Os filhos de Ilúvatar são os Elfos e os Homens. Mas Aulë, ferreiro e mestre de obras, desejava tanto a vinda dos filhos de Eru, para amar e ensinar, que resolveu criar os seus próprios filhos. Receando que os outros Valar pudessem censurar o seu trabalho, fê-los em segredo e fortes e corpulentos para melhor resistirem a Melkor. Assim apareceram os sete pais dos Anões numa mansão sob as montanhas da Terra Média.
Mas durante pouco tempo Aulë pode esconder a sua obra da sabedoria de Eru. Assim que Aulë começava a instruir os Anões na lingua que para eles criara, Eru lembrou-lhe que as funções dos Valar não era de criar, pois recebera como dávida apenas o seu próprio ser; e as criaturas por ele criadas passariam a fazer parte da sua existência, sem vontade própria e agindo apenas como marionetes.
Aulë arrependeu-se, pois na verdade não quisera ofender Eru, e com um grande martelo preparava-se para destruir os Anões. Mas Eru compadeceu-se, pois viu que Aulë não tinha sido movido por desejo de dominação ou de poder e aceitou os Anões como seus filhos adoptivos, dando-lhes vida e inteligência próprias, mas manteve-os a dormir nas profundesas das montanhas até que os Elfos, seus filhos primogénitos, despertassem.
Então, anos após o nascimento dos Elfos, os Sete Pais dos Anões levantaram-se e povoaram a Terra Média com os seus sete povos.
As sete casas são:
- Longbeards ou povo de Durin
- Stiffbeards
- Blacklocks
- Stonefoots
- Ironfists
- Broadbeams
- Firebeards
Os Anões foram colocados a "dormir" em locais muito separados uns dos outros por Aulë. Tem-se especulado muito acerca da altura em que os anões "acordaram" mas como os Elfos não encontraram nenhum durante a sua caminhada para Valinor, podemos dizer que eles acordaram depois disso. Os Anões apareceram em Beleriand no ano de 1250, cerca de 250 anos (Valian Years) antes da morte das duas árvores e cerca de 200 anos (Valian Years) depois do despertar dos Elfos.
Quando acordaram, os Anões andaram pela Terra Média à procura uns dos outros. Durin, o primeiro a acordar, acordou no Monte Gundabad:
"The world was young, the mountains green,
No stain yet on the Moon was seen,
No words were laid on stream or stone,
When Durin woke and walked alone.
He named the nameless hills and dells;
He dranked from yet untested wells;
He stooped and looked in Mirrormere,
And saw a crown of stars appear,
As gems upon a silver thread,
Above the shadow of his head."
Os pais dos Ironfists e dos Stiffbeards acordaram a Este de Durin e os pais dos Blacklocks e dos Stonefoots acordaram a Este dos anteriores. As distâncias que os separavam era aproximadamente a mesma:
Durin Ironfists; Stiffbeards Blacklocks; Stonefoots
Outra hipótese é que os pais dos Broadbeams e dos Firebeards foram colocados nas Ered Luin e os pais dos Ironfists e dos Stiffbeards podem ter sido colocados nas montanhas do Norte e de alguma maneira sobreviveram, à Guerra dos Poderes que resultou na destruição da fortaleza de Melkor em Utumno.
Se os Anões realmente, depois de acordarem, procuraram uns pelos outros, a tradição acerca de existirem conclaves em Gundabad (como é dito no HoME) faz mais sentido. Durin acordou só e andou pelas Misty Mountains durante algum tempo, anos aparentemente. Ele deve ter ido depois para Norte e aí encontrou o seu povo.
Gundabad pode ter sido a primeira cidade Anã, e teve esse privilégio porque Durin acordou primeiro e no Monte com esse nome, e à medida que a população Anã aumentava é possivel que os Anões tenham voltado ao seu local de origem para formar novas cidades. Durin deve ter permanecido nas terras onde acordou mas depois liderou alguns Anões para Sul onde fundaram a cidade de Khazad-dum. Podemos dizer que os Anões dispersaram cerca do Ano (Valian Year) de 1250 e não deviam estar acordados há mais de 100-122 anos (Valian Years) (os Teleri passaram as Ered Luin em 1128 VY). Estes Valian Years (VY) são equivalentes a aproximadamente 9,58 anos do Sol.
Assumindo que os Anões acordaram no ano 1130 VY. Os 120 anos (VY) seguintes equivaliam a cerca de 1149,6 anos do sol. Durin deve ter vivido durante toda este tempo,e por isso é chamado de Durin o Imortal. A esperança média de vida para um Anão, baseada na informação que nos é fornecida no LoTR, é de 250 anos. Os Anões parece que casam por volta dos 100 anos, por isso, os Anões podiam ir já na 12ª geração por altura do ano 1250 (VY). Se os outros pais do anões viveram durante 250 anos (do Sol), os reis que lideraram a dispersão dos Anões podem ter sido os 10ºs de cada uma das suas respectivas linhas.
A história dos Petty-Dwarves requer algumas considerações. Eles dizem ter chegado a Beleriand antes dos Elfos. Isso quer dizer que os Anões acordaram antes do ano 1130. Os primeiros Eldar chegaram a Beleriand em 1115 (VY). Os Noegyth Nibin foram expulsos das outras sete casas dos Anões, não eram uma 8ª casa mas o seu número era suficiente para manter uma comunidade durante muitas gerações pois o último da sua raça (Mîm) foi morto por Hurin no ano 500 da 1ª era do Sol.
Ora, os Elfos acordaram no ano 1050 (VY) o que deixa apenas 65 anos (cerca de 600 anos do Sol) para que os Anões acordem, se juntem em Gundabad e se separem dos Noegyth Nibin... parece um pouco apertado demais, mesmo que se suponha que os Anões acordaram logo depois dos Elfos. De qualquer forma podemos assumir que os Anões tenham acordado antes da Grande Viagem e que eles começaram a procurar uns pelos outros antes da Guerra dos Poderes. Esta concepção remove os Anões do caminho do perigo e situa o seu despertar, pelo menos, no ano de 1090 (VY) - o ano em que os Valar iniciaram o ataque a Melkor.
Por questões logicamente óbvias devemos considerar que os Anões acordaram durante a Guerra dos Poderes pois só assim se justifica que tenham passado despercebidos aos olhos dos Valar, que já tinham descoberto os Quendi, e assim ficamos com um espaço de 25 anos (VY), cerca de 239.5 anos do Sol até que os primeiros Elfos entrem em Beleriand. naquele tempo os primeiros "fora-da-lei " das comunidades anãs devem ter sido poucos e incapazes de estabelecer uma comunidade mas podem ter vivido em Beleriand durante o tempo suficiente para acolher outros Anões que tenham sido expulsos.
O único motivo para desentendimentos entre Elfos e Anões nos tempos antigos foi a perseguição a que os Petty-Dwarves eram sujeitos por parte dos Sindar que não os reconheceram como uma raça "inteligente" até que travaram conhecimento com os Anões. Essa perseguição devia-se ao facto dos Petty-Dwarves, sempre que podiam, atacarem os Elfos. Os Elfos terminaram a perseguição, como já foi dito, quando travaram conhecimento com os Anões, mais propriamente com os Anões de Nogrod e Belegost. Aparentemente os Elfos contaram o que fizeram aos Petty-Dwarves e os Anões de Nogrod e Belegost contaram isto a outros Anões. Tolkien escreveu que os Anões se sentiram ofendidos devido a essa perseguição aos Petty-Dwarves e pode ter sido este facto que ajudou a exaltar os ânimos na 3ª Era (como Tolkien nos diz nos Apêndices do Senhor dos Anéis).
Através das várias gerações, os Anões de Nogrod e Belegost expandiram o seu relacionamento com os Elfos. Eles devem ter tido algum tipo de contacto com os Elfos de Eriador pois informaram os Sindar quando os Elfos que habitavam a Este começaram a fugir para os bosques mais profundos e para as colinas para escapar às criaturas de Melkor (Orcs principalmente) que começavam a proliferar pela Terra Média.
Tolkien menciona ainda dois aspectos acerca destes Anões que quase nunca são discutidos. O facto de preferirem trabalhar em pedra do que em madeira e antes de conhecerem os Elfos se terem especializado no trabalho com ferro e cobre; e o facto de os anões lutarem entre si.
Em relação ao primeiro, os Anões não eram muito artísticos e o aspecto das suas obras era muito funcional; e o design das suas obras (armas ou construções) era muito básico. Tolkien sublinha que os Anões foram muito influenciados pelos Elfos no que diz respeito à construção dos mais variados objectos e construções. Eles beneficiaram muito do contacto com os Elfos.
Em relação ao segundo, apesar da natureza destas guerras ou simples quezílias nunca ser discutido, é possível que a dispersão da primeira comunidade Anã se tenha devido não tanto devido a pressões populacionais mas devido a rivalidades entre as várias casas. À medida que o número de Anões aumentava, a comida devia ser cada vez mais difícil de arranjar (excepto através das trocas com os Elfos) a não ser que os anões produzissem a sua própria comida e foi-nos deixada informação que nos diz que os Anões preferiam não produzir comida se pudessem evita-lo. E também, à medida que a população aumentava foi necessária uma evolução na organização governamental e em consequência podem ter surgido opiniões divergentes.
Durin the Deathless parece ter sido estimado por todos os outros Anões, como o mais velho da sua raça e como aquele que mais tempo viveu. Nas primeiras gerações, o povo de Durin, os Longbeards, não era directamente descendente de Durin. Ao contrário dos outros pais dos Anões, Durin não tinha uma companheira feita por Aulë. Ele teve que encontrar uma Anã entre as outras casas (filhos ou netos dos outros pais dos Anões). O seu povo foi, inicialmente, recrutado das outras casas. Os Longbeards foram o grupo de Anões mais "variado" e começaram a surgir diferenças em costumes e preferências entre eles.
A presença de Durin, entre os primeiros Anões leva à questão de quando começaram eles a fundar cidades. Durin foi creditado por ter construído Khazad-dum, que ganhou a distinção de ser a única cidade cujo nome se refere a toda a raça Anã (Khazad-dum = Mansão dos Anões). Pode ser incorrecto assumir que Gundabad foi a casa dos Anões durante muito tempo. Durin pode ter trazido o seu povo para Sul para Khazad-dum e apesar de ser chamado de Imortal chegou o dia em que acabou por morrer.
A morte de Durin pode ter sido o "click" para a dispersão dos Anões, é uma hipótese que se pode considerar, não seria difícil imaginar Durin como o elo de ligação entre toda a comunidade... Dada a dificuldade decorrente da falta de comida pode ter acontecido que o sucessor de Durin e os outros reis tenham decidido que seria melhor separar a comunidade, alterar a sua sociedade. Então, em vez de viverem todos em Khazad-dum pode ter acontecido que as outras seis casas tenham ido para os locais onde os seus antepassados tinham acordado.
Então, os Broadbeams e os Firebeards viajaram para Ocidente seguindo as passadas dos Eldar e estabeleceram-se nas Ered Luin. Construíram as cidades de Nogrod e Belegost e aventuraram-se por Beleriand para ver como era a vizinhança.
Durante os 3000 anos seguintes (do Sol) estes Anões participaram na história dos Eldar, até ao fim da 1ª Era do Sol e depois o Mundo mudou para toda a gente...
Os Anões tinham uma grande sensibilidade para as coisas belas e esta sensibilidade levou-os a acumular riquezas. Assim, os sete Pais dos Anões começaram a estabelecer os seus reinos sob as grandes montanhas da Terra Média.
Dúrin I foi o 1º pai dos Anões e a sua casa a mais antiga de todas. Certa manhã, Dúrin escalou uma colina que escondia um vale suspenso que tinha no centro um pequeno lago, que era como um espelho. Ao beber água dele, viu a sua imagem reflectida no espelho, mas sob a sua cabeça esteva reflectida a Coroa das Sete Estrelas. Dúrin considerou aquela visão como um sinal de que aquele vale era o local no qual deveria estabelecer o seu reino. Acabaram por encontrar uma caverna que possuía uma vasta rede de aposentos naturais. Os Anões começaram então a mostrar as suas habilidades, transformando um sistema de cavernas num palácio deslumbrante. E assim nasceu Khazad-dun, sobre o qual poderão saber tudo num tópico dedicado às Maravilhas da Terra Média.
Enquanto o Povo de Dúrin trabalhava em Khazad-dûn, duas tribos fundaram os seus próprios reinos nos picos das Montanhas Azuis. Do lado norte foi construída Belegost e na parte Sul Nogrod.
O 1º encontro entre Anões e Elfos foi cauteloso, mas o comércio entre os 2 povos floresceu e os Anões tornaram-se conhecidos pelos seus trabalhos em pedra e metais preciosos. Foram os Anões de Belegost, juntamente com os Elfos, que conceberam as mansões ocultas de Thingol e Melian, "Menegroth, as Mil Cavernas" .
As relações entre os Anões de Nogrod e os Elfos não eram tão amistosas e o seu comércio era limitado. No entanto, as suas diferenças não interferiam na aliança contra o inimigo negro, Morgoth. Os Anões deram muitos soldados e equipamento para a guerra, pois eram grandes peritos em tal trabalho, embora nenhum deles ultrapasasse os artesãos de Nogrod, de entre os quais Telchar, o ferreiro, foi o de maior fama.
Na Batalha das Lágrimas Inumeráveis a última de todas as forças a permanecer firme foi a dos Anões de Belegost. Se não fossem eles, Glaurung e a sua prole teriam destruído tudo quanto restava dos Noldor.
Azaghal, senhor de Belegost, enfrentou e feriu Glaurung, o pai dos Dragões, de tal modo que ele e toda a sua prole fugiram do campo de batalha, apavarados. Mas Azaghâl já tinha recebido feridas mortais.
Passemos então há 2ª Era:
Depois da Guerra da Ira, muitas regiões de Beleriand foram desfiguradas e engolidas pelo mar, e Belegost e Nogrod destruídos. Muitos dos Anões sobreviventes chegaram a Khazad-dûn, que se expandiram para norte e oeste durante os primeiros 750 anos da 2ª Era. Daí floresceu uma época de crescimento nunca antes vista na história dos Anões.
Também descobriram um metal que se mostrava mais duro, forte e brilhante que o aço e mais maleável que o cobre - o Mithril. Nenhum outro metal possuía esta combinação de beleza e força. Os já ricos Anões de Khazad-dûn tornaram-se ainda mais ricos e poderosos. Os Elfos adoravam este metal e rotas de comércio foram estabelecidas. Os trabalhos de joalheria dos Noldor eram finíssimos e requeriam materiais especiais. O mithril era esse material. Foram os anos dourados dos Anões de Khazad-dûn.
Mas as relações entre Elfos e Anões sempre foi cautelosa, devido aos ressentimentos da ruína de Doriath e do massacre da hoste de Nogrod. Elfos Noldor e Anões iam construíndo os seus reinos, comercializando entre si cuidadosamente, até que apareceu Annatar, o "Senhor das Dávidas"...
Os ferreiros de Eregion tiraram grande proveito dos seus ensinamentos acerca de assuntos secretos do seu ofício, e os anéis do poder foram feitos. Tão grande se tornou o poder de Sauron sobre esses Noldor, que os persuadiu a revoltarem-se contra Galadriel e Celeborn e a apoderarem-se do poder de Eregion, pois Galadriel nunca confiara nele. Galadriel e muito do seu povo fugiu para Lórien por Khazad-dûn, pois já tinha estabelecido amizade com esse povo.
Os Anões observavam estes acontecimentos com cuidado e deram ouvidos aos receios de Galadriel. Talvez os boatos da confecção de poderosos aneis tenha assim chegado aos ouvidos do rei Dúrin III, e ele tenha pedido um para si. Ou talvez tenha sido Celebrimbor que se lembrou de o oferecer, desejando manter uma relação de amizade com os Anões. O facto é que há a firme convicção, entre o povo de Dúrin, que o seu anel, o primeiro e mais poderoso dos Sete, tinha sido oferecido pelos próprios ferreiros élficos e não por Sauron.
Mas quando Sauron forja o Um, os Elfos apercebem-se disso e compreendem os seus propósitos. Escondem os aneis e não os usam. Sauron, furioso, reuniu uma grande força e invade Eregion, recupera os Nove e mais alguns aneis. Mas Dúrin recusou-se a participar na guerra contra Sauron, fechou as portas de Khazad-dûn e cortou a rota de fuga dos Elfos para Lórien, fazendo com que muitos fossem chacinados.A partir dessa altura, os Elfos passaram a chamar Mória (Abismo Negro) a Khazad-dûn.
Depois de ter destruído os Elfos de Eregion, Sauron atacou Mória , tentando abrir os portões, mas não o conseguiu. Furioso, mandou agentes levar seis aneis do poder aos restantes Reis Anões. Sauron desejava dominar os Anões através dos Aneis, mas estes eram mais difíceis de serem dominados e o principal efeito era aumentar a sua cobiça por riquezas, característica típica da sua raça.
No entanto os Anões tentaram ajudar:
Quando os Longbeards descobriram o Mithril, os Noldor de Lindon interessaram-se por esse material (aliás o Mithril era muito procurado por todos os Elfos), e muitos Noldor se fixaram nas terras a Ocidente de Khazad-dum e estabeleceram o reino de Eregion. A sua cidade principal era Ost-in-Edhil e estes elfos criaram uma relação estreita de amizade e aliança com os Anões do povo de Durin que durou por 1000 anos. Ao fim desse tempo os longbeards viram-se envolvidos na guerra entre os Elfos e Sauron. Eles procuraram ajudar os Eldar de Eregion e muitos foram os Elfos que escaparam (incluindo Pengolod que pertencia aos Lambengolmor, uma sociedade semelhante aos Gwaith-i-Mirdain fundada por Fëanor em Aman e que se dedicava ao estudo das línguas. Este foi o Elfo que mais se dedicou ao estudo da língua dos Anões, (o Khuzdul) através de Khazad-dum para o reino de Lothlorien, mas o exército de Durin IV foi empurrado para as Montanhas por Sauron e o portão Ocidental fechou-se devido à possibilidade de invasão.
Os Anões ajudaram os Elfos, só que depois devido á proximidade de perigo tiveram que fechar as portas...
E na Última Aliança diz-se que havia membros de todas as raças de ambos os lados na guerra, à excepção dos Elfos. Segundo Tolkien, os Anões das duas casas mais orientais, os Blacklocks e os Stonefoots, tornaram-se "maus" de alguma maneira. MAS não ajudaram Sauron na Guerra da Ultima Aliança. Se existiram Anões a combater por Sauron, não seria uma força significativa... alías Tolkien disse que poucos foram os Anões que lutaram em ambos os lados naquela guerra.
Alguns dos aneis dos Anões foram perdidos, destruídos por dragões, mas Sauron recuperou alguns, como o anel de Dúrin, quando capturou Thráin, pai de Thorin Escudo-de-Carvalho. Quatro dos sete anéis dos Anões pensa-se que tenham sido destruídos pelos Dragões... pensa-se... e três Sauron recuperou-os, um deles era o de Durin.
Seguiram-se os anos negros e como os Anões não cederam totalmente ao seu poder, Sauron amaldiçoou todo o povo de Dúrin e começou a preparar uma vingança especial contra os Anões.
Enquanto Elfos e Homens lutavam contra a sombra de Sauron, exércitos de Anões marchavam para terras distantes à procura de novos tesouros.
Com a chegada da 3ª Era e o desaparecimento de Sauron, a Terra Média estava de novo em paz. No entanto, dragões atacavam e saqueavam muitas fortalezas dos Anões e uma a uma, as sete tribos foram-se desfazendo e os seus sobreviventes passaram a vaguear pela Terra Média. Somente o Povo de Dúrin escapou destas aflições, protegidos pelos portões de Mória, trabalhando, minerando e fortificando a sua fortaleza. A cidade já possuía sete níveis e as minas somavam outros tantos.
O povo de Dúrin acumulou muitas riquezas durante estes longos anos, principalmente por serem a única fonte de Mithril na Terra Média. Mas no reinado de Dúrin VI, enquanto escavavam nas minas, despertaram um terrível Balrog de Morgoth, que ali se tinha escondido no final da 1ª Era, quando Morgoth foi derrotado.
Os guerreiros Anões lutaram corajosamente mas este era um inimigo muito superior às suas forças. O rei Dúrin VI foi morto, bem como toda a sua guarda de elite, na tentativa de impedir o balrog de entrar nos limites da cidade subterrânea. Náin I sucedeu a seu pai como rei de Mória e organizou a defesa da cidade. Os Anões estavam determinados a vingar a perda do seu rei e livrar o reino daquela criatura. Os mais fortes e habilidosos guerreiros avançaram sobre o balrog, que caíu sobre a hoste dos Anões, massacrou Náin e os seus guardas e todos os que se atreveram a atacá-lo. Os sobreviventes fugiram pelo portão do leste e abandonaram a cidade ao terrível balrog.
Liderados por Thráin, o novo rei, os Anões vaguearam pela Terra Média até encontrarem um novo lar, que seria em Erebor, a "Montanha Solitária", onde construíram um novo reino e minas complexas. Erebor era uma fortaleza natural e possuía veios de ferro e gemas. Aí Thráin encontrou uma grande gema, Arkenstone, Coração da Montanha.
Em breve o povo de Dúrin estabeleceu relações comerciais com os seus vizinhos, os habitantes das cidades de Dale e Esgaroth. Mas muitos Anões estavam insatisfeitos com o seu novo lar, pois na verdade não tinha a beleza e o esplendor de Mória e continuaram viagem. Alguns construíram minas no leste, nas Montanhas de Ferro. Thorin I, filho de Thráin, partiu para norte, para as Montanhas Cinzentas, que eram muito ricas em prata e estavam pouco exploradas.
Mas havia dragões nos ermos das Montanhas Cinzentas e passados alguns anos guerrearam os Anões e devastaram tudo. O povo de Dúrin teve de abandonar de novo o seu lar: muitos seguiram para as Montanhas de Ferro mas Thór, herdeiro de Daín e mais alguns regressaram a Erebor.
Lá prosperaram, pois faziam coisas maravilhosas e armas e armaduras de alto valor. O tráfico de minérios entre estes Anões e os seus parentes das Montanhas de Ferro era grande e os Homens daquela zona tornaram-se fortes e repeliram os inimigos que vinham do leste. Os Anões viviam com abundância e houve banquetes e canções nos Palácios de Erebor.
Como já foi dito, os Anões que habitavam Moria eram o resultado de uma mistela de casas. Quando os Anões de Khazad-dum despertaram o Balrog, e este destruiu a sua civilização, os sobreviventes dispersaram. Tolkien nunca disse como se deu esta dispersão. Os Longbeards foram para Nordeste, para a Montanha Solitária. Mas alguns dos Anões que se estabeleceram no norte das Montanhas Nebulosas ou Montanhas Cinzentas tiveram uma quezília com Fram, um senhor dos Éothéod, que foi o responsável pela morte de Scatha - um Dragão que tinha roubado um tesouro aos Anões. Os Anões acabaram por matar Fram após este se recusar a entregar o tesouro. Os Anões que eram originariamente de Belegost voltaram para os seus antepassados nas Ered Luin. Os Longbeards colonizaram depois as Montanhas Cinzentas com um grande número de efectivos, onde chamaram a atenção dos Dragões e foram de novo empurrados para Sul, para Erebor. Por esta altura, um dos dragões, e nosso conhecido - Smaug, o Dourado - seguiu-os e arrasou Erebor em 2770. Nos 171 anos que se seguiram os Longbeards deixaram de ter uma morada fixa, exceptuando uma colónia que sobreviveu nas Montanhas de Ferro e algumas colónias (que não foram nomeadas) nas Montanhas a Norte.
Thrór, já velho e pobre e triste por nunca mais arranjarem um bom local para morar, deu ao seu filho Thráin o último dos Sete Aneis e legou-lhe, a ele e aos seus filhos, a vingança sobre Samug. E depois partiu com Nár para as minas de Mória. No seu desespero, Thrór desejava refundar a cidade perdida, ou talvez apenas desafiar o mal que lá existia, pois pediu a Nár para esperar por ele cá fora.
Nár esperou muitos dias, até que apareceu um grupo de orcs e atiraram o corpo de Thrór para os degraus, com a cabeça decepada. E na testa estava gravado, com um ferro em brasa, um nome: Azog.
Os orcs só não mataram Nár porque queriam que levasse uma mensagem ao herdeiro de Thrór e a todos os Anões: Mória agora pertencia aos orcs e Azog era o rei.
Nár levou a notícia a Thráin e o novo rei, depois dos primeiros dias de desgosto, clamou por guerra para vingar a morte do pai. E assim começou a Guerra dos Anões e dos Orcs, que foi longa e muito sangrenta, e muitas vezes travada em lugares subterrâneos. Algumas tribos de orcs foram extintas.
Finalmente deu-se a Batalha de Azanulbizar, que foi terrível e cuja recordação causa arrepios aos orcs e faz os anões chorar. A Batalha estava muito equilibrada até que os Anões das Montanhas de Ferro modificaram as coisas e Dáin Pé-de-Ferro matou Azog com o seu machado, com apenas 32 anos de idade (um bébé, aos olhos dos Anões).
Aproximadamente metade dos guerreiros Anões tinham morrido, mas a grande guerra havia terminado e a vingança de Thrór estava concluída.
Os Anões, após a vitória, não entraram em Mória porque as perdas eram grandes. Mas não foi só isso... durante o combate nas portas de Mória (onde Dain matou Azog), Dain VIU de relance o Balrog e após o término da batalha ele disse para os Anões não entrarem. O Balrog estava lá mas não saia para fora de Mória. O Balrog não era amigo dos Orcs... mas tolerava a sua presença.
No fundo eram todos agentes das Trevas e tinham um inimigo comum, a Luz. O facto de ele co-existir com os Orcs não os torna amigos mas sem duvida alguma eram de certa forma aliados sempre que estivesse em causa uma batalha contra a Luz.
Daín Pé de Ferro, depois dessa batalha, reconduziu muito do povo do seu pai para as Montanhas de Ferro, mas Thráin, Thorin e mais alguns do seu grupo continuaram a vaguear, até que atravessaram Eriador e acabaram por se fixar nas Montanhas Azuis. Mas aí havia pouca riqueza e Thráin decidiu voltar a tentar conquistar o Palácio de Erebor.
Não contou a Thorin os seus planos, mas juntou alguns companheiros, despediu-se e partiu. Desde o início a viagem foi marcada por maus presságios, pois eram perseguidos por emissários de Sauron, que desejava o anel da casa de Dúrin, o primeiro e mais poderoso dos Sete. Foram atacados por lobos, orcs e quanto mais lutavam para seguir para Norte mais obstáculos encontravam. Até que uma noite uma chuva negra obrigou-os a procurar refúgio na Floresta Tenebrosa e Thráin desapareceu.
Os seus companheiros procuraram-no por muitos dias, até que perderam a esperança e regressaram para junto de Thorin.
Só mais tarde se soube que Thraín tinha sido capturado por agentes de Sauron e levado para as masmorras de dol Guldor, onde esteve prisioneiro durante 5 anos. Sauron torturou-o e tirou-lhe o último dos sete aneis.
Mas Gandalf, que entrara disfarçado em Dol Guldor para fazer investigações sobre o necromante, encontrou Thráin mesmo antes de morrer, que lhe entregou o mapa e a chave da entrada secreta do Palácio de Erebor.
Nesse mapa, os pontos da bússula estão assinalados por runas, com o leste no cimo, como de costume em mapas dos Anões.
Thorin Escudo de Carvalho tornou-se então o Herdeiro do Povo de Dúrin, mas um Herdeiro sem esperança, pois não tinha um reino para o seu povo nem o anel da sua família.
Thorin Escudo de Carvalho continuou os seus trabalhos nas Montanhas Azuis, mas nunca esqueceu a vontade de seu pai de voltar ao Palácio de Erebor. Assim, Thorin sonhava matar Smaug e voltar a instalar o Reino Debaixo da Montanha.
Até que um dia, por acaso, encontrou Gandalf, e esse encontro modificou completamente a sorte da Casa de Dúrin. Gandalf entregou a Thorin o mapa e a chave secreta de Erebor e arranjou um estranho plano para ele reconquistar o seu reino.
Assim, um grupo de Anões (Dwalin, Balin, Kili e Fili, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur e Thorin), um Hobbit (Bilbo) e o próprio Gandalf partiram do Shire para a Montanha Solitária, passando por muitas aventuras pelo caminho.
O dragão foi morto por Bard de Esgaroth e depois deu-se a Batalha dos Cinco Exércitos, pois Blog, filho de Azog, resolveu atacar os Anões com uma grande hoste de orcs e lobos selvagens, assim que teve conhecimento do seu regresso.
Nesta primeira Batalha de Dale os Anões, os Homens de Bard e os Elfos da Floresta Tenebrosa juntaram-se para combater os orcs, e também tiveram a ajuda das águias gigantes e de Beorn, que na forma de urso esmagou Bolg.
Thorin Escudo de Carvalho foi mortalmente ferido, bem como Fili e Kili, que tombaram a defendê-lo.
Sucedeu-lhe Dáin Pé de Ferro, seu primo, que viera das Montanhas de Ferro e que era também seu herdeiro legítimo e o Reino Debaixo da Montanha foi restaurado.
Dáin foi um grande Rei e os Anões prosperaram e voltaram a ser fortes, com a casa do Povo de Dúrin reunida na Montanha Solitária.
A morte de Smaug e as Batalhas de Dale foram vitórias muito importantes para a guerra do Anel, pois Sauron perdia um grande aliado e a hipóteses de atacar Eriador pelo leste!! não que isto tenha significado paz na região, já que os povos de bem da área tiveram muito que fazer durante a guerra do anel!! no entanto, se Smaug não tivesse morrido, talvez Gandalf tivesse razão ao dizer que Frodo voltaria para ver um Shire queimado e governado por um dragão.....
Dain acabou por morrer na Batalha de Dale, em que Sauron lançou um assalto a Erebor e a Dale no ano de 3019 da 3ª Era. Nesta batalha morreu também Brand. Os filhos destes reis acabaram por romper o cerco que os Easterlings montaram ao fim do 7º dia após as noticias da queda de Barad-dûr terem chegado aos ouvidos dos invasores.
Dain tinha nessa altura a respeitosa idade de 254 anos. Para um anão já é bastante, mas ainda combatia!!! Esta batalha permitiu desviar muitas das forças de Sauron que teriam sem duvida efeitos devastadores contra Minas Tirith.
Balin era um guerreiro Anão, que acompanhou Thorin e o seu grupo à Montanha Solitária. Também era um dos que fazia parte do grupo que acompanhou Thráin na sua última missão, quando foi capturado pelos agentes de Sauron.
Balin estava muito contente com a repovoação de Erebor, mas o seu desejo era voltar a Mória e enfrentar a maldição de Dúrin.
Assim, quando o novo reino de Erebor já estava a prosperar, um grande número de Anões concordaram em segui-lo até Khazad-dûm e construir uma nova colónia nos seus antigos salões.
Entraram sem qualquer oposição e tudo parecia muito calmo. Então, os Anões começaram os trabalhos de restauração da cidade e Balin foi coroado rei de Khazad-dûm.
Mas pouco tempo depois, orcs, trolls e outras criaturas surgiram das profundezas e atacaram a colónia dos Anões. E foi assim durante os cinco anos seguintes e os Anões começaram a perder forças e acabaram por ficar cercados. Um grande Kraken subiu o rio Sirannon, represou-o e criou um lago que isolou a Porta Ocidental de Mória. O povo de Balin ia recuando até que a situação tornou-se desesperadora. Por fim os Anões já tinham que lutar para tentarem deixar Mória. Os orcs feriram Balin e os Anões recuaram até à Câmara dos Registos, Mazarbul. Balin morreu e os Anões, sitiados, prepararam-se para o combate final. Assim que a cripta de Balin foi selada, sofreram um grande ataque. Nenhum Anão sobreviveu.
Mória tornou-se, mais uma vez, território da escuridão
25 anos depois da morte de Balin, a Irmandade do Anel entrou em Mória levando consigo o Um Anel.
Tudo parecia calmo no início da sua jornada pelo interior de Mória. Os seus guardiões não se aperceberam da presença do grupo, até que Pippin, sem pensar, lançou uma pedra num poço. Foi o suficiente para alertar os orcs de Mória e um grande troll, que iniciaram um ataque à Irmandade. O grupo refugiou-se na Câmara dos Registos, onde ficaram a conhecer o destino de Balin e do seu grupo.
Depois de fugirem da Câmara dos Registos deparam-se com o Balrog sobre a Ponte de Mória. Gandalf destruíu o Balrog e o grupo viu-se em liberdade no Vale do Regato Sombrio.
Gandalf e o balrog caíram nas profundezas onde combaterem por muito tempo, até que, na Batalha do Pico, Gandalf destrói finalmente o balrog mas o seu corpo também pereceu. Mas Gwaihir, o Senhor do Vento, encontrou-o e levou-o para Lothlórien.
Com a morte do Balrog, a horda de orcs de Mória tornou-se vulnerável.
Durante a Guerra do Anel, Daín II morreu ao resistir a um ataque das legiões de Sauron e mais uma vez podemos ver a valentia dos Anões. Sucedeu-lhe Thórin III.
Logo após a queda de Sauron, o Povo de Dúrin iniciou planos para repovoar a Mansão dos Anões. No entanto, Thórin III resolveu poupar o seu povo por algum tempo e esperar até os Anões estarem mais fortes para vencerem esse desafio.
Gimli conduziu uma parte do povo Anão de Erebor e tornou-se senhor das Cavernas Cintilantes. Ele e o seu povo fizeram grandes obras em Gondor e Rohan. Quando o rei Elessar desistiu de viver, Gimli foi com Legolas, senhor dos Elfos de Ithilien, para as Terras Imortais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário