MONSTROS DAS PROFUNDEZAS - Animais dos Abismos Oceânicos
Fonte: Mundo Tentacular
Muito longe das costas iluminadas pelo sol, abaixo das ondas incessantes e da superfície existe um mundo submerso. Trata-se de um lugar mais escuro que qualquer caverna, mais perigoso do que qualquer selva inóspita ou deserto causticante. Um lugar de abismos profundos e com diversidade topográfica incrível. Planícies que se estendem por milhares de quilômetros, cadeias montanhosas de origem vulcânica - algumas mais altas que o Monte Everest - canais submarinos tão vastos quanto o Grand Canyon, trincheiras com mais de seis mil pés de profundidade e correntes que fluem como verdadeiros turbilhões subaquáticos.
As pessoas cometem o erro de pensar que a vida marinha se limita a poucas centenas de metros abaixo da superfície e que abaixo dela, tudo o que existe, é um abismo estéril. Na verdade, mesmo nas maiores profundezas conhecidas, nas Fossas Marianas (com 11.034 metros de profundidade), existe vida. Enquanto o número, tamanho e diversidade de formas de vida encontrada nessas profundidades diminui, não existe na Terra um lugar totalmente destituído de vida.
Sondas e submarinos capazes de penetrar estes abismos marítimos, continuam descobrindo formas de vida incomuns que parecem saídas das próprias estórias ficção, escritas por H.P. Lovecraft habitando as profundezas.
Um dos casos mais conhecidos é o das Lulas Gigantes da espécie Architeuthis. Para muitos a existência desse animal não passava de um mito, o tipo de ser lendário que figurava como monstro marinho em muitas estórias de pescador. Esporadicamente espécimes apareciam despejados nas praias e atraíam a atenção de oceanógrafos. Em 2006 uma equipe japonesa registrou pela primeira vez imagens de uma lula gigante medindo 13 metros de comprimento a a rpoximadamente 2000 metros de profundidade.
Animais ainda mais bizarros vivem nesse lugar hostil que os biólogos marinhos chamam de Mar Profundo que se encontra entre 3000 e 8000 metros de profundidade.
Estes animais estão entre as formas de vida mais estranhas da Terra, sabe-se muito pouco ou quase nada sobre a maioria deles. Como habitam um lugar onde inexiste qualquer fonte luminosa, esses animais não podem confiar apenas na visão para localizar presas, parceiros ou evitar predadores. Muitos evoluíram para compensar o ambiente e passaram a produzir bio-luminosidade e desenvolveram olhos enormes adaptados à escuridão.
Um dos mais medonhos animais de que se tem notícia, o Peixe Demônio é um dos habitantes mais notáveis dos Mares Profundos. Ele chama a atenção pela sua forma bizarra e o corpo atrofiado coberto de verrugas que parece mais adequado a um anfíbio. Não bastasse esse formato, o Peixe Demônio possui olhos vítreos de enormes proporções e uma bocarra de onde brotam dezenas de dentes finos como agulhas tão grandes que impossibilitam o animal fechar a boca. O Peixe Demônio possui ainda uma espécie de antena bio-luminosa usada para atrair presas até sua voraz bocarra. Não por acaso, restos desse peixe quando chegavam às praias eram considerados sinais de azar e maus presságios. Ossadas de peixes demônio eram consideradas como restos de monstros marinhos humanóides.
Outro animal do Mar Profundo é a chamada Enguia de Bruun, assim batizada em homenagem ao seu descobridor, o oceanógrafo dinamarquês Anton Bruun que em 1930 capturou um espécime no Sul do Atlântico enquanto arrastava redes de ferro pelo solo oceânico. O animal em questão era um elver (uma larva de enguia) medindo 1,80 metros de comprimento, o que pelos cálculos de oceanógrafos corresponderia a um espécime adulto com 30 metros de comprimento. É possível que o avistamento de uma criatura dessa espécie tenha gerado estórias sobre as míticas serpentes marinhas gigantescas.
Enguias gigantes já foram encontradas, sobretudo no Mar do Norte, próximo às Ilhas Britânicas. O espécime na fotografia acima foi capturado em 1988 por um navio da Marinha Britânica e detém o recorde desta espécie medindo 7 metros da cabeça até a cauda.
Animais típicos de alta profundidade os isopodes são o terror de qualquer pessoa que tem fobia de insetos. Na verdade essas criaturas são primos distantes de crustáceos e camarões que guardam uma similaridade com os tatuís ou pulgas da água, pequenos animais bastante comuns nas praias banhadas pelo Oceano Atlântico (eu lembro de catar tatuís na praia no Rio anos atrás).
No entanto, ao contrário dos inocentes tatuís, os isopodes gigantes de mar profundo crescem até atingir proporções alarmantes. Espécimes recolhidos em redes chegavam a medir até 35 centímetros pesando pouco menos de 1 quilo. Em 2009, um submarino robô de alta profundidade retornou do fundo do mar trazendo como "carona" um exemplar de espécie desconhecida medindo 75 centímetros e mais de 1,7 quilos. É possível que existam espécimes ainda maiores em recessos profundos se alimentando exclusivamente da carcaça de peixes mortos.
Já os tubarões da espécie goblin habitam profundidades de 4000 metros e estão entre os tubarões mais raros do mundo. Encontrados nas águas do Pacífico na costa do Japão eles são animais grandes, podendo medir até 4 metros de comprimento que chamam a atenção pelo estranho formato de sua cabeça.
O Tubarão Goblin possui uma curiosa estrutura cartilaginosa sobre a boca que esconde inúmeras fileiras de dentes. Para caçar suas presas, a mandíbula do tubarão se desloca através dessa estrutura abrindo em um ângulo reto possibilitando um grande poder de mordedura. É o tipo de coisa que nós estamos acostumados a ver em filmes da série Alien.
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