A BRUXA DE ÉVORA
Crença que faz referência a cidade de Évora em Portugal, onde lá essa denominação se tornou sinônimo que indica “A BRUXA” ou “BRUXARIA” em muitas partes do mundo. Assim como seu pupilo, o famoso feiticeiro que se tornou santo (Cipriano de Antioquia) tudo nesta suposta lenda é controverso, pois não existe fato ou documento que comprove sua real existência.
O que de fato a tornou mais famosa, foi à passagem que indica ser a mestre de outro mago já mencionado, Cipriano de Antioquia, que viveu em meados do século III, na era cristã (anos 200), onde depois de uma vida dedicada à magia negra, se converteu ao cristianismo. Ele teria recebido da bruxa, exatamente na Mesopotâmia, na Babilônia (Atual Iraque), onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus, todo o conhecimento de magia branca e negra, sendo ele, outra importante figura que veremos em outra postagem.
Santander, autor do livro: O Livro da Bruxa ou Feiticeira de Évora, por ser um autor mais improvável que a própria lenda que a descreve, começa sua obra sem qualquer introdução, identificando o período de vida da personagem que dá nome ao livro com o tempo da dominação Sarracena na península Ibérica, ou seja entre o século VIII e começo do século XII.
Escreve Santander: No tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora... E ao longo do capítulo descreve o que seriam os últimos anos de vida da Bruxa, claramente qualificada como Moura, muçulmana. No relato, a feiticeira tem um filho adulto e mau. Chamado Candabul, desejou possuir uma jovem donzela cristã. A bruxa ajuda no rapto da moça, providencia a morte por enfeitiçamento de todos os pretendentes dela. Mas o malfeitor é preso e condenado à morte. Mais uma vez a bruxa interfere e se empenha em produzir mágicos meios de fuga para Candabul.
Caçada pelos agentes da Lei, depois de várias peripécias, ela acaba morrendo durante um acidente na realização de um de seus feitiços, que fazia em uma tentativa desesperada de escapar da Justiça. Quando chegaram os soldados, encontraram-na morta. Não foi sepultada. Como punição post-mortem, foi pendurada na porta da própria casa e ali ficou apodrecendo e sendo devorada pelos abutres e vermes. O cadáver, lentamente virando ossada, oscilando ao sabor das ventanias, era uma visão macabra que parecia vigiar o lugar e a bruxa morta passou a ser chamada de La Guardona [ou, as corruptelas, Lagarrona e Lagardona], algo como A Guardiã... da casa, de suas ruínas e arredores. O local, naturalmente, passou a ser temido e considerado como assombrado [Gran Libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero, 1985].
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