sábado, 16 de abril de 2016

Menu Mitologia Grega: Afrodite e seus filhos, As faces do Amor

AFRODITE E SEUS FILHOS - As faces do amor. 
Segundo a mitologia grega, Afrodite era cultuada como a deusa da beleza, do amor e da sexualidade. Para os romanos ela era a deusa Vênus que não tinha paternidade, pois era nascida dos órgãos genitais de Urano que foram atirados ao mar quando ele foi castrado (Essa caraterística foi incorporada das lendas gregas de Afrodite). Imensamente bela, todos os deuses do Olimpo desejavam conquistar Afrodite, mas ela não se decidia por nenhum. Temendo que Afrodite se tornasse um motivo de discórdia entre os deuses, Zeus decidiu casa-la com Hefesto.
Hefesto era um deus feio e pouco apreciado pelas mulheres, além de que mancava devido a uma deformação. Seus pés tortos e seus quadris deslocados faziam do seu caminhar um motivo de riso no Olimpo. Quando ele nasceu sua mãe sentiu-se envergonhada de ter produzido tão horrenda criatura. E por Hera ser tão bela e grandiosa, tentou se livrar do menino atirando-o do alto do Olimpo para que ele morresse no mar. Porém Tétis, a rainha dos oceanos, o salvou.
Durante alguns anos o menino passou escondido sob as águas, mas Hefesto revelou grande talento como forjador inventando engenhosos objetos de ferro e ouro. Ao casar-se com Afrodite ele deu a ela um cinturão de ouro que tinha poderes mágicos, assim poderia se defender do assedio dos deuses. Porém Afrodite usou os poderes mágicos para atrair diversos amantes, tanto deuses quanto mortais, com os quais teve diversos filhos.
Com Dionísio ela teve seu filho Himeneu, que era sempre confundido com as mais lindas moças devido à sua exuberante beleza. Príapo também resultou do relacionamento de Afrodite e Dioniso, tendo se tornado rejeitado pelas mulheres devido à sua libertinagem e ao seu pênis absurdamente exagerado. Com Hermes ela teve seu filho Hemafrodito, que representa a fusão dos dois sexos sem ter gênero definido.
Mas o amante preferido de Afrodite foi Ares, com quem teve vários filhos: Eros – o deus da paixão, Anteros – o deus da paixão correspondida (e, como tal, punidor daqueles que desdenham das paixões correspondidas), Fobos – o medo, Deimos – o terror e Harmonia – a deusa da concórdia. Eneias foi o único filho nascido de seu relacionamento com Anquises, que era um simples mortal. Com a queda de Tróia Eneias partiu com sua família carregando seu velho pai nos braços, que o orientou até chegar às novas terras.
O mito de Afrodite e seus filhos mostram as diversas faces do amor e da paixão humana. Ah… o amor. O que seria do ser humano sem amor. Quem nunca desejou amar e ser amado? Desde a nossa primeira respiração já estamos ansiando pelo amor e crescemos desejando ser amados, pela nossa família, por nossos amigos e colegas, principalmente por alguém em especial.
O amor tem diversas faces. Alguns querem amor, mas na verdade anseiam pelo sexo. Amor Eros: erótico, sensual, sexual. Outros querem amor, mas na verdade o que sentem é o medo da solidão. Há aqueles que pensam que amam sem perceber que se trata apenas de paixão. Amor dependente precisa apenas de estar junto de alguém. Amor ventania passa rápidinho. Amor conveniência só enxerga o amor com a razão. Amor cantado por Platão perdura apoiado apenas na ilusão. Ter uma companhia apenas para sair e divertir não é amor, é amizade.
Há amores que afirmam viver em harmonia, mas vivem apenas da monotonia de uma solidão a dois. Isso acontece quando desaparece a curiosidade e o prazer de conhecer cada vez melhor o outro e dar-se a conhecer cada vez mais. O amor é como fogueira, precisa ser alimentado para se manter aceso. Não deixar que as luzes da curiosidade e da inocência se apaguem.
É preciso encontrar algo novo a cada dia junto de quem se ama, realizar novas atividades e ter sempre algo novo a demonstrar como se estivesse em constante renovação. Certeza demais e excesso de estrutura apaga o amor. Incertezas demais e falta de estrutura também. Ideal é nunca se cansar de desvendar o universo do relacionamento do qual se pode usufruir de experiências construtivas.
Assim como os filhos de Afrodite, nem tudo no amor é perfeito. Cada pessoa tem a sua história de vida, suas ânsias e medos. Em alguns dias o amor pode ser lindo e romântico. Em outras ocasiões pode ser inundado pela paixão. Sexo bom é legal, mas nem sempre sexo quer dizer amor. Inimigo do amor é o medo, o terror das suspeitas e a rejeição do outro como ele é. O amor não sobrevive diante do egoísmo e da falsidade. Amor é também amizade, tolerância, carinho e compreensão.
Quem ama verdadeiramente não se perde no outro, não precisa do outro e nada busca em troca. Nada atrapalha, nada interfere, nada perturba um amor verdadeiro. É um amor que brilha, traz energia e transmite energia. Por ser valioso e raro necessita de cuidados em todos os momentos. São inúmeras as faces do amor; saber lidar com elas requer sabedoria. Saber falar e escutar. Saber perdoar e pedir perdão. O amor é falível, mas é preciso crescer e amadurecer através do amor, sem jamais perder a eterna inocência de simplesmente amar.
Publicado originalmente no blog Eventos de Mitologia Grega, de Lúcia de Belo Horizonte.
Agradecimentos ao Fabio Alves pelas correções.

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