MERETITES E KAHAI
Em 1966, arqueólogos que escavava a necrópole de Saqqara, descobriu uma tumba, pertencente ao casal Meretites e Kahai – sacerdotisa e cantor respectivamente – um casal que viveu nos longínquos tempos do Antigo Egito.
Entre as obras de arte e artefatos estava um interessante relevo policromado que representava um casal apaixonado. Nele Meretites aparece descansando a mão sobre o ombro de Kahai e ambos se olham fixamente nos olhos.
A conclusão do trabalho foi publicado em um livro em 1971, em preto e branco mas as fotografias não refletiam toda a glória da câmara mortuária, especialmente no tocante ao relevo de Meretites e Kahai. Essa foi uma das razões para uma nova equipe de estudiosos retornar a Saqquara.
Entre os pesquisadores que adentraram novamente na tumba, estava a arqueóloga Miral Lashien, membro do Centro Australiano de Egiptologia da Universidade Macquarie. Em trabalho recente, Miral revela que depois de estudar o relevo e as inscrições do recinto, ela pode reconstruir em detalhes a vida do casal e de sua família.
Kahai atuou como cantor no palácio do faraó Niuserre, chegando a ocupar o cargo de "cantor inspetor". Ele também exerceu tarefas administrativas, razão pela qual viveu, com sua esposa e filhos junto à riqueza e o esplendor da corte egípcia. Pelo mesmo motivo, o casal teve um sepultamento digno das pessoas mais importantes da época.
O próprio relevo é bastante incomum, porque naquele tempo representações artísticas com demonstrações de afeto, como a do casal se acariciando, eram extremamente raras.
Graças às inscrições deixadas no túmulo notaram que Kahai e Meretites não escaparam de uma tragédia familiar. O casal viveu com a tristeza da morte de um de seus filhos, Nefer, também cantor, que deixou vários filhos pequenos e uma esposa grávida.
Quando os arqueólogos abriram a tumba em 1966, encontraram em seu interior restos humanos mumificados, porém é impossível afirmar que eles sejam do casal e sua família, que originalmente foram enterrados ali, pois essas tumbas eram muitas vezes reutilizadas pelos egípcios ao longo dos séculos.
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