segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Titãs, Herois, Criaturas e outros seres

Essa postagem é atualizada sempre que possível com mais Titãs, Heróis e outros seres. 

AS CINCO HERAS DA HUMANIDADE 


Cada uma das Idades está "aparentada" com um metal, cujo nome toma e cuja hierarquia se ordena do mais ao menos precioso, do superior ao inferior: Ouro, Prata, Bronze e Ferro. Dentre todas as quatro Eras, cujo valor se afere pelos metais, há uma intercalado entre as duas Ultimas: a Era dos Heróis, que não possui.correspondente metálico algum. 

Era de Ouro
Ocorreu durante o reinado de Cronos . Os homens viveram livres de sofrimentos, paz e harmonia predominaram durante esta era. Os humanos não envelheciam, mas morriam.pacificamente como um sono eterno. A primavera era eterna e as pessoas.eram alimentadas com bolotas de um grande carvalho, com frutas silvestres e mel que gotejava das árvores. A principal característica dessa Era, era a de que a terra produzia comida em abundância, de modo que a agricultura era uma atividade supérflua. Esta característica também define quase todas as versões posteriores do mito.
Esta era terminou quando Prometeu deu o segredo do fogo aos homens. Zeus puniu os homens, permitindo que Pandora abrisse sua caixa que originou todo o mal no mundo mortal, essa primeira raça foi transformada em gênios bons, guardiões dos mortais, chamados de Daímones Epictonicos, intermediários entre os deuses e os homens que agiam sobre a terra. Ao fim dessa idade, Astreia , deusa da justiça, abandona a Terra para não ver o sofrimento dos mortais nas próximas idades

Era de Prata
Zeus encurtou a primavera, criando as estações e assolando a terra com o frio e calor. Tornou-se necessário a invenção de casas e o desenvolvimento da agricultura, ocorreu também a extinção da juventude eterna. Em algumas versões essa raça viveu uma longa infância de 100 anos, mais crescendo, entregam se a excessos e recusam-se "a oferecer culto aos imortais", após a morte, foram transformados em gênios inferiores, os chamados bem-aventurados, conhecidos como Daímones Hipoctonicos.

Era  de Bronze
Zeus cria então uma terceira raça de homens perecíveis, a raça de bronze, bem diferente da raça de prata.
Violentos e fortes, que fazem a guerra com suas armas de bronze, e levam destruição aonde vão, e acabam sucumbindo nas mãos uns dos outros e foram levados para o Hades, "sem deixar nome sobre a Terra".

Era dos Heróis
Em seguida surge a raça dos heróis, que são os semi deuses que combateram em Tebas e em Troia , para eles Zeus reservou uma morada na Ilha dos Bem-Aventurados , onde vivem felizes, distantes dos mortais, sem contato com os vivos, alguns se tornaram deuses ao irem para o Olimpo ; os heróis injustos iam para o mundo inferior, junto com os humanos normais.

Era e Raça de Ferro
Finalmente vem o duro tempo da raça de ferro, que dura até hoje - tempos de incessantes misérias e angústias, mas quando "ainda alguns bens são misturados aos males". A essa raça aguardam dias terríveis: "o pai não mais se assemelhará ao filho, nem o filho ao pai, o.hóspede não será mais caro a seu hospedeiro, nem o amigo a seu amigo, nem o irmão a seu irmão". Após a morte iam para o Hades e lá permaneciam como sombras, os considerados justos iam para os Campos Elísios - onde ficavam 1000 anos até se apagar o que de terreno havia neles -, depois disto esqueciam.toda a sua existência e segundo alguns reencarnavam e segundo outros realizavam metempsicose (reencarnar em animais) os Injustos iam para o Campo das Lamentações podem eram torturados eternamente ou seguiam para o Tártaro para toda a eternidade.

CAOS

Caos (do grego Χάος, transl. khaos) é,a primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a ideia de "caos" sofreu com o passar das épocas. Inicialmente descrito como o ar que preenchia o espaço entre o Éter e a Terra, mais tarde passou a ser visto como a mistura primordial dos elementos.Seu nome deriva do verbo grego χαίνω, que significa "separar, ser amplo", significando o espaço vazio primordial
O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade Caos.Todavia, Caos seria para os gregos o contrário de Eros.Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma força mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos.
Os filhos de Caos nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares. Nyx (Noite) e Érebus (Escuridão) nasceram a partir de "pedaços" do Caos. E do mesmo modo, os filhos de Nyx nasceram de "pedaços" seus; como afirma Hesíodo: sem a união sexual. Portanto a família de Caos se origina de forma assexuada.
Se Caos gera através da separação e distinção dos elementos, e Eros através da união ou fusão destes, parece mais lógico que a ideia de confusão e de indistinção elemental pertença a Eros. Eros age de tal modo sobre os elementos do Mundo, que poderia fundi-los numa confusão inexorável. Assim, seu irmão Anteros equilibra sua força unificadora através da repulsa do elementos.
Caos é, então, uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio da cisão dos elementos. Caos parece ser um deus andrógino, trazendo em si tanto o masculino como o feminino. Esta é uma característica comum a todos os deuses primogênitos de várias mitologias.

GAIA 

Gaia, a deusa primordial, geradora de todos os deuses, a deusa-terra, um dos primeiros elementos que surgiu no despontar da criação, junto com o Ar, Mar e Céu.
Gaia, ela é a grande mãe: os deuses celestiais foram descendentes de sua união com Uranos (o Céu), os deuses marinhos de sua união com Pontos (o Mar), os Gigantes de sua união com Tártaros (o submundo) e as criaturas mortais foram crescendo ou nascendo de sua matéria terrena.
Segundo Hesíodo e sua Teogonia, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos e foi uma uma das primeiras habitantes do Olimpo.
Urano, o senhor do Céu, temia que seus filhos o destronassem, de forma que prendia-os no Tártaro. Revoltada com essa ação mesquinha e cruel do esposo, Gaia decidiu armar um dos filhos, Cronos, com uma foice.
No momento em que Urano fora unir-se à esposa, em um ciclo perene de criação, Cronos atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. O filho lançou às águas marinhas os testículos do pai. Ainda assim, algumas gotas do seu sangue recaíram sobre Gaia, que fertilizada, concebeu as divindades Erínias (as Fúrias).
Sem contar essas contribuições na criação dos deuses, a participação de Gaia nas diversas lendas se caracteriza, basicamente, pelas infalíveis profecias ou, então, pela enorme capacidade de gerar filhos, de aspecto divino (Urano, Ponto), humano (Erecteu) ou monstruoso (gigantes, Tífon).
Divindades muito antigas e numerosas, seguramente pré-helênicas, as ninfas eram ligadas à natureza e à terra e eram, portanto, uma extensão de Gaia.
Gaia era habitualmente representada em obras de arte, em geral, como uma senhora de aspecto maternal e preocupado, que emergia diretamente do solo.
Seu culto era bastante difundido, especialmente nas épocas mais recuadas da cultura grega; acabou, porém, suplantado pelos cultos dos deuses olímpicos. Havia altares para Gaia em Atenas, Esparta, Olímpia, Tegéia, Delfos e muitas outras pólis.

URANO (céu) 

Urano (em grego antigo Οὐρανός, translit.: Ouranos, ‘o que cobre’ ou ‘o que envolve’). A etimologia possivelmente tem origem no vocábulo sânscrito que origina o nome de Varuna, deus védico do Céu e da Noite. Sua forma latinizada é Uranus. Urano era um titã da mitologia grega que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua irmã. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica, e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e o Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.
Urano tem vários filhos (e irmãs), entre os quais os Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Ao odiar seus filhos, mantem todos presos no interior de Gaia, a Terra. Esta então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, cortou seu pai em vários pedaços. Do sangue de Urano que caiu sobre a terra, nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades. A maioria dos gregos considerava Urano como um deus primordial (protogenos) e não lhe atribuía filiação. Cícero afirma, em De Natura Deorum ("Da Natureza dos Deuses"), que ele descendia dos antigos deuses Éter e Hemera, o Ar e o Dia. Segundo os hinos órficos, Urano era filho da noite, Nix. Seu equivalente na mitologia romana é Caelus ou Coelus - do qual provém caelum (coelum), a palavra latina para "céu".
Mito de Criação:
Segundo o mito da criação do Olimpo, relatado por Hesíodo na Teogonia, Urano veio todas as noites cobrir a Terra (Gaia), mas ele odiava as crianças geradas.
Hesíodo refere, como descendentes de Urano, os Titãs, seis filhos e seis filhas, os Cem braços e os gigantes com um só olho, os Ciclopes.
Urano aprisionou os filhos mais novos de Gaia no Tártaro, nas entranhas da Terra, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos filhos para castrarem Urano. Apenas Cronos, o mais jovem dos Titãs, concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e lançou os testículos cortados ao mar.
Do sangue derramado de Urano sobre a Terra nasceram os Gigantes, as três Erínias, as Melíades, e segundo alguns, os Telquines.
A partir dos testículos lançados ao mar nasceu Afrodite. Alguns dizem que a foice ensanguentada foi enterrada na terra e daí nasceu a fabulosa tribo dos Feácios.
Depois de Urano ter sido deposto, Cronos re-aprisionou os Hecatônquiros e os Ciclopes no Tártaro. Urano e Gaia profetizaram que Cronos, por sua vez, estava destinado a ser derrubado por seu próprio filho, e assim o Titã tentou evitar essa fatalidade devorando os seus filhos. Zeus, graças as artimanhas de sua mãe Reia, conseguiu evitar este destino.
Estes antigos mitos de origens distantes não constam em cultos na Hellenos (Kerenyi, p. 20). O papel de Urano é o de um deus derrotado de um tempo anterior ao tempo real.

A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c. 1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio).

Antes da sua castração, o céu não veio mais para cobrir a Terra à noite, cigindo-se ao seu lugar, e "a geração original chegou ao fim". Urano foi raramente considerado como antropomórfico, à parte a genitália do mito da castração. Ele era simplesmente o céu, o qual foi concebido pelos antigos como uma grande cúpula ou teto de bronze, sustentada (ou mantida a girar num eixo) pelo Titã Atlas. Em expressões arcaicas, nos poemas homéricos, Ouranos às vezes é uma alternativa a Olimpo, como a casa dos deuses. Uma ocorrência óbvia seria o momento, no final da Ilíada I, quando Tétis sobe do mar para pleitear com Zeus: "e logo pela manhã, ela elevou-se para saudar Ouranos-e-Olimpo e ela encontrou o filho de Cronos…"

CRONOS 

Cronos ou Cronus (em grego: Κρόνος, deus do tempo, Χρόνος ), é a divindade suprema da segunda geração de deuses da Mitologia Grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Posidão e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Reia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo. 

REIA

Reia, na mitologia grega, era uma titã, filha de Urano e de Gaia. Na mitologia romana é identificada com Cibele, uma das manifestações da Deusa mãe, Magna Mater.
Irmã e esposa de Cronos, gerou Deméter, Hades, Hera, Hestia, Posídon e Zeus, segundo a
Teogonia de Hesíodo. Por ser mãe de todos deuses do Olimpo, é conhecida como Mãe dos Deuses. É uma deusa relacionada com a fertilidade.
 Devido a um oráculo de Urano, que profetizara que Cronos seria destronado por um dos filhos, este passou a engolir todos os filhos assim que nasciam. Réia decidiu que isto não ocorreria com o sexto filho. Assim, quando Zeus nasceu, Reia escondeu-o numa caverna no Monte Ida em Creta ao cuidado dos assistentes curetes posteriormente sacerdotes e, no lugar do filho, deu a Cronos uma pedra enrolada em panos. Cronos engoliu-a, pensando ser o filho. Há diversas versões sobre quem criou Zeus. Algumas relatam que ele foi criado por Gaia; outras, por uma ninfa (Adamantéia ou Cinosura); segundo uma outra versão, foi nutrido por uma cabra (Amaltéia). Ao atingir a idade adulta, Zeus destronou o pai, forçou-o a vomitar os irmãos e assumiu o Olimpo.
 Seguindo a ascensão do filho Zeus ao status de rei dos deuses, ela contestou uma parte do mundo e acabou refugiando-se nas montanhas, onde cercou-se de criaturas selvagens. Geralmente, é associada a leões ou a uma biga puxada por leões.
 Na Ásia Menor, era conhecida como uma deusa terrestre, sendo venerada com ritos orgíacos. O nome significa "fluxo", aparentemente em referência à menstruação feminina, e "reconforto", talvez em referência aos partos fáceis.

ATLAS

Atlas (em grego, Άτλας), também chamado Atlante, é um dos titãs gregos, condenado por Zeus a sustentar a abóbada celeste eternamente. Atlas foi o primeiro rei da mítica Atlântida. Era casado com Pleione e com quem teve sete filhas, as chamadas de Plêiades e Também teve filhas ninfas, as Hespérides.
Atlas é filho de Jápeto com Climene. Pertence à geração divina dos seres desproporcionados, violentos, monstruosos - encarnação das forças selvagens da natureza nascente, dos cataclismas iniciais, com que a terra se arrumava para poder receber, num regaço mais acalmado, a vida e a sua cúpula consciente: os humanos.
Atlas, com outros titãs, forças do caos e da desordem, pretenderam alcançar o poder supremo, pelo que atacaram o Olimpo e combateram ferozmente Zeus e aliados: as energias do espírito, da ordem, do Cosmos. (Ou, noutra versão, aliou-se aos demais titãs para resistir à revolta liderada por Zeus)."
Zeus, triunfante, castigou seus inimigos - escravos da matéria e dos sentidos, inimigos da espiritualização harmonizadora - lançando-os no Tártaro, a região mais profunda do Mundo Inferior, para que de lá nunca fugissem. Reservou para Atlas, porém, uma pena especial: pô-lo a sustentar o firmamento nos ombros por toda a eternidade.
Atlas, assim punido, passou a morar no país das Hespérides (as três ninfas do Poente: Eagle, Erítia, Hesperatetusa).
A representação clássica de Atlas mostra que ele está sustentando um globo nos ombros que, normalmente é interpretado como sendo a Terra. Esse globo é, na verdade, a esfera celestial ou o firmamento.
O castigo eterno
Geralmente, Atlas é retratado sustentando um globo sobre os ombros. Esse fardo foi temporariamente aliviado por Héracles (Hércules) durante um de seus 12 trabalhos, mas Atlas foi enganado e voltou a carregar os céus sobre os ombros.
Consistiu este episódio no seguinte: tinha Hércules de apanhar algumas maçãs de ouro que nasciam no jardim das Hespérides (11º trabalho). Alertado por outro titã (Prometeu) de que apenas Atlas poderia fazê-lo impunemente, propôs a este que o fizesse, enquanto sustentava a abóboda celeste. Aliviado do grande peso, Atlas retorna, dizendo que ele mesmo faria a entrega das maçãs a Euristeu.
Percebendo o engodo, Hércules finge aquiescer e, pretextando colocar antes um anteparo sobre seus ombros, pede ao titã que sustente os céus por um momento - ao fazer isto, o herói parte, levando as maçãs, deixando a Atlas o seu eterno suplício.
Segundo uma das versões existentes, Atlas foi posteriormente libertado de seu fardo e tornou-se guardião dos Pilares de Hércules, sobre os quais os céus foram colocados, e que também eram a passagem para o lar oceânico de Atlântida (o Estreito de Gibraltar). Seu nome passou a significar "portador" ou "sofredor". Outra versão conta que Perseu o petrificou mostrando lhe a cabeça que havia arrancado da Medusa, transformando o titã Atlas no que hoje é o Monte Atlas.

HIPERIÃO (HIPÉRION)

Hiperião ou Hipérion (Ὑπερίων), na Mitologia Grega, era o titã que personificava o Sol na sua forma primitiva. Ele possuía o poder do sol e era considerado o pilar do leste. Ele ao se unir com a titânide Téia gerou Selene (a personificação da Lua), Hélios (a personificação do Sol) e Eos (a personificação da Aurora). Ele ajudou seus irmãos a castrarem seu pai, Urano. Ele ficou no leste, com três de seus irmãos em outras direções. Eles seguraram seu pai no lugar, para que Crono pudesse castrá-lo com uma foice feita por sua mãe Gaia.

ETIMOLOGIA:
Trata-se de um composto de ὑπέρ, "em cima, sobre", e do particípio do verbo εἶμι, "andar", e significa "aquele que vai
acima, no alto", cf. Etym. Magn. s. v.; não parece aceitável a interpretação de Carnoy (DEMGR) "aquele que guarda
no alto".


ZÉFIRO

Filho de Eos (a aurora), Zéfiro pertencia à raça do Titãs, que representavam as forças da natureza. Era o deus do vento oeste, que refresca e dá bem-estar.
Zéfiro, o vento Oeste, era irmão de Bóreas e habitava na Trácia. A lenda descreve-o como um vento primitivamente violento, que destruía tudo com o seu sopro indomável: arrasava plantações, provocava naufrágios, causava grandes danos aos homens mas uma grande paixão o fez mudar.
A súbita paixão de Zéfiro por Clóris - chamada de Flora pelos romanos - transformou o caráter mitológico do vento dando-lhe uma versão benéfica. Clóris era a rainha da primavera e era quem espalhava a beleza das flores ao mundo, dando-lhes as cores e o perfume. O contraste com Zéfiro, o vento que destruía a beleza das flores, fez com que Clóris o rejeitasse.
Mas o amor de Zéfiro era sincero, pleno e construtivo. Para conquistar Clóris, ele transformou a sua personalidade tempestuosa e destrutiva, tornando-se um vento suave que soprava lentamente para não danificar a beleza criada por sua amada. Representado na forma de um jovem com asas que anunciava a primavera e o renascer das plantas, Zéfiro e Clóris tiveram um filho, Carpo - o fruto.

PROMETEU

Há várias versões sobre o mito de Prometeu, herói da mitologia grega. Seu nome, no idioma grego, significa ‘premeditação’. E é realmente o que este titã, um dos deuses que enfrentam o Olimpo e suas divindades, mais pratica em sua trajetória, a arte de tramar antecipadamente seus planos ardilosos, com a intenção de enganar os deuses olímpicos.
Prometeu com o Fogo Divino. Pintura de Heinrich Fueger (1817)
Ele era filho de Jápeto e de Ásia, irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio, e se tornou o progenitor de Deucalião. Uma outra vertente menos significativa aponta como pais de Prometeu a deusa Hera e o gigante Eurimedon. Este deus foi o co-criador, ao lado de Epimeteu, da raça humana, e a ela também se atribui o furto do fogo divino, com o qual presenteou a Humanidade.
Muito amigo de Zeus, o ardiloso Prometeu ajudou o deus supremo a driblar a fúria de seu pai Cronos, o qual foi destronado pelo filho. O dom da imortalidade não o impediu de se aproximar demais do Homem, sua criação – de acordo com algumas histórias, ele o teria concebido com argila e água, depois que seu irmão esgotou toda a matéria-prima de que dispunha com a geração dos outros animais, e lhe pediu auxílio para elaborar a raça humana.
Ele concedeu ao ser humano o poder de pensar e raciocinar, bem como lhes transmitiu os mais variados ofícios e aptidões. Mas esta preferência de Prometeu pela companhia dos homens deixou o enciumado Zeus colérico. A raiva desta divindade cresceu cada vez mais quando ele descobriu que seu pretenso amigo o estava traindo.
O titã matou um boi e o fracionou em dois pedaços, ambos ocultos em tiras de couro; destas frações uma detinha somente gordura e ossos, enquanto a carne estava reservada para o pedaço menor. Prometeu tentou oferecer a parte mínima para os deuses olímpicos, mas Zeus não aceitou, pois desejava o bocado maior. Assim sendo, o filho de Jápeto lhe concedeu este capricho, mas ao se dar conta de que havia sido ludibriado, Zeus se enfurece e subtrai da raça humana o domínio do fogo.
É quando Prometeu, mais uma vez desejando favorecer a Humanidade, rouba o fogo do Olimpo, pregando uma peça nos poderosos deuses. Já outra versão justifica essa peripécia de Prometeu como uma forma de obter para a raça humana um elemento que lhe garantiria a necessária supremacia sobre os demais seres vivos.

TÊMIS (justiça)

Têmis era a deusa grega guardiã dos juramentos dos homens e da lei, sendo que era costumeiro invocá-la nos julgamentos perante os magistrados. Por isso, foi por vezes tida como deusa da justiça, título atribuído na realidade a Dice cuja equivalente romana é a Deusa Justitia.
Têmis empunha a balança, com que equilibra a razão com o julgamento, e/ou uma cornucópia; Seu nome significa "aquela que é posta, colocada"
Mitologia
Filha dos Titãs Urano e de Gaia, era, portanto, uma Titânide. Gaia havia sido gerada do Caos, e Urano foi gerado de Gaia. Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis; por fim nasceu Cronos, o mais novo e mais terrível dos seus filhos, que odiava a luxúria do seu pai.
Quando ainda criança, foi entregue por Gaia, aos cuidados de Nyx, que acabara de gerar Nêmesis. O objetivo de Gaia, era proteger Têmis do enlouquecimento de Urano. Porém Nyx estava cansada, pois gerara incessantemente seus filhos. Então Nyx entrega sua filha Nêmesis, e a sobrinha Têmis aos cuidados de suas mais velhas filhas, as Deusas Moiras (Cloto, Laquésis e Atropo). As Moiras criam as duas Deusas infantes, e lhes ensinam tudo sobre a ordem cósmica e natural das coisas; e a importância de zelar pelo equilíbrio. As Moiras são as Deusas do destino, tanto dos homens, quanto dos Deuses e suas decisões não podem ser transgredidas por ninguém. Desta criação, vimos a origem das semelhanças das duas lindas e poderosas Deusas criadas como irmãs: Têmis, a Deusa da justiça, e Nêmesis, a Deusa da retribuição.
Há uma versão errada, segundo a qual as Moiras eram filhas de Têmis. O que pode ter gerado tal equívoco possivelmente foi confundi-las com as Horas (ciclos presentes na natureza, estações, clima, vegetação, etc), que também agem nas energias cíclicas da natureza, assim como as Moiras (ciclos vitais da vida, nascer, crescer,etc). Têmis, na mitologia grega, é a deusa dos juramentos, mãe de Dice, deusa da justiça, a protetora dos oprimidos. A primeira esposa de Zeus foi Métis que, depois de colocá-la em seu ventre, Zeus casou-se com Têmis. Zeus era filho de Cronos e Reia,irmãos de Têmis.
Sentava-se ao lado de seu trono, pois era sua conselheira. Considerada para a mitologia a personificação da Ordem e do Direito divinos, ratificados pelo costume e pela lei.
Zeus e Têmis foram os pais das Horas, de Eunômia, Dice, Irene; numa versão considerada errônea, são a eles atribuídas também as três Moiras, Cloto, Láquesis e Átropos (consideradas normalmente como anteriores à Têmis.)

JÁPETO o Perfurador

Filho de Urano e Gaia  seu nome deriva do grego “ferir”, “furar”, “estocar”
Segundo Teogonia se uniu a Climente, filha de Oceano; e teve quatro filhos: Atlas (“suportar”) Prometeu (“pensamento providente”), Epimeteu (“pensamento tardio”) e Menécio (“poder condenado”). Estéfeno de Bizâncio atribuía-lhe a filha Anquiale, deusa do calor e do fogo que lhe deu um filho que teve com Tornax filho que se tornou o deus-rio Búfago (morto por Ártemis quando tentou violenta-la), na conspiração contra cronos Jápeto era o pilar do Oeste que depois foi ocupada por seu filho Atlas.
Jápeto “o perfurador” pode também ter sido visto como o deus-titã do tempo da vida humana e da mortalidade, principalmente da morte violenta e também é associado a habilidade arsenal. O oeste e o acaso eram associados a morte e o mundo dos mortos e seus filhos Prometeu e Epimeteu tiveram o papel de demiurgos, deuses artesões criadores da humanidade e dos mortais.
Nos oráculos Sibilinos, Jápeto é considerado junto com Cronos e Crio os três filhos de Gaia e Urano cada um recebendo um terço da terra.
Na ilíada de Homero é mencionado como prisioneiro do Tártaro ao lado de Cronos.
Interpretes já assemelharam Jápeto como Jafé filho de Noé e também como o deus egípcio Amon.
Descendentes:
Atlas: condenado por Zeus a eternamente sustentar a terra após ter apoiado os titãs quando o mesmo se rebelou
Prometeu: um dos titãs que ficou ao lado de Zeus, criador dos homens e doador do fogo à humanidade foi condenado a 30 mil anos acorrentado com uma águia a lhe comer o fígado todos os dias mais foi libertado por Hércules que o trocou por Quíron o centauro.
Epimeteu: Recebeu Pandora como esposa, que abriu a caixa e espalhou os males no mundo.
Manoécio: morto por Zeus que atirou-lhe um raio na Titanomaquia e o baniu ao Tártaro

OCEANO

Titã dos mares ele é filho de Urano e Gaia tem o corpo formado por o torso de uma homem com garras de caranguejo, chifres na cabeça, uma grande barba terminando com uma cauda de serpente.
Considerado o representante original de toda massa de água salgada da mitologia grega, incluindo o mediterrâneo e o oceano atlântico, as duas maiores massa aquáticas conhecidas pelos gregos, com a evolução do conhecimento geográfico.
Oceano passou a representar apenas a águas desconhecidas enquanto Poseidon reinava no Mediterrâneo.
Da união com sua irmã Tétis foram originadas a ninfas as Oceânides, as Nereidas, os rios e todos os seres marinhos que tomavam parte ativa nas aventuras dos deuses assim como alguns mosntros. Na guerra entre deuses e titãs, Oceano, Prometeu e Têmis não apoiaram nenhum dos lados ficando longe da batalha. Ele também se recusou a aliar-se a Cronos na revolta contra seu pai Urano, mas Oceanu ajuda Zeus quando este resolve salvar seus irmão que foram engolidos por seu pai, é sua filha Métis (que conhecia todas as ervas da terra que confecciona a poção capaz de fazer Cronos regurgitar os filhos e proporcionar a Zeus salva-los). Para assim começarem a Titanomaquia (guerra entre os deuses e os titãs). Oceano, tal como Prometeu e Têmis, não se juntou aos seus outros irmãos titãs nesta guerra e também recusou se aliar com Cronos (Saturno) para combater seu pai Urano. Por isto era considerado cortês e profundamente sábio, pois sendo o senhor do "Rio Universal", não necessitava subir ao Olimpo para conhecer os desígnios de Júpiter.
Vendo o futuro nefasto dos outros Titãs, aconselhou sua filha Estige a ficar a servir Júpiter, deste modo ela foi honrada. Suas inúmeras filhas são personificações da sabedoria e das leis que dominam o cosmos: Métis, o conhecimento; Tiké, a fortuna; e Plutó, a riqueza. As Néfeles, outras filhas suas, eram ninfas deusas das nuvens. Por isto os gregos apelidaram as nuvens de "Jardins de Oceano", pois consideravam que nasciam no horizonte ilimitado, a morada do deus.

CRIO

Crio é filho de Urano e Gaia, também chamado de Megamedes "grande senhor em grego” Está relacionado ao sul e a constelação de Áries.
Representa o inverno, o frio, os seres marítimos e seu poder destrutivo envolve criaturas até hoje desconhecidas do mar abissal.
Ninguém conhece a real forma deste titã.
Teve como esposa sua meia-irmã Euribia, filha de Ponto e Gaia e deusa de forças e processos naturais e relacionada a navegação, teve com ela três filhos: Astreu, deus das estrelas e da astrologia e pai dos Ventos; Perses, deus da destruição e pai de Hécate; e Palas deus-titã da guerra. Crio é um dos titãs do período clássico da mitologia grega ele também participou com seus irmãos da conspiração para a castração de seu pai Urano ele era o Pilar do sul.

THÉTIS


A titã do mar, a mais jovem das Titânidas, filha de Urano, o Céu, e de Gaia, a Terra. Seu nome em grego significa ama, nutriz, por ser a deusa da água, matéria-prima que, segundo uma crença antiga, entrava na formação de todos os corpos. Segundo lendas, com auxílio do gigante Egeon, libertou Zeus, depois deste ter sido amarrado pelos outros deuses. Personificação da fecundidade do mar, casou-se com o seu irmão Oceano e foi mãe de três mil rios e de três mil ninfas, as chamadas Oceânidas. Dão-lhe ainda como filhos, não somente os rios e as fontes, mas também Proteu, Etra, mãe de Atlas, Persa, mãe de Circeu, etc. Foi avó da nereida Tetis, a filha de Nereu e mãe de Aquiles, e com quem não deve ser confundida. Costuma ser representada em um carro em forma de uma divina concha de uma brancura de marfim nacarado. Quando percorre o seu império, esse carro, é puxado por cavalos-marinhos brancos flutuando sobre a superfície das águas e é acompanhada pelos Tritões que tocam trombeta com as suas conchas recurvas, e pelas Oceânidas coroadas de flores. Sua cabeleira esvoaça pelas espáduas, ao capricho dos ventos e, ao seu redor dela, delfins saltitam no mar. Na astronomia Tétis é o nono dos satélites conhecidos de Saturno.

EURÍBIA

Euríbia, também chamada de "Força ampla" era uma titãnide, filha de Ponto e Gaia, ela era a consorte do titã Crio, considerada uma divindade marinha primordial, e também uma divindade menor ficando sob o domínio do deus Poseidon depois da titanomaquia. Ela é mãe de Astreu (Éolo), Peres e Palas. 
Hesíodo a menciona na Teogonia como "a de coração de pedra"

Parece ter presidido as forças externas que influenciam o homem, incluindo as constelações, as estações e o poder dos ventos, todos os seus netos tem poder sobre o mar, incluem os Anemoi(ventos), as Astras (estrelas), Hécate(feitiçaria),Selene (lua), Nike (vitória), Bia (força), Cratos (poder), Zeles (rivalidade),



CÉOS


Um dos filhos de Gaia e Urano, Céos foi o titã da inteligência e ligado a profecia, sendo casado com a a titânide Febe. Céos e Febe tiveram filhos entre eles, Astéria deusa estelar e Leto a deusa do anoitecer. Céos é um dos 12 titãs do período clássico da mitologia grega. 
Quando os titãs, a pedido de Gaia, decidiram depor Urano Céos e três dos seus irmãos armaram uma emboscada colocando-se nos quatro pontos cardeais para agarrar o pai enquanto Cronos o castrava, Céos se pôs no Norte, Hipérion no Leste, Jápeto no Oeste e Crio no sul.
Ceos está associado ao eixo celestial em torno no qual as constelações parecem girar, este titã também esta ligado aos oráculos e também a constelação de Dragão a “dragão celestial”


NIX

Nix é a personificação da noite. A Noite desempenhou um papel importante no mito como um dos primeiros seres a vir à existência. Noite é filha do Caos, sendo a quinta criatura, depois de seus irmãos Gaia, a mãe Terra, Tártaro, trevas abismais, Eros, o amor da criação e Érebo, a escuridão, a emergir do vazio.
Dessas forças primordiais sobreveio o resto das divindades gregas.
Nix é a patrona das feiticeiras e bruxas, é a deusa dos segredos e mistérios noturnos, rainha dos astros da noite. Nix é cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela da fertilidade a terra para brotar ervas encantadas, e também se acreditava que Nix tem total controle sobre vida e morte, tanto de homens como de Deuses, demonstrando como os outros Deuses respeitavam-na e temem esta poderosíssima deidade.
Nix, assim como Hades, possuem um capuz que a torna invisível a todos, assistindo assim ao universo sem ser notada. Foi Nix que colocou Hélio entre seus filhos (Hemera, Éter e Hespérides), quando os outros Titãs tentaram assassinar Hélio. Zeus tem um enorme respeito e temível pavor da Deusa da Noite, Nix. Os filhos de Nix são a Hierarquia em poder para os Deuses, sua maioria são divindades que habita o mundo subterrâneo e representam forças indomáveis e que nenhum outro Deus poderia conter.
Nix aparece ora como uma deusa benéfica que simboliza a beleza da noite (semelhante a Leto) e ora como cruel deidade Tartárea, que profere maldições e castiga com terror noturno (Hécate e Astéria). Nix é também uma Deusa da Morte, a primeira rainha do mundo das Trevas. Nix também tem dons proféticos, e foi ela quem criou a arma que Gaia entregou a Cronos
 para destronar Urano. Nix conhece o segredo da imortalidade dos Deuses podendo tirá-la e transformar um Deus em mortal, como ela fez com Cronos, após este ser destronado por Zeus.
Algumas vezes, a exemplo de Hades, cujo nome evitava-se de pronunciar, dão a Nix nomes gregos de Eufrone e Eulalia, isto é,"Mãe do bom conselho". Há quem marque o seu império ao norte do Ponto Euxino, no país dos Cimérios; mas a situação geralmente aceita é na parte da Espanha, a Esméria, na região do poente, perto das colunas de Hércules, limites do mundo conhecido dos antigos.
Nix desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter (luz celestial) e Hemera (Dia). Mas sozinha, sem se unir a nenhuma outra divindade, procriara o inevitável e inflexível Moros (o Destino), as Queres (morte em batalha), os gêmeos Tânato (Morte) eHipnos (o Sono), Oniro (a legião dos Sonhos) Momos (escárnio), Oizus (miséria), as Hespérides, guardadoras dos pomos de ouro, as desapiedadas Moiras (Deusas do destino), Nêmesis (Deusa da retribuição), Apáte (engano,fraude), Filotes (amizade) ,Geras (velhice) Éris (Discórdia), Limos (a fome), Ftono (inveja), Ênio (Belona, deusa da carnificina), Lissa (a loucura) e Caronte, o barqueiro do mundo dos mortos. Em resumo, tudo quanto havia de doloroso na vida passava por ser obra de Nix.

HEMERA

Hemera (em grego: Ἡμέρα ) , é a personifição da luz do dia e o ciclo da manhã. Era também a guardiã das fronteiras entre o mundo das sombras e o mundo onde chegava a luz. Nasceu junto de Éter (que representa Ar Elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses, também chamado de Céu Superior) e das Hespérides (primitivas deusas primaveris que representavam o espírito fertilizador da Natureza). Ela faz parte dos deuses Protogenoi – ou primordiais – da Mitologia Grega. Foram estes deuses os componentes básicos do universo que foram criados.É filha de Nix (personificação da noite) com Érebo (personoficação da escuridão) todavia também há versões em que ela é filha de Cronos com Nix ou mesmo apenas filha de Caos. Ela é a contraparte feminina de seu irmão e consorte Éter com quem teve filhos. A lista de Higino atribui-lhe como filhos Gaia, Urano e Talassa, enquanto Hesíodo lista apenas Talassa como sua filha. Ainda com Éter gerou seres não antropomorfizados. Momentos antes de Hemera conceber Urano e Gaia, ouviam-se grandes estrondos por todo Universo, como se o céu estivesse sendo influenciado pela deusa (é citado que isso se deve ao fato de Hemera ter uma forte ligação com Éter). Mais tarde, passou a compor o séquito de Hélios ao lado das Hespérides. Era também guardiã das fronteiras, entre o mundo onde chegava a luz e o mundo das sombras.

HECATONQUIROS

Os hecatônquiros (100 mãos), também conhecidos por Centimanos (do latim Centimani), eram três gigantes da mitologia grega, irmãos dos 12 Titãs e dos 3 Ciclopes, filhos de Urano e Gaia: Briareu ("forte"), Coto ("filho de Cotito") e Giges ("o membrudo"). Possuíam cem mãos.

Urano, que os hostilizava, acabou mandando-os para as entranhas de Gaia. O seu filho Cronos que cumprira a profecia do oráculo de Delfos em que um de seus filhos iria mata-lo, ajudou-os a escapar e a montar a rebelião que culminaria com a castração de Urano. 

Depois da queda de Urano, Cronos sobe ao poder e os aprisiona no Tártaro. São libertados por Zeus, que os ajuda a montar uma emboscada. Como possuiam cem braços, eram hábeis venceram os Titãs junto com os deuses olímpianos e no comando Zeus, essa foi a famosa titanomaquia.

Depois de derrotar os Titãs, os hecatônquiros se estabeleceram em palácios no rio Oceanus, ficaram como guardiões das portas do Tártaro, onde Zeus havia aprisionado os Titãs.

CARONTE

Na mitologia grega, Caronte (em grego antigo: Χάρων, transl. Kháron - o brilho) é o barqueiro de Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Uma moeda para pagá-lo pelo trajeto, geralmente um óbolo ou danake, era por vezes colocado debaixo da língua, sobre a boca ou sobre os olhos dos cadáveres, de acordo com a tradição funerária da Grécia Antiga. Segundo alguns autores, aqueles que não tinham condições de pagar a quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. No mitema da catábase, alguns heróis - como Héracles, Orfeu, Enéas, Dioniso e Psiquê - conseguem viajar até o mundo inferior e retornar, ainda vivos, trazidos pela barca de Caronte.
Era filho de Nix, a Noite. Caronte recebeu esta tarefa após ter tentado roubar a Caixa de Pandora, obrigado por Hades. Surpreendido por Zeus, ele foi mandado para o Erebus onde deveria cumprir sua tarefa. Inicialmente, Caronte fazia a travessia junto com seu irmão gêmeo Corante. Cada um utilizava um remo e cada um ficava com uma das moedas e, quando mandavam uma gorjeta a mais, os dois dividiam. Assim deveria ser por toda a eternidade. Entretanto, Corante começou a notar que as gorjetas estavam cada vez mais raras e, quando as recebia, eram valores muito menores que o costumeiro, no que começou a duvidar de seu irmão. Assim, um dia descobriu que Caronte estava lhe roubando: pegava a gorjeta antes que ele visse e desviava parte do faturamento para si. Por isso os dois brigaram selvagemente por 13 meses (de 28 dias) e um dia. Neste tempo, os mortos perambulavam pela terra, pois não havia quem os conduzisse para o Outro Mundo. No 365º dia, Caronte matou seu irmão afogando-o no rio. Nesta hora, o corpo de Corante se dissolveu e tingiu todo o rio de vermelho.
Um mortal não poderia entrar na barca, e, pois, atravessar o rio, a não ser que tivesse como salvo-conduto um ramo de ouro de uma árvore fatídica consagrada a Perséfone. A profetisa Sibila de Cumas deu um desses ramos a Enéias, herói lendário, quando este quis descer aos infernos para rever seu pai. Hércules, porém, teve sua passagem concedida sem ter em mãos este ramo, o que fez com que Caronte fosse punido e exilado durante um ano nas profundezas do Tártaro.

MOIRAS

Na mitologia grega, as Moiras (em grego antigo Μοραι) eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens.
As Moiras eram filhas de Nix (ou de Zeus e Têmis). Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisseia aparecem as fiandeiras.
O mito grego predominou entre os romanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles eram conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; notar entretanto, que essa regência era apenas sobre os humanos.
Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:
CLOTO (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
LÁQUESIS (Λάχεσις; láchesis) grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
ÁTROPOS (Ἄτροπος; átropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânato, Queres e Moros, determinava o fim da vida.

SÁTIROS

Criaturas cujo corpo era parte humana e parte animal aparecem na mitologia de inúmeras culturas. Entre elas estão os sátiros e silenos da mitologia grega, e os faunos, seu correspondente entre os romanos.
Sátiros, na mitologia grega, eram divindades dos bosques, montanhas e regiões agrestes, representados como homens-bodes ou homens-cavalos. Tinham uma longa cauda e o pênis em permanente ereção. Perseguiam as ninfas e mênades, movidos por desejo sexual insaciável. No período clássico, estavam intimamente associados ao culto a Dionísio. Sileno , filho do deus Pã na versão mais freqüente, além de pai dos sátiros e educador de Dionísio , era representado como um velho grotesco e sempre bêbado, porém sábio. Com o tempo, o termo sileno passou a designar os sátiros velhos. Personificações da vitalidade animal, os sátiros se distinguiam pela impulsividade, a luxúria e o amor à dança e ao vinho. Tais características determinaram a denominação científica de satiríase para a compulsão sexual masculina.
A arte grega imortalizou os sátiros como participantes dos cortejos de Dionísio, nos quais dançavam e tocavam flautas ou se entregavam à perseguição de ninfas. A partir do século IV a.C., o escultor Praxíteles criou um novo modelo de sátiro, jovem e esbelto, que conservava apenas vagos traços animais. Nos festivais atenienses dedicados a Dionísio, três tragédias eram seguidas de uma peça dita "satírica", em que os integrantes do coro se disfarçavam de sátiros. Os pintores renascentistas e barrocos pintaram inúmeros sátiros e faunos.

HERCULES (HERACLES)

Hércules (em latim: Hercules) era o nome em latim dado pelos antigos romanos ao herói da mitologia grega e semideus Héracles, filho de Zeus e da mortal Alcmena. As antigas fontes romanas indicam que o herói grego "importado" veio substituir um antigo pastor mitológico chamado pelos povos da Itália de Recaranus ou Garanus, e que era famoso por sua força. Enquanto o mito de Hércules incorporou muito da iconografia e da própria mitologia do personagem grego, ele também tinha um número de características e lendas que eram marcadamente romanas. Para seduzir Alcmena, conhecida por sua formidável beleza, Zeus tomou a forma do seu marido, Anfitrião, rei de Tebas (que estava na Guerra dos Sete Chefes), e uniu-se a ela durante toda uma noite, tendo antes ordenado a Hermes que triplicasse sua duração normal.
Alcmena deu à luz, num único parto, a dois filhos: Héracles, filho de Zeus, e Íficles, filho de Anfitrião.
Ao nascer, Zeus, que pretendia torná-lo imortal, pediu a Hermes que levasse Héracles para junto do seio de Hera, quando esta dormia, e o fizesse mamar. A criança sugou com tal violência que, mesmo após Héracles ter terminado, o leite da deusa continuou a correr e as gotas caídas formaram no céu a Via-Láctea e na Terra, a flor-de-lis.
O nome dado originalmente a Héracles foi Alcides, em homenagem a seu avô Alceu, pai de Anfitrião. O nome alternativo de Héracles foi uma tentativa sem sucesso de apaziguar o ódio de Hera, louca de ciúmes pelas infidelidades do marido. Héracles teve que defender-se de suas perseguições desde a tenra infância. Com apenas oito meses de vida, por exemplo, estrangulou com as mãos duas serpentes que a deusa mandara ao seu berço para que o matassem.
Ao crescer, Héracles cada vez mais sobressaiu-se pela enorme força e coragem. Sua primeira façanha heróica deu-se quando se dirigiu à Beócia, região próxima de Tebas, onde perseguiu e matou apenas com as mãos um enorme leão que devorava os rebanhos de Anfitrião e de Téspio, na região de Citéron. A caçada durou cinquenta dias consecutivos, durante os quais Héracles foi hóspede de Téspio, que aproveitou para fazer com que toda noite uma das suas cinquenta filhas se unisse ao herói, de maneira a criar uma aguerrida descendência. Muitos dos netos de Téspio, conhecidos como Tespíadas, foram conduzidos por Hércules até a Sardenha, onde se estabeleceram como colonos.
Ao regressar a Tebas após esta caçada, Héracles encontrou os enviados do rei Ergino, de Orcómeno, que vinham recolher um tributo que os tebanos lhe pagavam regularmente. Após derrotá-los e e insultá-los, Héracles obrigou os Mínios de Orcómeno a pagar um tributo duas vezes maior que o que haviam imposto a Tebas. Neste combate, morreu Anfitrião, que lutou corajosamente ao lado do filho.

SÍSIFO

Na mitologia grega, Sísifo, filho do rei Éolo, da Tessália, e Enarete, era considerado o mais astuto de todos os mortais.
Foi o fundador e primeiro rei de Éfira, depois chamada Corinto , onde governou por diversos anos. Casou-se com Mérope, filha de Atlas, sendo pai de Glauco e avô de Belerofonte.
Familia: 
Éolo foi um dos filhos de Heleno, filho de Deucalião, e reinou sobre a Tessália. Enarate era filha de Deimachus.
Éolo e Enarete tiveram vários filhos: Creteu, Sísifo, Deioneu, Salmoneu, Atamante, Perieres, Cercafas e Magnes, e filhas, Calice, Peisidice, Perimele, Alcione e Cânace. Em sua historia Sísifo era mestre da malícia e da felicidade, ele entrou para a tradição como um dos maiores ofensores dos deuses.
Segundo Higino, ele odiava seu irmão Salmoneu; perguntando a Apolo como ele poderia matar seu inimigo, o deus respondeu que ele deveria ter filhos com Tiro, filha de Salmoneu, que o vingariam. Dois filhos nasceram, mas Tiro, descobrindo a profecia, os matou. Sísifo se vingou ... e, por causa disso, ele recebeu como castigo na terra dos mortos empurrar uma pedra até o lugar mais alto da montanha, de onde ela rola de volta.
Segundo Pausânias, ele tornou-se rei de Corinto após a partida de Jasão e Medeia; nesta versão, Medeia não matou os próprios filhos por vingança, mas escondeu-os no templo de Hera esperando que, com isso, eles se tornassem imortais.
Sísifo casou-se com Mérope, uma das sete Plêiades, tendo com ela um filho, Glauco. Ele também teve outros filhos, Ornitião, Tersandro e Almus6 .
Certa vez, uma grande águia sobrevoou sua cidade, levando nas garras uma bela jovem. Sísifo reconheceu a jovem Égina, filha de Asopo, um deus-rio. Mais tarde, o velho Asopo veio perguntar-lhe se sabia do rapto de sua filha e qual seria seu destino. Sísifo logo fez um acordo: em troca de uma fonte de água para sua cidade, ele contaria o paradeiro da filha. O acordo foi feito e a fonte presenteada recebeu o nome de Pirene.
Assim, ele despertou a raiva do grande Zeus, que enviou o deus da Morte, Tânato, para levá-lo ao mundo subterrâneo. Porém o esperto Sísifo conseguiu enganar o enviado de Zeus. Elogiou sua beleza e pediu-lhe para deixá-lo enfeitar seu pescoço com um colar. O colar, na verdade, não passava de uma coleira, com a qual Sísifo manteve a Morte aprisionada e conseguiu driblar seu destino.
Durante um tempo não morreu mais ninguém. Sísifo soube enganar a Morte, mas arrumou novas encrencas. Desta vez com Hades, o deus dos mortos, e com Ares, o deus da guerra, que precisava dos préstimos da Morte para consumar as batalhas.
Tão logo teve conhecimento, Hades libertou Tânato e ordenou-lhe que trouxesse Sísifo imediatamente para as mansões da morte. Quando Sísifo se despediu de sua mulher, teve o cuidado de pedir secretamente que ela não enterrasse seu corpo.
Já no inferno, Sísifo reclamou com Hades da falta de respeito de sua esposa em não o enterrar. Então suplicou por mais um dia de prazo, para se vingar da mulher ingrata e cumprir os rituais fúnebres. Hades lhe concedeu o pedido. Sísifo então retomou seu corpo e fugiu com a esposa. Havia enganado a Morte pela segunda vez.
Outra história a respeito de Sísifo trata do ocorrido quando Autólico, o mais esperto e bem-sucedido ladrão da Grécia (que era filho de Hermes e vizinho de Sísifo), tentou roubar-lhe o gado. Autólico mudava a cor dos animais. As reses desapareciam sistematicamente sem que se encontrasse o menor sinal do ladrão, porém Sísifo começou a desconfiar de algo, pois o rebanho de Autólico aumentava à medida que o seu diminuía. Sísifo, um homem letrado (teria sido um dos primeiros gregos a dominar a escrita), teve a ideia de marcar os cascos de seus animais com sinais de modo que, à medida que a res se afastava do curral, aparecia no chão a frase "Autólico me roubou". Posteriormente, Sísifo e Autólico fizeram as pazes e se tornaram amigos. Sísifo também seduziu Anticleia, filha de Autólico, que mais tarde se casou com o rei de Ítaca, Laerte; por este motivo, Odisseu é considerado, por alguns autores, como filho de Sísifo.
Sísifo morreu de velhice e Zeus enviou Hermes para conduzir sua alma a Hades. No tártaro, Sísifo foi considerado um grande rebelde e teve um castigo, juntamente com Prometeu, Tício, Tântalo e Íxion.
Por toda a eternidade Sísifo foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível. Por esse motivo, a tarefa que envolve esforços inúteis passou a ser chamada "Trabalho de Sísifo".

CIRCE

Circe (em grego: Κίρκη, Kírkē — "falcão") era, na mitologia grega, uma feiticeira, ou, em versões racionalizadas do mito, uma especialista em venenos.
Circe era filha da deusa Hécate com Eetes, em outras versões seria filha do deus Hélios e da ninfa Perseis. Também podendo ser filha de Hécate e Hélios.
Circe era uma famosa feiticeira, considerada a Deusa da Noite, que com imenso poder da alquimía, elaborava venenos e poções mágicas. Segundo a lenda, costumava transformar os homens em animais, vivendo em um palácio cheio de artifícios. Filha de Perséia - a destruição, também com significado de Hécate e de Hélios - o deus sol, Circe era considerada a Deusa da Lua Nova ou Lua Negra, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões.
Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, transformava homens em animais, fazia florestas se moverem e o dia virar noite. Os escritores antigos Homero, Hesíodo, Ovídio e Plutarco relataram suas proezas, garantindo para ela um lugar nas lendas. Vivia num palácio encantado, cercado por lobos e leões, seres humanos enfeitiçados. Crê-se que essa ilha se encontra hoje onde é o Monte Circeu.
Circe casou-se com o Rei dos Sámatas e tendo-o envenenado, se refugiou na Ilha de Ea ou Eana, no litoral da Italia. O nome da ilha Ea ou Eana é traduzido como prantear e dela emanava uma luz tênue e fúnebre. Essa luz identificava Circe como a deusa da morte horrenda e do terror. Era também associada aos vôos mortais dos falcões, pois, assim como estes, ela rodeava suas vítimas para depois enfeitiçá-las.
O grito do falcão é "circ-circ", considerado a canção mágica de Circe, que controlava tanto a criação quanto a dissolução. Sua identificação com os pássaros é importante, pois eles têm a capacidade de viajar livremente entre os reinos do céu e da terra, possuidores dos segredos mais ocultos, mensageiros angélicos e portadores do espírito e da alma. Escritores gregos antigos a citavam como "Circe das Madeixas Trançadas", pois podia manipular as forças da criação e destruição através de nós e tranças em seus cabelos. Como o círculo, ela era também a tecelã dos destinos.
Na Odisséia, no decurso de suas perambulações, o herói Odisseu e sua tripulação desesperada chegaram na Ilha de Eana, onde vivia Circe. Ao desembarcar, Odisseu subiu até uma montanha de onde avistou um ponto no centro da ilha, um palácio rodeado de árvores.
Odisseu então enviou seus homens para verificar as condições de hospitalidade. Ao se aproximarem do palácio os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que eram homens transformados em feras por seus encantamentos. De dentro do palácio vinha uma música suave e o canto de uma bela voz de mulher. Quando entraram, ela os recebeu e eles de nada desconfiaram, exceto Euríloco, o chefe da expedição.
A deusa serviu vinho e iguarias. Enquanto eles se divertiam, Circe tocou-os com uma varinha de condão e eles se transformaram imediatamente em porcos, embora conservando a inteligência de homens. Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Odisseu, então, resolveu ir ele próprio tentar a libertação dos companheiros.
Enquanto se encaminhava para o palácio encontrou o jovem Hermes, que conhecia suas aventuras e lhe contou dos perigos de Circe. Não sendo capaz de convencer Odisseu, Hermes deu-lhe o broto de uma planta chamada Moli, dotada do poder de resistir às bruxarias e ensinou-lhe o que deveria fazer.
Quando Odisseu chegou ao palácio foi recebido por Circe com muita cortesia, que lhe serviu vinho e comida. Mas quando ela o tocou com a varinha para transformá-lo em porco, Odisseu tirou sua espada e investiu furioso contra a feiticeira, que implorou clemência. Odisseu exigiu que ela libertasse seus companheiros e ela retirou o encantamento. Os homens readquiriram suas formas e Circe prometeu um banquete para toda tripulação.
Tratados magnificamente durante vários dias, Odisseu esqueceu de retornar à Ítaca, e se resignou àquela vida inglória de ócio e prazer. Por alguns anos, Odisseu permaneceu com Circe aprendendo com ela as magias do encantamento. Por fim, seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele resolveu partir.
Circe recomendou aos marinheiros tapar os ouvidos com cera para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias. As sereias eram criaturas marítimas que tinham o poder de enfeitiçar com seu canto, fazendo-os atirar-se ao mar e encontrar a morte. A Odisseu, Circe aconselhou a amarrar a si mesmo no mastro dando instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias.

ÍXION

Íxion (em grego: Ἰξίων), filho de Flégias e irmão de Corônis, descendente do deus-rio Peneu foi rei dos Lápitas, um povo que habitava a Tessália, próximo aos montes Pélios e Ossa. Tendo-se apaixonado por Dia, filha de Eioneu, prometeu-lhe seus cavalos para desposar sua filha. Após o casamento, Íxion negou ao seu sogro os cavalos que lhe havia prometido, ao que este reagiu com a tomada à força do que lhe era devido, fazendo com que Íxion jurasse vingança. Não tendo conseguido decidir entre a morte e o sofrimento para seu sogro, Íxion decidiu por ambos: construiu uma câmara incendiária e camuflou-a em sua casa como um cômodo. Dioneu, tendo aceitado um convite de Íxion para uma reconciliação dirigiu-se à casa deste e caiu em sua armadilha. Enquanto era incinerado, seus gritos de desespero levaram Íxion ao arrependimento, porém tardio. Ao abrir a porta da câmara, Íxion se deparou com o corpo carbonizado de seu sogro.
Após seu crime, o remorso fez com que Íxion enlouquecesse, e sua loucura o fez um andarilho medicante. O único jeito de recobrar a sanidade seria submetendo-se a uma purificação para a expiação do crime, Todavia ninguém conhecia o rito próprio para o caso, já que nunca antes ninguém havia assassinado um membro de sua própria família.
Ao olhar a tristeza profunda de Íxion, Zeus comoveu-se. Devolvendo a sanidade e convidou-o a partilhar do banquete dos Deuses, convite que foi prontamente aceito pelo mortal. Tendo-se embriagado pelo néctar, Íxion passou a assediar a esposa de seu anfitrião, a própria Hera. Esta, ao perceber as intenções do visitante alertou seu marido a respeito das intenções de seu convidado. Ao que parece Zeus encontrava-se com um bom-humor descomunal neste dia, pois, em lugar de enraiva-se, achou lúdica a situação, e para testar seu hóspede forjou um simulacro de sua própria esposa usando uma nuvem, e deixou-a a sós com Íxion, que a possuiu. Desse conúbio nasceu a raça dos Centauros, metade homens, metade cavalos. Todos os Centauros são descendentes de Íxion, exceto Quíron (preceptor de Aquiles entre outros) e Folo.
Após ter possuído Néfele crendo ser esta Hera, Íxion despediu-se dos Deuses e voltou para a Terra e, tendo chegado, divulgou para os primeiros mortais que encontrou, falando que havia possuído a esposa do onipotente e imponente Zeus. Este, enfim, irritou-se ao ver a possibilidade de receber a fama de ter sido traído por um mero mortal. Imediatamente Íxion foi fulminado por um raio e lançado no Tártaro, onde foi preso a uma roda flamejante e condenado a nela girar pela eternidade.
ETIMOLOGIA:
Weizsäcker (em Roscher, Myth. Lex. II, coll. 769-70) recolhe algumas hipóteses para explicar este nome: 1) a partir
de ἵκω, "andar"; 2) de ἱκέτης, "suplicante"; 3) da raiz ἰκ- sem aspiração, cf. grego ἰκμάς, "umidade". Segundo Carnoy
(DEMGR), porém, o nome estaria relacionado com o suplício da personagem e derivaria de ueik+s, "girar". Room (Room's
Classical Dictionary, p. 175) tende à hipótese que o deriva de ἰσχύς, "força", e significa "homem forte". Ruijgh ("Minos"
9, 1968, p. 143) defende, finalmente, que se trata de um hipocorístico de um nome como * Ἱξί-θεος, de ἱκέσθαι
(εὔχεσθαι); explicar-se-ia a psilose porque os atenienses não se teriam colocado a etimologia deste nome transmitido
pela tradição épica: assim, mantiveram intacta a psilose jônica.

ÓRION

Na mitologia grega, Orion era um gigante caçador, por vezes chamado de Orião. De seu mito há várias versões . Segundo a mais comum delas, Orion era filho de Poseidon e de Gaia . Recebeu de seu pai o dom de andar sobre as águas, e de sua mãe o tamanho gigantesco. Dotado de beleza extraordinária ,era cobiçado pelas mulheres e pelas deusas.
Casou-se inicialmente com Side, que se dizia ser a mais bela de todas as jovens da Grécia antiga. Mas Side era orgulhosa e gabava-se de ser mais bela ainda do que as imortais, mais bela do que a própria Hera . Ciumenta, Hera vingou-se e precipitou a jovem do cimo das montanhas do Tártaro , matando-a. Tendo perdido a esposa , Orion perambulou perdido pela Terra.
Certo dia, foi chamado por Enopião , rei de Chios ,para acabar com as feras que haviam invadido seu reino. Tendo terminado o serviço , conheceu a jovem Mérope , filha de Enopião. Mal se viram os jovens apaixonaram-se. Porém o pai de Mérope era contra o casamento ,e criou uma armadilha ao gigante. Enopião ,que significa "o que bebe vinho", em grego, conseguiu embebedar o jovem . Quando este já estava dormindo, o rei cegou-o e expulsou-o do reino. Foi achado por um garoto, que se sentou em seus ombros e o guiou até o Sol Nascente . Quando Eos ,a Aurora, o viu apaixonou-se por ele e curou-o, dando-lhe novamente a visão. Os dois foram morar na ilha de Delos .Os dois viveram algum tempo juntos, porém o amor deles não durou muito, e Orion partiu para novas conquistas.
Em suas viagens ,conheceu Artemis, a deusa da caça, com quem criou forte amizade. Logo o caçador se apaixonou pela deusa, e, segundo dizem alguns autores, Artemis tambem se enamorou dele, apesar disso ser motivo de controvérsia. De qualquer forma a amizade dos dois gerou fortes ciúmes em Apolo , que um dia enviou um enorme Escorpião para matar o gigante. Apesar de o caçador estar habituado a esmagar estas criaturas , este era maior que Orion , além de possuir uma couraça que a espada do gigante não conseguia atravessar. Houve uma feroz batalha, que acabou com a morte de Orion.
Inconformada, Artemis pediu a seu pai, Zeus, que o revivesse. Zeus se recusou, mas acabou por transformar Orion em uma constelação, colocando-o nos céus. Transformou também o Escorpião, mas,temeroso de que os dois lutassem, zeus colocou-o no canto oposto do céu,de forma que quando um ascendesse , à noite, o outro descendesse, e nunca estivessem juntos no céu.
Outras versões contam que quem enviou o escorpião foi a própria Artemis, pois Orion havia tentado estuprá-la, ou Gaia, pois O gigante havia prometido acabar com todos os animais selvagens da Terra. Há ainda a versão que diz que a morte do caçador nada teve a ver com escorpiões. Apolo , viajando por uma praia com sua irmã,e sabendo que o caçador estava nadando nas proximidades, desafiou Artemis a acertar com uma flecha um pequeno ponto no mar. Impecável na pontaria, a deusa da caça acertou em cheio o ponto, na verdade a cabeça de Orion , matando seu grande amor. Colocou-o então no céu, para ter sua lembrança por toda a eternidade.Esta versão não explica o fato do escorpião e o caçador nunca se encontrarem , e por isso a outra é mais aceita.
Orion está no céu sempre a perseguir uma lebre, acompanhado por Sírius ,que segundo alguns é seu cão, uma pele de leão e com uma espada no cinto.

PERSEU

Filho de Dânae, que foi trancada em uma torre por causa de uma profecia que seu filho tomaria o trono, então desce em forma de uma fina chuva de ouro para seduzi-la, Polidectes enfurecido coloca sua filha em um cesto em é encontrada por Dictis que cria o menino, Perseu cresce forte e polidectes com medo lança o desafio de trazer a cabeça da Gorgona Medusa Perseu não resiste ao desafio parte, para o combate ganha o escudo de Atenas, o Elmo de Hades e as sandálias de Hermes, ele consegue vencer sem olhar diretamente para os olhos do mostro, através do reflexo do espelho, arranca a cabeça da Medusa, no caminho encontra Andrômeda, que estava acorrentada no mar e explica é oferecida a Ceto, porque sua mão enfureceu os deuses, quando perseu promete lhe salvar o monstro aparece a após uma batalha sangrenta salva a princesa, e ganha sua mão de seus pais, ainda petrifica Atlas que duvida que ele tenha matado a rainha das Gorgonas com suas próprias mãos, em casa vê uma desordem Polidectes persegue sua mão então Perseu junto muitos amigos para enfrentar Polidectes, durante a batalha vê que está perdendo então Grita “aqueles que forem meus amigos que fechem os olhos! Então levanta a cabeça da Medusa petrificando todos os inimigos e algums amigos incrédulos, Polidectes quando viu o que ia ocorrer também fechou os olhos e foi até Perseu implorando perdão Por favor Perseu, me deixe viver, eu reconheço que tu és mais forte e que mataste a gógona, então não me mate também”. Então Perseu responde, “Tratarei bem de você Polidectes, deixarei você em minha casa para jamais esquecer da covardia que me mostra agora”. Então Perseu vira a cabeça da Medusa para o rei o petrificando e leva a estatua para casa para nunca esquecer o ocorrido.

TESEU

Teseu (em grego: Θησεύς) foi, na mitologia grega, um grande herói ateniense. Corresponde, para a Ática, o que o dórico Héracles era para o Peloponeso. Seu nome significa "o homem forte por excelência".
Embora não haja registros históricos que provem indiscutivelmente que Teseu existiu, [carece fontes] alguns historiadores supõem que ele governou Atenas entre 1234 a.C. e 1204 a.C., como consta na lista tradicional dos Reis de Atenas, conforme cálculos de Jerônimo de Estridão.
Familia:
Seu pai, Egeu, era filho de Pandião II e nasceu, assim como seus irmãos Palas, Niso e Lico, em Mégara. Pandião tinha sido rei de Atenas, mas foi expulso pelos metiônidas, filhos de Metion, e se refugiou em Mégara; quando o rei Pylas foi para o Peloponeso, Pandião II, casado com a filha de Pylas, se tornou rei de Mégara.
Os filhos de Pandião retornaram a Atenas e expulsaram os metiônidas, recuperando o reino para Egeu ou dividindo o reino em quatro, tendo Egeu com o poder supremo.
O nascimento de Teseu:
Egeu casou-se com duas mulheres, Meta, filha de Hoples e Chalciope, filha de Rhexenor, mas não teve filhos com nenhuma delas; temendo perder o reino para seus irmãos (Palas, Niso e Lico), Egeu consultou a Pítia, mas não entendeu sua resposta. Na volta para Atenas, Egeu se hospedou em Trezena, cujo rei Piteu, filho de Pélope, compreendendo o oráculo, fez Egeu se embebedar e deitar com sua filha Etra. Na mesma noite, porém, Posidão também se deitou com Etra. Egeu pediu a Etra que, se ela desse à luz um menino, só revelasse ao filho quem era seu pai quando ele tivesse forças para pegar a espada e as sandálias que ele escondera sob uma enorme pedra. Depois disso devia ir em segredo até Atenas, portando a espada de seu pai e calçando suas sandálias. Egeu teve de voltar a Atenas, para celebrar o festival Panateniense, onde Androgeu, filho de Minos, derrotou todos os competidores. Androgeu foi morto; segundo uma versão, Egeu enviou contra Androgeu o touro de Maratona, que o matou, ou Androgeu viajou para Tebas, para participar dos jogos fúnebres em honra a Laio, e foi assassinado pelos competidores. Quando a notícia da morte de Androgeu chegou a Minos, ele estava sacrificando às Graças emParos, e jogou fora a guirlanda que usava e interrompeu a música das flautas, costume este que passou a ser adotado em Paros, nos sacrifícios às Graças, feitos sem flautas e guirlandas. Nasceu um menino, que cresceu vigoroso e forte como um herói. Aos dezesseis anos seu vigor físico era tão impressionante que Etra decidiu contar-lhe quem era o pai e o que se esperava dele. Teseu ergueu então a enorme pedra antes movida por Egeu, recuperou a espada e as sandálias do pai e dirigiu-se para Atenas.
A Chegada de Teseu:
Em sua viagem, chegou a Epiadouro, onde encontrou Perifetes, filho de Hefesto e de Anticleia. Perifetes, assim como seu pai, era coxo e usava sua muleta como clava para matar os peregrinos que estavam indo para Epiadouro. Teseu matou-o com a sua própria muleta/clava e guardou-a como lembrança de sua primeira vitória. Teseu passou por várias outras batalhas, entre elas, batalhou uma vez com Sínis, gigante filho de Poseidon, que amarrava seus inimigos em um pinheiro e os arremessava contra rochas, envergando o mesmo até o chão. Teseu fez o mesmo com Sínis e prosseguiu em sua viagem.
Teseu em Athenas:
Quando Teseu chegou em Atenas já era conhecido pelos seus feitos, mas o rei Egeu não sabia que ele era seu filho. Medeia já estava instalada no palácio real depois de fugir de Corinto após o assassinato de quatro pessoas, inclusive seus dois filhos. Medeia sabia da identidade do herói, mas não contou a Egeu e sim o convenceu a matar o forasteiro, que poderia ser uma ameaça ao seu reinado. Colocou veneno no vinho e ofereceu ao visitante ilustre. Teseu tirou a espada para seu conforto à mesa e Egeu o reconheceu, evitando assim a sua morte. Medeia mais uma vez foi expulsa de um reino, só que desta vez voltou para a Cólquida.Variantes do mito contam que Medeia mandou seu enteado na missão de capturar um touro bravo que vivia perto de Atenas, na planície de Maratona. Este touro seria o de Creta, do 7º trabalho de Héracles. Depois de morto o touro, foi feito um sacrifício para Apolo e, quando Teseu sacou da espada, foi reconhecido pelo pai. Na véspera da caçada uma senhora hospedou Teseu em sua humilde casa e prometeu um sacrifício para Zeus se ele voltasse vivo e vitorioso. Quando voltou para ver sua anfitriã, que se chamava Hécale, Teseu encontrou-a morta e instituiu um culto a Zeus Hecalésio para sua honra. Antes de virar rei, Teseu precisou enfrentar a sua própria fúria animal na forma de um touro. Este mesmo touro foi o responsável pelo encontro de Teseu com Ariadne, filha de Minos, o que pode ter sido o início de sua derrocada.Ao tomar conhecimento de que seus primos, os cinquenta Palântidas, queriam tirar o trono de seu pai, Teseu resolveu acabar com eles. Os primos se dividiram para fazer uma emboscada, mas não adiantou muito, pois Teseu foi avisado pelo arauto chamado Leos. Conta-se que, depois da 'limpeza familiar', Teseu teve de se exilar por um ano em Trezena.
Teseu e o Minotauro de Creta:
Para combater o touro de Creta, foi enviado anteriormente por Egeu o jovem Androgeu, que era filho de Minos e sua esposa Pasífae, reis deCreta. Dizem que o motivo foi a inveja pelo desempenho do jovem nos jogos de Atenas. Como o jovem pereceu tentando matar o touro, seu pai Minos resolveu fazer uma guerra contra Atenas, da qual saiu vencedor. Uma variante do mito dá a morte de Androgeu por motivos políticos, pois este teria se unido aos Palântidas, que eram inimigos de Egeu. Minos rumou paraMégara com sua poderosa esquadra e logo partiu para cercar Atenas. Durante a guerra uma peste enviada por Zeus contra os atenienses provocou a derrota de Egeu, o que levou o rei Minos a cobrar uma taxa a cada nove anos. A taxa foi em forma de sete rapazes e sete moças atenienses enviados para Creta, onde seriam colocados no labirinto para serem devorados pelo seu filho monstruoso, o Minotauro. Na terceira remessa de jovens, Teseu estava presente e resolveu intervir no problema. Entrou no lugar de um jovem e partiu para Creta para entrar no Labirinto. Na partida usou velas pretas para navegar e seu pai entregou-lhe um jogo de velas brancas, para usar caso saísse vitorioso na missão.Com efeito, a linda Ariadne, filha do poderoso Minos, apaixonou-se por Teseu e combinou com ele um meio de encontrar a saída do terrível labirinto. Um meio bastante simples: apenas um novelo de lã. Ariadne ficaria à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu iria desenrolando à medida que fosse avançando pelo labirinto. Para voltar ao ponto de partida, teria apenas que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria firmemente. Teseu avançou e matou o monstro com um só golpe na cabeça.
A Volta e a Queda de Teseu:
No caminho de volta, parou na ilha de Naxos e de lá zarpou, deixando Ariadne dormindo. Esta é a versão mais conhecida e numa outra é Dionísio que pediu para Teseu deixar a jovem lá. Como presente de núpcias para Ariadne, Dionísio lhe deu um diadema de ouro cinzelado feito por Hefesto. Este diadema foi mais tarde transformado em constelação. Dionísio e Ariadne tiveram quatro filhos: Toas, Estáfilo, Enopião e Pepareto. Em outra variante, Teseu abandonou Ariadne porque amava Egle filha de Panopleu. Em uma quarta variante, levou Ariadne para a praia da ilha para amenizar seu enjoo. Um vento muito forte deixou o navio à deriva e quando ele conseguiu voltar encontrou a princesa morta .A escala seguinte foi na ilha de Delos, onde consagrou uma estátua de Afrodite, presente de Ariadne. Depois ele e seus companheiros realizaram uma dança circular que se tornou um rito na ilha de Apolo e foi executado por muito tempo. Ao se aproximar de Atenas, Teseu se esqueceu de trocar as velas negras pelas velas brancas e seu pai, quando avistou o navio, achou que ele havia morrido na empreitada, atirando-se do penhasco no mar, que então passou a levar o seu nome.Subindo ao trono, Teseu organizou um governo em bases democráticas, reunindo os habitantes da Ática, fazendo leis sábias e úteis para o povo. Vendo que tudo corria bem e os atenienses estavam felizes, Teseu mais uma vez se ausentou em busca das aventuras que tanto apreciava.Teseu liderou uma luta contra as Amazonas e suas origens são contadas com alguma diferença. Numa das versões lutou junto com Héracles e recebeu como prêmio a Amazona Antíope e teve com ela um filho chamandoHipólito. Em outra versão Teseu foi sozinho à terra das Amazonas e raptou Antíope. As Amazonas então invadiram a Ática para vingar o rapto. Numa terceira variante, as Amazonas invadiram Atenas, pois Teseu tinha abandonado Antíope para se casar com a irmã de Ariadne,Fedra. De qualquer maneira, para comemorar a vitória sobre as Amazonas os atenienses instituíram as festas chamadas Boedrômias.Em uma de suas aventuras com Pirítoo, resolveu raptar Helena, ainda uma criança, e logo em seguida ir ao Hades raptar Perséfone. Este fato foi estimulado porque as duas eram de ascendência divina. Resolveram que Helena seria esposa de Teseu e Perséfone de. Os heróis foram a Esparta e raptaram Helena de dentro de templo de Ártemis, mas não contavam que os irmãos da jovem, Castor e Pólux, fossem atrás da irmã. Teseu levou Helena para Afidna para ficar sob os cuidados de sua mãe Etra e ele e Pirítoo foram ao Hades raptar Perséfone. Durante esta aventura Castor e Pólux conseguiram resgatar a sua irmã. Este resgate foi facilitado por Academo, que revelou o esconderijo da princesa. No Hades foram convidados pelo seu rei para sentarem e comerem, com isso ficaram presos nos assentos infernais. Quando Héracles foi ao inferno libertá-los, somente lhe foi permitido levar Teseu, ficando Pirítoo preso na 'cadeira do esquecimento'.Quando Teseu retornou para Atenas encontrou a cidade transtornada e transformada. Cansado de tanta luta e do trabalho administrativo, enviou seus filhos para Eubéia, onde reinava Elefenor (enganar com promessas), e resolveu morar na ilha do Ciros. Licomedes (o que age como lobo), o rei da ilha de Ciros, sentindo-se ameaçado, resolveu matar o herói, jogando-o de um penhasco. Mesmo depois de sua morte, oeidolon (alma sem o corpo) de Teseu ajudou os atenienses durante a batalha de Maratona, em 480 a.C., afugentando os persas.Depois de sua morte, porém, os atenienses, arrependidos, foram a Ciros buscar suas cinzas e ergueram um templo magnífico em sua honra.
Arqueologia:
Esta fábula, que tem sido objeto de investigações dos historiadores, parece indicar que Atenas, durante muito tempo, esteve dominada pelos reis de Creta, que lhe exigiam pesados tributos. O episódio de Teseu e do Minotauro deve indicar uma revolução que libertou os atenienses.Escavações realizadas na ilha de Creta, no início do século, revelaram a existência de um grande palácio provido de imensos corredores que lembravam um labirinto. Por outro lado, afirmam os especialistas que existem elementos que permitem dizer que os reis de Creta usavam, em certas festas e cerimônias religiosas, máscaras representando cabeças de touros.

HIPNOS

Hipnos ou Hipno (em grego: Ὕπνος, lit. "sono") é o deus grego do sono.
De acordo com a mitologia grega, Hipnos é a personificação do sono, da sonolência. Segundo a Teogonia de Hesíodo, ele é filho sem pai de Nix (Νύξ, "noite"), a escuridão acima de Gaia; outras fontes dizem que o pai é o Érebo (As Trevas Primordiais, que personifica a escuridão profunda e primitiva que se formou no momento da criação). Tem muitos irmãos, entre os quais o mais importante é seu irmão gêmeo Tânato, (Θάνατος, "morte") a personificação da morte. Tanto que em Esparta, é comum sua imagem ser colocada sempre ao lado da morte, representada por seu irmão. Seus outros irmãos nasceram apenas da vontade de Nix ou da ajuda de Érebo.
Seus irmãos são:

Tânato, a morte;
Éter, a luz
Éris, a discórdia;
Hemera, o dia;
Hespérides, a tarde;
Apáte, o engano;
Filótes, a amizade;
Geras, a velhice;
Lissa, a loucura;
Momo, o escárnio;
Oizus, a miséria;
Lete, o esquecimento;
Até, o erro;
Nêmesis, a vingança;
Kera, o destino do homem em seus momentos finais;
Moro, o quinhão que cada homem receberá em vida;

Hipnos é o responsável pelo descanso restaurador de todas as criaturas terrestres, enquanto ele pairava sobre a superfície. A Ilíada, de Homero, afirma que Hipnos mora em Lemnos, junto de sua esposa Grácia Pasitea, oferta da deusa Hera por seus serviços prestados. Normalmente, ao repousar, ele adotava a forma de uma ave.
Ele e sua esposa tiveram os oneiros, seus filhos, responsáveis por distribuir os sonhos:

ÍCELO  - criador dos pesadelos;
MORFEU  - criador dos sonhos;
FÂNTASO  - criador dos objetos inanimados que aparecem nos sonhos;
FANTASIA  - única filha, criadora dos monstros, quimeras e devaneios.

Hipnos vivia num palácio construído dentro de uma grande caverna no oeste distante, onde o sol nunca alcançava, porque ninguém tinha um galo que acordasse o mundo, nem gansos ou cães, de modo que Hipnos viveu sempre em tranquilidade, em paz e silêncio. Do outro lado de todo este lugar peculiar passava Lete, o rio do esquecimento, e nas margens, cresciam plantas que junto ao murmúrio das águas límpidas do rio ajudavam os homens a dormir. No meio do palácio existia uma bela cama, cercada por cortinas pretas onde Hipnos descansava, sendo que Morfeu tomava cuidado de que ninguém o acordasse.
Pausânias, em sua obra Descrição da Grécia, menciona diversas vezes a presença de estátuas de Hipnos ao lado de seu irmão Tânato.

THANATOS

Na mitologia grega, Tânato (do grego θάνατος , transl. Thánatos, "morte"), também referido como Thanatos é a personificação da morte, enquanto Hades reinava sobre os mortos no mundo inferior. Seu nome é transliterado em latim como Thanatus e seu equivalente na mitologia romana é Mors ou Letus (Letum). Muitas vezes ele é identificado erroneamente com Orcus (o próprio Orcus tinha um equivalente grego na forma de Horkos, Deus do Juramento).
É conhecido por ter o coração de ferro e as entranhas de bronze. Thanatos é filho, sem pai, de Nix, a noite, filha do Caos ou, segundo outras versões, filho de Nix e Érebo, a noite eterna do Hades. Thanatos é a personificação da morte, que nascido em 21 de agosto, tinha essa data como o dia preferido para arrebatar as vidas, enquanto Hípnos é a personificação do sono. Os irmãos gêmeos habitavam os Campos Elíseos (País de Hades, o lugar do mundo subterrâneo).
Segundo Homero, o deus Hipnos vivia em Lemmos e casou-se com Grácia Paitea que lhe fora concedida por Hera, em troca de seus serviços realizados. Hípinos é representado em foma humana e se transforma em ave antes de dormir. Também aparece representado na imagem de um jovem com asas que toca uma flauta cuja melodia faz os homens dormir e ao se locomover, deixa atrás de si, um rastro de névoa. Thanatos é representado por uma nuvem prateada que arrebatava a vida dos mortais. Também foi representado por homem de cabelos e olhos prateados. Seu papel na mitologia grega é acompanhado por Hades, o deus do mundo inferior. Thanatos é um personagem que aparece em inúmeros mitos e lendas, assim como a parece na história de Sísifo e do rei Midas, que por serem as mais importantes se dispersaram com maior facilidade.
Thanatos na história de Sísifo:
Sísifo despertou a raiva de Zeus, pois Zeus havia se transformado em águia e sobrevoado o reino de Sísifo com Egina, filha de Asopo, depois quando Asopo perguntou a Sísifo se havia visto Egina, ele contou em troca de uma fonte de água. Então Zeus enviou Thanatos para levá-lo ao Hades. Porém Sísifo conseguiu enganar Thanatos, elogiou sua beleza e pediu-lhe para deixá-lo enfeitar seu pescoço com um colar, o colar, na verdade, era uma coleira, com a qual Sísifo manteve a morte aprisionada ao mesmo tempo evitando que qualquer outra pessoa ou ser vivo morresse. Desta vez Sísifo arranjou encrenca com Hades, o deus dos mortos, e com Ares, o deus da guerra, que precisava da morte para consumar as batalhas.
Tão logo teve conhecimento, Hades libertou a morte e ordenou-lhe que trouxesse Sísifo imediatamente para o mundo dos mortos.
Thanatos na lenda de Admeto:
Conta-se que o rei Admeto recebe em seu palácio o herói Héracles. Alceste, esposa de Admeto, estava morrendo e então Thânatos é enviado para pegar a alma de Alceste, mas Héracles o expulsa de lá.

ÁJAX

Ajax (em grego: Αἴας, transl. Aias) é um dos personagens da mitologia grega, participante da Guerra de Troia. Frequentemente é referido como Ájax, o Grande, para distingui-lo do homônimo Ájax, filho de Oileu.
Família e nascimento
Ájax era filho de Telamon e Peribeia; seu pai era filho de Éaco e Endeis e sua mãe era filha de Alcatos, filho de Pélope.
Telamon e seu irmão Peleu combinaram matar seu meio-irmão Foco, filho de Éaco e Psâmate, filha de Nereu. Por sorteio, Telamon deu o golpe fatal, e Peleu escondeu o corpo; quando o assassinato foi descoberto, os dois fugiram de Égina. Segundo Ferecides de Leros, Telamon não era irmão, mas amigo, de Peleu, sendo filho de Acteu e Glauce, filha de Cicreu, rei de Salamina.
Telamon fugiu para Salamina, para a corte de Cicreu, filho de Posídon e Salamina, filha de Asopo; quando Cicreu morreu sem filhos, o reino passou para Telamon.
O filho de Telamon e Peribeia ganhou o nome Ájax porque Héracles rezou para que eles tivessem um filho homem, e neste momento apareceu uma águia  (aietos). Telamon também teve um filho com Hesíone, filha de Laomedonte, que ele recebeu como espólio da guerra que Hércules fez contra Troia; o filho de Hesíone foi Teucro.
Lenda
Ájax era filho de Telamon (rei de Salamina) e, ao lado de Diomedes, tido como um dos mais fortes e habilidosos guerreiros gregos depois de Aquiles. Meio-irmão de Teucro, era praticamente imbatível e graças a ele os gregos conquistaram várias vitórias contra os troianos. Ao lado de Ájax, lutava outro Ájax, o lócrio. Quando ambos lutavam juntos somente os deuses podiam resistir à sua investida. Ájax também era conhecido como Ájax de Salamina.
Homero descreveu Ájax como uma muralha, muito mais alto do que os outros homens, com um escudo na forma de torre e uma lança comprida. Utilizava pedras colossais para combater seus oponentes. Quando Aquiles se retirou da luta, Ájax enfrentou Heitor em um único combate. Os dois heróis lutaram o dia inteiro e só Heitor sofreu pequenos ferimentos. Após a morte de Aquiles, Ájax disputou com Odisseu a armadura do herói morto. Odisseu provou ser melhor orador e ganhou o prêmio.
Num acesso de loucura, ele degolou os animais dos rebanhos dos gregos, certo de que matava os adversários. Ao reconhecer o erro, suicidou-se. A loucura de Ájax inspirou a Sófocles a tragédia Ájax Furioso (450 a.C.).

ATLANTA

Atalanta ( em grego: Ἀταλάντη ), heroína do patrimônio lendário arcadiano ou beócio.  Na mitologia grega é uma das Abantíades, ora ligada aos mitos da Arcádia ora às lendas da Beócia. Sua filiação é controvertida; é tida como filha de Íaso, ou de Mênalo, ou ainda de Esqueneu.Como seu pai queria apenas filhos homens, Atalanta foi abandonada no monte Partênio logo após o nascimento, tendo sido alimentada por uma ursa e depois recolhida e criada por caçadores. Tornou-se também caçadora, protegida por Ártemis. Muito ágil, era tão rápida "que poderia competir com os deuses Hermes e Íris" os deuses mais rápidos.
Família: 
Pseudo-Apolodoro menciona várias versões sobre quem seria seu pai.
No texto onde ele fala sobre sua corrida, ela é filha de Iaso, filho de Licurgo, rei da Arcádia; sua avó materna pode ser Cleófila ou Eurínome, e sua mãe é Clímene, filha de Mínias.
No texto sobre a caçada ao javali Calidônio, Atalanta é filha de Esqueneu,  filho de Atamante e sua terceira esposa, Temisto. Esta versão tem a autoridade de Hesíodo.
A terceira versão é atribuída, por Pseudo-Apolodoro, a Eurípides; por esta versão, ela era filha de Maenalus.
Caçada ao javali calidônio:
Atalanta participou da caça ao javali de Calidônia, e foi a primeira a acertar o javali com uma flecha nas costas, seguida de Anfiarau, que o atingiu no olho. Quando Meleagro matou-o atingindo-o no flanco, deu a pele do javali a Atalanta. Os filhos de Téstio, invejosos de que uma mulher tivesse recebido o prêmio, a tiraram de Atalanta. Meleagro, furioso, matou os filhos de Téstio e entregou a pele a Atalanta, porém sua mãe, Althaea, triste com a morte dos irmãos, jogou no fogo o pedaço de madeira de que a vida de Meleagro dependia, e ele morreu; em seguida Althaea e Cleópatra, esposa de Meleagro, se enforcaram.
Casamento:
Como uma profecia afirmava que seria amaldiçoada e transformada em um animal ao se casar, Atalanta permaneceu virgem. Para demover os pretendentes, seu pai determinou que ela poderia se casar apenas com quem a vencesse na corrida. Os que fossem derrotados seriam mortos por Atalanta, que os trespassava com uma lança.
Muitos jovens já haviam perdido a vida tentando derrotar Atalanta, quando surgiu um novo pretendendente de nome Hipomene, filho de Megareu. Hipomene pediu a ajuda de Afrodite que lhe deu três pomos (maçãs) de ouro, para que este os deixasse cair, um a um, no decorrer da corrida com Atalanta. Quando Atalanta via os pomos no chão, deslumbrada com sua beleza, parava para apanhá-los, fazendo com que Hipomene passasse à sua frente. Desta forma Hipomene venceu a corrida e se casou com Atalanta.
Filho:
Em algumas versões da mitologia, Partenopeu, que tomou parte na primeira expedição contra Tebas, é filho de Atalanta. Seu pai poderia ser Melanion ou Ares,  Meleagro ou Schoeneus.
- Maldição -
Depois de se casar com Atalanta, Hipomene esqueceu de glorificar Afrodite. Como vingança, a deusa induziu o casal a violar um santuário de Zeus ou de Reia (conhecida em Roma como Cibele), onde namoraram. Como castigo pelo sacrilégio, Zeus (ou Reia) os transformou em leões para puxarem seu carro.
Etimologia:
O nome deriva do verbo ταλάσσαι, tema τλα-, "carregar, suportar"; poderia significar "aquela que resiste" (Schirmer,
em Roscher, Myth. Lex. I, col. 667), dado que o adjetivo ἀτάλαντος significa "de igual peso, correspondente", com
ἀ- copulativo, e não parece adaptar-se a um antropônimo feminino. Carnoy (DEMGR) defende que o ἀ- seja privativo,
e traduz "aquela que não tolera" (o homem?). Beck (em Snell, Lex. fr. Ep., col. 1470) sustenta que se trata de um nome pré-grego.

CADMO

Cadmo (em grego: Κάδμος) foi um herói da mitologia grega, lendário fundador da cidade grega de Tebas e introdutor do alfabeto fenício na Grécia.
Filho do rei Agenor e irmão mais velho de Europa, Cílix e Fênix. Quando Europa foi raptada por Zeus, o pai ordenou aos três filhos que fossem à sua procura e que não voltassem sem ela.
Durante o seu périplo, os irmãos de Europa fundaram várias cidades e por fim acabaram se estabelecendo definitivamente em outras regiões. Fênix se instalou na Fenícia; Cílix, na Cilícia; e Cadmo, na Grécia.
Cadmo viajou acompanhado da mãe, Teléfassa, e dirigiu-se inicialmente para a Trácia (ou Samotrácia), onde viveu algum tempo. Pouco depois da morte da mãe, aconselhado pelo oráculo de Delfos, parou de procurar Europa e fundou a Cadmeia, a acrópole fortificada da futura cidade de Tebas.
Segundo a tradição, o oráculo havia mandado Cadmo escolher o local seguindo uma vaca até que ela caísse de cansaço. Ao encontrar uma vaca com um sinal diferente, Cadmo a seguiu até a Beócia e decidiu fundar a cidade no local onde ela parou. Antes, para obter água de uma fonte próxima, teve de matar a pedradas um dragão (tido por filho de Ares) que guardava um bosque sagrado. Logo depois, a conselho de Atena, semeou os dentes do dragão morto.
Dos dentes nasceram diversos guerreiros, totalmente armados e de aspecto ameaçador. Instado por Atena, Cadmo lançou, sem ser visto, uma pedra sobre eles. A pedra desencadeou uma violenta disputa e, no fim da luta, restaram apenas cinco guerreiros vivos, os espartos (i.e., "os semeados"). Eles auxiliaram Cadmo na fundação da cidade e eram considerados ancestrais das famílias nobres de Tebas.
Devido à morte do dragão, Cadmo foi condenado pelos deuses a servir Ares durante 8 anos. No fim do período, Zeus concedeu-lhe a mão de Harmonia, filha de Ares e de Afrodite. Os deuses imortais comparecerem em peso ao casamento, as musas cantaram durante os festejos e a noiva recebeu dois presentes fabulosos: um maravilhoso vestido, tecido pelas Graças, e um belíssimo colar de ouro, feito por Hefesto.
Cadmo tornou-se rei de Tebas e seu reinado foi longo e próspero; consta que ele civilizou a Beócia e ensinou aos gregos o uso da escrita. Cadmo (e Harmonia) tiveram vários filhos, Autônoe, Ino, Sêmele, Agave e Polidoro.1
Embora Tebas tenha prosperado sob o reinado de Cadmo, o infortúnio sobrepujou seus descendentes. Na sua velhice, duas de suas filhas e dois de seus netos foram mortos violentamente.

Já idoso, Cadmo entregou o trono de Tebas a Penteu, filho de Agave e Equionte (um dos espartos), e retirou-se com Harmonia para a Ilíria, onde se tornou rei e teve outro filho, Ilírio. Viveu ainda algum tempo e, no final da vida, foi transformado pelos deuses em serpente, juntamente com sua esposa.

AS GRÉIAS

As Gréias, também chamadas de Fórcidas, tinham cabelos grisalhos desde o seu nascimento, por isso eram chamadas de Greias - as cinzas. Filhas de Cetus e Fórcis, elas eram divindades marinhas originadas de Gaia. Apesar de Cetus significar monstro, nome dado pelos antigos gregos às baleias, Cetus era uma deusa extremamente bela e gerou belas filhas porém perigosas e odiadas pelos deuses, como as Górgonas, a serpente Ladon, Equidna e as Gréias.
Elas pediram aos deuses a vida eterna mas esqueceram de pedir juventude eterna, portanto envelheciam sem morrer. Eram as três irmãs mais velhas e guardiãs das Górgonas. Decrépitas, tinham somente um olho e um dente que elas compartilhavam entre si. Nunca o dente e o olho estava ao mesmo tempo com uma só, ou seja, durante todo o tempo só uma delas falava, outra só uma tinha visão e a última apenas ouvia.
Enyo - o terror, Deino - o medo e Pefredo - o alerta, viviam no Extremo Ocidente, no país da Noite, onde jamais chegava o sol. Apesar das Gréias serem consideradas pacíficas, Enyo é possivelmente um hipocorístico feminino de Enyálios, deus das lutas armadas, muitas vezes associado ao grito de guerra. Trata-se, talvez, de divindade pré-helênica. Enyó seria "a que faz penetrar, a que fura". Também é considerada parte do cortejo sangrento de Ares. Em Roma foi identificada com a deusa da guerra Belona.
Somente as Gréias sabiam do caminho para chegar nas Gorgonas. Quando Perseu ofereceu-se a trazer a cabeça da Górgona, a Medusa, Hermes mostrou a Perseu o caminho das Gréias e ele conseguiu apoderar-se do olho e do dente das Gréias, recusando-se a devolvê-los até que elas mostrassem o caminho que lhe permitiria chegar até as Ninfas, que lhe dariam tudo o que necessitava para lidar com Medusa.

QUIRÃO

O sábio Quirão
O mais famoso dos Centauros é o sábio Quirão, o preceptor do grande herói Aquiles. Quirão, segundo uma vertente da lenda, seria filho de Cronos (Saturno) e da ninfa oceânida Filira. Sua origem foge totalmente à lenda de Centauro, filho de Ixião e da nuvem em forma de mulher. Conta a lenda que para fugir da desconfiança da mulher, a deusa Réia (Cibele), Cronos metamorfoseia-se de cavalo para amar a bela Filira. Da união dos amantes nasce, no monte Pélion, um menino metade homem, metade cavalo. Inconformada em ter gerado um Centauro, Filira passa a ter repulsa do filho. Para não sofrer tanto com a imagem do pequeno monstro, ela pede aos deuses que a transformem em uma árvore, que nada sente. Compadecidos, os deuses a transformam em uma tília. Ao ver a amada imóvel em forma de árvore, só resta a Cronos protegê-la dos raios e dos lenhadores, fazendo com que a tília exale um agradável e inebriante perfume quando floresce na primavera.
Cronos ama o filho, decidindo que ele não terá o mesmo destino da espécie, não será cruel, violento e nem bestial. Dota-o com todas as suas virtudes de deus do tempo, fazendo-o o mais sábio dos Centauros.
Quirão herdara do pai titã, os conhecimentos da magia, da astronomia e o dom de prever o futuro. Mesmo tendo o seu lado bestial, é um Centauro gentil e sábio, conhecedor das artes e da música. É um ilustre portador de ensinamentos filosóficos e morais. Habita uma gruta, onde para lá se dirigem deuses, heróis e reis para confiar ao Centauro a educação de seus filhos. Quirão é o símbolo da superação bestial diante da razão e da cultura. É um Centauro helenizado, longe da rudeza dos Centauros da Tessália.

Att. MarcioLasombra

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