os quatro, e ela estiver escura, então o rei de Elam cairá doente e não permanecerá vivo".
O mais extenso documento contendo os presságios babilônios estão no épico chamado Enuma Anu Enlil, condensados por volta do segundo milênio a C.
A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de 4 mil anos a C - com o povo ubaida, depois vieram os sumérios, que inventaram a escrita cuneiforme, uma das mais antigas formas de registro escrito, que consiste na confecção de formas de baixo-relevo com cunhas no barro, que depois era cozido.
O traço histórico marcante, que, segundo estudiosos, terá muito impacto na própria constituição da astrologia, como também de outros conhecimentos, é a forte instabilidade política da região, durante milênios. Os acádios conquistaram os sumérios (2330 a C). Em 1350 a C tem início o Império Assírio, que mais tarde irá estender seu controle político e cultural por toda a região da Mesopotâmia, parte da antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito (730 e 650 a C). O segundo império babilônico (612 a C) dura até a tomada da região pelos persas, quando também o Egito fica unificado sob a dominação política persa.
Com a perspectiva sempre presente da perda do poder por parte de lutas regionais, os reis e imperadores mantinham um séquito de observadores do Céu, que informavam em "memorandum" os fenômenos que viam, como sinais de eventos que ocorreriam aos poderosos.
Não havia o "mapa astrológico" tal como o conhecemos hoje em dia. Cosmologia e cosmogonia astral entremeavam-se nos longos épicos da criação, como as Tábuas de Vênus do rei Amizaduga e o Enuma Anu Enlil, cuja forma acabada será conhecida apenas nos últimos séculos anteriores à queda da Babilônia. Os registros falavam de estrelas fixas também e não há relatos sobre casas astrológicas ou aspectos tais como os conhecemos hoje.
Os sumérios inventaram o sistema sexagesimal, que facilitou operações matemáticas muito complicadas com relação à astronomia e este seu sistema numérico foi exportado para toda a antigüidade. Os egípcios adotaram este sistema para fazer ainda melhor suas correlações arquitetônicas e celestiais. Quando o Egito ficou unificado juntamente com a Babilônia, a troca de conhecimentos foi facilitada; durante a dominação persa também, sendo este povo muito devotado à astrologia, o que facilitou o intercâmbio entre Egito e Mesopotâmia. Sabemos que os egípcios construíam obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão de minutos de arco, talvez querendo a simpatia do Céu para com suas propostas de poder e religião, mas não pareciam ter nenhuma teoria planetária envolvida nesta função, nem técnicas matemáticas apropriadas.
Por todos os séculos que se sucederam, os povos que viviam entre o Tigre e o Eufrates continuaram cuidadosamente a registrar suas observações, até que após verificar a recorrência de ciclos planetários, chegaram a calcular com grande grau de acerto as posições dos planetas para o resto do tempo futuro. Registros de eclipses que começavam em 727 a C e que cobriam até o período após as conquistas de Alexandre mostraram-se corretos, segundo todos concordam. Naquele período babilônico, o que se fazia era marcar o Céu de acordo com estrelas, e não através de marcas fixas de um zodíaco de 30 graus; os babilônios usavam estrelas individuais para marcar a posição dos planetas.
A DOMIAÇÂO PERSA
Em setembro de 539 a C, o rei Nabonidus encontra as tropas do rei Ciro II, da Pérsia, perto da atual Bagdá. O império da Babilônia encontra seu fim. Com Ciro, a região encontra uma certa estabilidade. O período de enorme atividade e descoberta, dos astrólogos assírios e babilônios, havia chegado a um limite, também. Após centenas de anos registrando, nos "Diários Astronômicos", os fenômenos celestes para informação dos reis, os persas, no contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziriam a matemática no cálculo astronômico e astrológico.
A astrologia e astronomia conhecem um grande avanço, com a regularização dos calendários como conseqüência de um entendimento maior dos ciclos celestes. O período sinódico dos planetas é descoberto, assim como o período sideral. A descoberta destes dois períodos possibilitou a formulação de períodos planetários bem mais amplos no tempo. Os planetas ficam estabilizados em signos zodiacais ao invés de em constelações, como vinha se fazendo até então. Os cálculos matemáticos se provaram eficientes na sofisticação do sistema astrológico. O contato com os Mazdeísmo, religião persa, impulsiona a relação entre o simbolismo solar e astrologia, carregando para dentro do corpus astrológico o conceito de monoteísmo, que contradizia frontalmente o politeísmo assírio-babilônico.
A primeira carta astrológica conhecida da Babilônia data de provavelmente 29 de abril de 410 a C. O registro indica signos zodiacais, mas sem graus. Conta o nascimento de uma pessoa em determinada data e elenca os signos em que a Lua e outros planetas estavam posicionados. Apesar de aparentemente terminar com uma predição, esta parte da tabuleta foi perdida.
A ERA ALEXANDRINA
Quando Alexandre, o Grande conquista o Egito, todo o período alexandrino vai destacar-se na história da astrologia ocidental. Até a chegada de Alexandre, o Grande, a região floresceu em cultura e conhecimentos, acumulados de todos os povos anteriores. A partir de Alexandre (331 a C), toda a área fica sob dominação do império e o grego será a língua dominante. Tanto no Egito quanto na Mesopotâmia, dois generais alexandrinos ficarão responsáveis pelas dinastias subsequentes em cada uma das regiões. Na Mesopotâmia, o general Seleucos instaura a dinastia Seleucida e no Egito o general Ptolomeu I começa a dinastia dos Ptolomeus.
O período alexandrino foi rico na produção intelectual. Todos os povos sob a regra alexandrina tiveram a oportunidade de trocarem conhecimentos e ampliarem sua relação cultural com outras ciências nascentes. (Há muito que os gregos travavam contato com os babilônios; Pitágoras, Platão são alguns dos exemplos). O confronto cultural entre o pensamento helênico, que queria saber o por quê das coisas, e a tradição intelectual assíria, que se importava mais no como as coisas são feitas, alavancou a criação de uma explicação filosófica e matemática sobre o universo, o mundo natural. A filosofia estóica de Zeno, somada à teoria dos 4 elementos de Empédocles e mais tarde à teoria dos Humores de Hipócrates forneceu as bases da astrologia alexandrina. Enquanto os gregos teorizavam e procuravam melhorar a presteza matemática no cálculo de posições planetárias, os estudiosos caldeus calculavam alguns eventos dos ciclos: ascensão e ocaso, movimentos retrógrados, estacionários e oposições.
As cartas astrológicas do período de dominação helênico podem ter como exemplo a mais antiga, encontrada perto da região de Uruk, datando de 4 de abril de 263 a C. Os graus de signo já eram mencionados:
"Ano 48 da Era Seleucida, mês de Adar, a criança nasceu. Neste dia o Sol estava em 13.30o Àries, a lua em 10o Aquário, Júpiter no início de Leão, Vênus com o Sol, Mercúrio com o Sol, Saturno em Câncer, Marte no fim de Câncer.."
(...)
"Ele terá falta de saúde... Seu alimento não será suficiente para sua fome."
O ZODIACO
Os Signos do Zodíaco ou Signos zodiacais são cada uma das doze constelações que se localizam na faixa do Zodíaco. Acredita-se que cada uma dessas constelações influenciam o destino e o carácter daqueles que nascem em cada período do ano correspondente a um signo.
Os signos são regidos por seres no universo, que podem ser planetas, estrelas e até a Lua. Entre estes seres, estão: Marte, Vénus, Mercúrio, Lua, Sol, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, respectivamente.
Os signos do Zodíaco não correspondem, no ocidente, à constelações. Correspondiam na época de Ptolomeu, por volta do século II de nossa era, mas se mantiveram como referência a uma área no espaço, sem considerar a precessão dos equinócios. Assim, cada signo continua representando uma região de 30 graus no espaço em torno da eclíptica, mas em 2005 o zero grau de Carneiro (Áries) se encontra a cerca de 5 graus de Peixes, isto é, no equinócio de Março o Sol está em Peixes. Por isto se diz que estamos na Era de Peixes.
Tradicionalmente a regência planetária dos signos obedecia uma sequência simétrica a partir dos signos do verão europeu, Câncer e Leão. Para cada lado seguía um regente, por ordem de velocidade da órbita. Assim, os signos são distribuídos por planetas regentes.
A origem do Zodíaco perde-se na mais remota noite dos tempos.
A "rua" através da qual o Sol parece se mover é chamada "Zodíaco". A palavra significa "círculo de animais". Todas as 12 constelações do Zodíaco tinham nome de animais.
A Eclíptica, ou seja, o curso aparente do sol na esfera celeste durante o ano, que se produz pelo movimento da Terra ao redor deste astro, é sempre a mesma, e os antigos procuraram caracterizá-la inventando constelações formadas pelos corpos celestes que o astro encontra no seu caminho. Imaginaram uma zona de dezesseis a dezoito graus de largura, de bases paralelas ao plano da Eclíptica, e a dividiram em doze partes iguais. A esta nova zona deram o nome de Zodíaco.
O Zodíaco é a zona celeste pelo centro da qual passa a Eclíptica, que marca a posição do Sol no equinócio de inverno. E girando para o oeste o Zodíaco se divide em doze zonas de trinta graus cada uma, que compreendem as doze constelações percorridas pelo Sol no seu curso normal aparente e que se denominam: Áries ou carneiro, Tauro ou touro, Gêminis ou gêmeos, Câncer ou Caranguejo, Leo ou leão, Virgo ou virgem, Libra ou balança, Escórpio ou escorpião, Sagitário ou arqueiro, Capricórnio ou bode, Aquário ou aguador e Piscis ou peixes. Estes nomes foram dados há uns 2.300 anos. Naquela época os signos zodiacais coincidiam com as constelações que representavam. Desde então, por causa do movimento dos equinócios - deslocamento de quase um grau cada setenta e dois anos -, os signos se atrasavam uns trinta graus, ou seja, um signo completo. Desde o ano de 1754 o signo de Áries está na constelação de Peixes, na qual continuará até o ano de 3893.
No ano de 24.208 as coisas voltaram ao estado primitivo, isto é, a coincidência será total, porém até que isso venha a ocorrer Áries irá ocupando sucessivamente os lugares de Aquário, Capricórnio, Sagitário, Escorpião, Libra, Virgem, Leão, Câncer, Gêmeos e Touro.
Há séculos que as pessoas lêem à sorte, através do Zodíaco. Os astrólogos, que acreditavam prever o futuro, ocupavam posição bastante importante nos tempos antigos. Sempre que uma criança nascia, imediatamente era chamado o astrólogo para ler as estrelas. A personalidade de uma pessoa, de acordo com os astrólogos, dependia muito da posição dos planetas em relação às constelações, na ocasião do nascimento.
O mapa astrológico é como uma impressão digital, ninguém possui um igual ao de outra pessoa. Imagine uma fotografia de 360º em torno da Terra no exato momento em que você veio ao mundo: a posição dos planetas do sistema solar dentro dos signos do Zodíaco - que são como um cinturão rodeando a Terra - formaram um desenho único, simbolizando os vários planos da sua psique, a sua vida prática e realidade espiritual.
Para chegar a este desenho, é preciso desenvolver alguns cálculos, com base na sua data, hora e local de nascimento. Os dados tem de ser precisos porque, em apenas alguns minutos, este desenho celeste muda.
A DIVISÃO DE UM MAPA DO CÉU
As Casas Astrológicas falam da sua vida prática. Tecnicamente, elas são linhas imaginárias que partem da Terra e cortam o céu em doze fatias. A primeira delas fala do "eu", o temperamento e comportamento de alguém; a sétima, oposta à primeira, fala do "outro", daquilo que uma pessoas precisa para complementar-se.
Os Planetas são os planos da psique, ou seja, descrevem as suas "porções emocionais". Por exemplo, Vênus simboliza a sua sensibilidade e capacidade de dar e receber afeto; Marte é a energia, a força para batalhar e conquistar; Mercúrio a inteligência.
Os Signos são conceitos nos quais os planetas se abastecem. Quem tem Mercúrio em Virgem, por exemplo, terá a sua inteligência abastecida nos conceitos de paz e pureza, próprios deste signo. Quando você diz que é de um determinado signo, está dizendo que tem o Sol neste signo e que sua consciência (plano emocional do Sol) está se abastecendo ali.
Mas o que, afinal, o mapa pode dizer de você? O seu futuro? A data da sua morte? Não é bem isso. Como qualquer outra ciência, a exemplo da meteorologia e da economia, algumas antecipações podem ser feitas, mas da seguinte forma: o astrólogo pode ler tendências, ciclos, mas nunca enxergar magicamente os fatos que ocorrerão em sua vida nem determinar os acontecimentos.
Se não é a previsão o bem maior que a Astrologia pode lhe oferecer, qual seria, então? O próprio nome do seu principal instrumento de trabalho esclarece: um mapa, mas não um mapa comum... Um mapa do céu, para ajudá-lo a guiar-se com altitude diante de suas maiores dificuldades e, também, potenciais.
Mas como? É difícil acreditar que as posições dos planetas têm alguma relação com a personalidade das pessoas. Antes de tudo, você precisa compreender que a Astrologia não é crença. Ninguém precisa acreditar que os astros influenciam a sua vida, mas entender que o universo inteiro é um único organismo e, como uma única célula é capaz de falar do corpo todo, assim também você pode falar do universo inteiro. Se você nasceu na hora em que o céu manisfestava-se da forma desenhada no seu mapa, vale prestar muita atenção nos símbolos que há milênios estão atribuídos às estrelas, planetas e signos ali desenhados.
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