Y Ddraig Goch ("dragão vermelho") é o dragão que figura na bandeira nacional do País de Gales. A bandeira também é chamada de Y Ddraig Goch. O mais antigo registro do uso do dragão como símbolo galês é no Historia Brittonum, escrito por volta do ano 829, mas é popularmente suposto ter sido o estandarte de batalha do rei Arthur e de outros antigos líderes celtas. Sua associação com esses líderes, juntamente com outras evidências da arqueologia, literatura e história documental levam muitos a supor que ele evoluiu de um símbolo nacional romano-britânico anterior. Durante o reinado dos monarcas Tudor, o dragão vermelho foi usado no brasão de armas da coroa inglesa (ao lado do tradicional leão inglês).
História versão Mabinogion:
Na história "Lludd e Llefelys", o dragão vermelho travava um combate contra um dragão branco invasor. Seus urros levam as mulheres a abortarem, animais a perecerem e plantas a se tornarem estéreis. Lludd, rei da Grã-Bretanha, vai até seu sábio irmão Llefelys na França. Llefelys diz-lhe para cavar um buraco no centro da Grã-Bretanha, preenchê-lo com hidromel, e cobri-lo com uma tenda. Lludd faz isso, e os dragões bebem o hidromel e adormecem. Lludd então os aprisiona, ainda envoltos na tenda, em Dinas Emrys, no noroeste do País de Gales.
História versão Brittonum
O conto dos irmãos Lludd e Llefelys é retomado no Historia Brittonum. Os dragões permaneceram em Dinas Emrys por séculos até que o rei Vortigern tenta construir um castelo no local. Todas as noites, as muralhas e fundações do castelo eram demolidas por tremores de terra. Vortigern então consulta seus conselheiros, que lhe dizem para encontrar um menino sem pai natural e sacrificá-lo.
O rei aceitou o conselho e enviou homens à todas as partes do reino para encontrarem uma criança sem pai. Justamente quando parecia que os homens não iriam encontrar essa criança, eles se depararam com dois meninos que estavam brigando. Um desses meninos escarnecia o outro por este não ter um pai. Ao ouvir isso, os homens imediatamente agarraram o menino e levaram à presença do rei. Assim que o menino chegou, todos se concentraram em torno da morte do menino quando o mesmo lhes perguntou: -"Por que me trouxeram aqui?"
-"Para ser condenado à morte", respondeu o rei.
-"Sem o seu sangue, não posso construir a minha cidade."
-"Quem te disse isso?", Perguntou o menino. O rei disse que tinha sido os seus sábios e o menino pediu que eles fossem trazidos a sua presença. O menino então perguntou aos sábios do rei: -"O que faz vocês pensarem que a cidade não pode ser construída a menos que o meu sangue seja derramado sobre esta terra? Digam-me, o que há debaixo esta terra? "
Os sábios não foram capazes de responder a ele e permaneceram em silêncio.
-"Existe um poço", disse o menino. -"Cavem e vejam vocês mesmos."
Os sábios cavaram, e assim como o menino disse, havia mesmo um poço no local.
-"Vocês sabem o que há dentro do poço?", Perguntou o menino. Mais uma vez, os sábios ficaram em silêncio.
-"Existe um vaso", disse o menino. -"Dentro deste vaso tem uma tenda. E se vocês desdobrarem a tenda, irão encontrar duas serpentes: uma vermelha e outra branca".
Foi exatamente como o menino disse. Os homens descobriram o vaso, e dentro havia uma tenda com duas serpentes adormecidas.
-"Agora observem-as", disse o menino.
Conforme o rei e os seus homens observavam, viram as serpentes acordarem e começarem a brigar. A branca era a mais forte das duas e parecia estar prevalecendo contra a vermelha, mas o vermelha logo reagiu e jogou a serpente branca para fora da tenda. Embora a serpente branca fosse fria e calculista, a ardente determinação da serpente vermelha foi decisiva para superar a sua pálida inimiga. O menino virou-se para os sábios do rei e perguntou-lhes sobre o significado dessas duas serpentes. Mais uma vez, os sábios ficaram em silêncio, sem saber a resposta.
O menino virou-se em direção ao rei e disse: "O poço representa este mundo e a tenda é o seu reino. As serpentes são na verdade dragões. O dragão vermelho representa você e o dragão branco representa os saxões, que atualmente ocupam grande parte do seu território. Um dia, o povo da Britânia se levantará e expulsará os saxões de nossa terra. Quanto à sua fortaleza, não deve ser construída aqui. Você deve encontrar um novo local para ela". Pela ignorância de seus homens supostamente sábios, o rei Vortigern condenou-os à morte e ele poupou a vida do menino. Este menino mais tarde viria a se tornar Merlin.
A mesma história se repete na História dos Reis da Grã-Bretanha, de Geoffrey de Monmouth , onde o dragão vermelho é também uma profecia da chegada do Rei Arthur.
Henrique VII
Henrique VII usou o dragão vermelho em seu estandarte durante Batalha de Bosworth, quando ascendeu ao trono inglês em 1485. O dragão foi representado sobre um campo verde e branco que representa a Casa dos Tudor. Henrique VII foi também o primeiro a usar o dragão nas suas moedas. Emblema do País de Gales, o dragão foi reintroduzido nas moedas de libras atuais.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Welsh_Dragon , Portal dos Mitos
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