sexta-feira, 22 de julho de 2016

Menu Contos: A missão

 A MISSÃO 



— Desde o extremo sul até Augurya, todas as terras foram tomadas e ostentam a bandeira de Dessaryn, contudo ainda assim há a Vastidão e a província nortista de Neborya, onde os rebeldes resistem a cada um dos ataques comandados por Telluryan. — reportou o general ao monarca que analisava o mapa disposto a mesa enquanto tecia uma nova rede de estratégias bélicas em sua mente. 

— Telluryan é quase tão poderoso quanto um dos Sete, se suas tropas não estão conseguindo penetrar as defesas dos povos de Neborya, isso só pode significar uma coisa. — argumentou o rei pensativo. — Temos um deus interferindo em questões mundanas mais do que supostamente o deveria fazer. Temos um deles trapaceando, quebrando as regras que regem os mundos. Temos um deles caminhando entre mortais, mais precisamente, em Neborya.

— Devo ordenar que Telluryan recue com as tropas? — indagou o general e o rei o encarou balançando a cabeça negativamente com um sorriso torto.
— Vá a Torre Esquecida e invoque o arquimago, entregue esta moeda a ele. Ele saberá o que deve ser feito. — respondeu o soberano virando as costas a encerrar o assunto.
O general fez como lhe fora ordenado, no alto da Torre Esquecida atirou a pedra dos mundos para o alto e pronunciou o nome do arquimago que apareceu em uma explosão de trevas assim que a pedra caiu no chão. 

— Ele me pediu que lhe entregasse essa moeda... — disse o general sem entender e o arquimago sorriu torto perscrutando cada entalhe na famosa moeda Oculta. —Disse que você entenderia o que deve ser feito, Telluryan. — concluiu o general e o arquimago então desapareceu, reaparecendo em um vilarejo subterrâneo de Augurya. 
O negro conjurador caminhou em meio à multidão e ouviu alguns bochichos sobre sua presença ali, sua fama realmente lhe precedia. Ao chegar a uma magnífica construção de pedra e ferro negro, ele bateu oito vezes na aldrava que era a imagem de um corvo bicando um crânio humanoide.

Um sujeito mascarado abriu uma pequena portinhola e por ela o arquimago deslizou a tal moeda e só então as portas se abriram.
O lugar era conhecido por todos em Augurya, até mesmo os habitantes da superfície já haviam ouvido falar sobre ele ao menos uma vez. Muitos entravam, poucos saíam. 
Telluryan caminhou pelas mesas de apostas, recusou bebidas e desceu um lance de escadas. Sabia que jamais encontraria aquele a quem procurava, contudo também sabia que não tardaria a ser encontrado. 

— Seus pensamentos são superficiais demais para um arquimago de sua estirpe, Telluryan. — veio a rouca voz do assassino. — Suponho que estava pensando em quanto tempo eu levaria para encontrá-lo, tens pressa?
— Você supõe demais. — disse o arquimago que continuou caminhando como se não tivesse encontrado ninguém. 

— És tão poderoso, a que lhe serviria o poder de uma sombra do Oculto? — indagou o assassino e o arquimago sorriu por baixo do capuz que ocultava seu rosto.
— Ao futuro império de Dessaryn. O rei solicitou os seus serviços em Neborya, um dos imortais caminham entre o povo das ruínas invernais. — informou o arquimago e o assassino apenas estreitou os olhos. 

— Está guardando seu golpe de misericórdia, Telluryan? — indagou o assassino e o arquimago assentiu sorrindo e ambos desapareceram, reaparecendo na fronteira da cidade de Neborya. — Seus jogos são letais, arquimago, pode acabar caindo de uma vez por todas. — disse o assassino então desaparecendo nas sombras.

Caçadora

Arte: JordiGart

Nenhum comentário:

Postar um comentário