Consta que o Ser Supremo, chamado Eru Ilúvatar, vivia só nas Mansões Eternas de Eä, até que, de seu pensamento, ele criou os Ainur, que são sua companhia. Os Ainur cantavam sozinhos ou em pequenos grupos, pois de início só compreendiam a parte da mente de Eru da qual tinham sido criados. Mas eles passaram a se tornar mais harmoniosos, passaram a compreender os outros Ainur, e então Eru Ilúvatar reuniu todos eles diante de si e propôs um tema. Os Ainur deveriam ornamentar este tema, fazendo uma Música, a chamada Ainulindalë, a Música dos Ainur. Eles assim fizeram mas então um dos Ainur, o mais poderoso deles, chamado Melkor, provocou uma dissonância, almejando fazer uma música própria, mas sua música era repetitiva e cansativa, e alguns dos Ainur próximos a ele começaram a desviar-se do propósito inicial de Eru, e assim a dissonância foi se espalhando, até que Eru se levantou do trono, sorrindo, e ergueu a mão esquerda, sugerindo um novo tema.
Novamente Melkor entrou em dissonância com a Música, até que Eru ergueu a mão direita, com uma expressão severa e um terceiro tema surgiu, mas a música fútil de Melkor continuava e então Eru, com uma expressão terrível, ergueu as duas mãos e a Música cessou.
Eru então, para mostrar a Melkor que nenhuma música seria tocada sem ter nele próprio a fonte mais remota, desnudou diante dos Ainur a visão que, ornamentando os Temas de Eru, eles tinham tido ao cantarem. E eles viram, dentro do Vazio, um globo, a Terra, que surgira na Música, e ela era linda, e eles viram os esplendorosos Filhos de Eru. E Eru então fez com que toda a visão se tornasse realidade, dizendo "Eä! Que essas coisas Existam!".
Alguns dos Ainur que se enamoraram de Arda, a Terra, puderam descer para lá, pois a visão ainda não era plenamente concreta: seriam eles que teriam de trabalhar para que assim fosse. Desses espíritos que desceram à Terra, os mais poderosos foram chamados de Valar, e os menos poderosos, de Maiar.
Iniciou-se assim o Governo dos Valar na Terra. Melkor desceu junto, e secretamente cobiçava a Terra; e tudo que os outros Valar faziam, ele desfazia, e os outros se exauriam em reparar os danos. Esse foi o início da Terra e da História dos Valar como seus governantes.
Aparentemente Tolkien decidiu-se depois de pensar muito por dar uma língua falada aos Valar. De início, ele só os imaginava conferenciando pelo pensamento, mas por fim resolveu que eles falariam o Valarin, a língua dos Valar e dos Maiar. Essa língua era estranha a todos os outros povos de Arda, e usava palavras longas com uma grande diversidade de som. Tolkien não chegou a desenvolver este idioma tanto quanto os idiomas élficos.
Seguem os nomes dos Valar e das Valier, como os Elfos os chamavam em Quenya. Na Terra-média eles eram chamados por seu nome em Sindarin. Os Humanos referiam-se a eles como deuses, e tinham outros nomes para eles. Os Anões chamavam Aulë, o Vala que os criou, de Mahal.
VALAR
Em ordem de poder, são eles:
Manwë - Rei de Arda, Senhor dos Ares e das Aves
Ulmo - Senhor das Águas e dos Mares
Aulë - Governante de toda a terra, e dos materiais nela contida, criador dos Anões
Námo Mandos - Senhor dos Mortos, Juiz e Oráculo dos Valar
Oromë - Domador das Bestas e das Feras
Irmo Lórien - Senhor dos Sonhos e das Visões
Tulkas - Senhor da Força
VALIER
Em ordem de poder, são elas:
Varda - Rainha de Arda, Senhora da Luz e das Estrelas
Yavanna - Senhora e criadora de todas as Plantas e Animais
Nienna - Senhora do Luto e da Compaixão
Estë - Senhora da Cura e do Repouso
Vairë - Tecelã do Tempo
Nessa - Senhora das Danças
Vána - Senhora das Flores
ARATAR
Dentre os quatorze Valar, oito se destacam como os de maior prestígio e poder. São chamados Aratar, os Enaltecidos.
Manwë - Manwë Súlimo, ou simplesmente Manwë é um personagem fictício da obra O Silmarillion, do filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Era um Ainur e o mais poderoso entre os Valar, criado pela vontade de Eru Ilúvatar. Controlava os ventos e era esposo de Varda. Moravam em Taniquetil, a maior das montanhas da Terra, na grande torre de Oiolossë, acima das neves eternas, nome esse que é citado no poema Namárië.
Ele era o mais nobre e maior autoridade dos Valar, e apenas menos poderoso do que Melkor. Ele possuía um criado, um Maia, chamado Eönwë. “[...] Manwë tem a maior estima de Ilúvatar e compreende com mais clareza seus objetivos. Ele foi designado para ser, na plenitude do tempo, o primeiro de todos os Reis: senhor do reino de Arda e governante de todos os que o habitam. Em Arda, seu prazer está nos ventos e nas nuvens, e em todas as regiões do ar, das alturas às profundezas, dos limites mais remotos do Véu de Arda às brisas que sopram nos prados. Súlimo é seu sobrenome, Senhor do Alento de Arda. Ele ama todas as aves velozes, de asas fortes; e elas vão e vêm, atendendo às suas ordens.”
Ulmo - Ulmo é um personagem fictício da obra O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien. É um dos quatorze Valar, o mais poderoso depois de Manwë e Varda. Ele é um dos Ainur que participou da composição da "grande música" de Eru Ilúvatar, que permitiu a criação de Arda, onde tem lugar todas as aventuras do legendário de Tolkien.
Ele foi penetrado mais do que qualquer outro pela música de Eru Ilúvatar. Então ele virou-se para as "vozes do Mar", que ainda tem ecos da Grande Música.1 Era o segundo dos Aratar e tinha uma amizade muito estreita com Manwë. É também chamado de o Rei dos Mares.“Ulmo é o Senhor das Águas. Ele vive só. Não mora em lugar algum por muito tempo, mas se movimenta à vontade em todas as águas profundas da Terra ou debaixo dela. Seu poder só é inferior ao de Manwë; e, antes da criação de Valinor, era seu melhor amigo. [...] não gosta de caminhar sobre a terra e raramente se dispõe a se apresentar num corpo, como fazem seus pares. Quando os Filhos de Eru o avistavam, eram dominados por intenso pavor; pois a chegada do Rei dos Mares era terrível, como uma onda que se agiganta e avança sobre a terra, com elmo escuro e crista de espuma, e cota de malha cintilando do prateado a matizes do verde. As trompas de Manwë são estridentes, mas a voz de Ulmo é profunda, como as profundezas do oceano que só ele viu. [...] Ulmo ama elfos e homens e nunca os abandonou, [...] subindo por braços de mar para aí criar música com suas grandes trompas, as Ulumúri, que são feitas de concha branca pelo maia Salmar; e aqueles que a escutam, passam a ouvi-la para sempre em seu coração, e o anseio pelo mar nunca mais os abandona.”
Aulë - Aulë é um personagem fictício da obra O Silmarillion de J. R. R. Tolkien, é o quarto mais poderoso entre os Valar, sendo superado apenas por Melkor (Morgoth), Manwë e Ulmo. Além de ser Vala de terra, é o pai dos anões. Sua esposa é Yavanna Kementári.
Aulë possuía um criado Maia, o famoso Saruman, lá chamado de Curunír ou Curumo, e de início Sauron também era seu criado partindo depois para o lado de Melkor.
Ao impacientar-se com a demora da chegada dos Filhos de Eru (elfos e humanos), ele cria os Anões, e é severamente repreendido por Ilúvatar, mas ele os permite viver, contanto que despertassem após a chegada de seus próprios filhos. No entanto Aulë não tinha o poder de dar vida independente para as suas criações. Eles poderiam atuar apenas quando o seu pensamento estava sobre eles. “Aulë tem o poder pouco inferior ao de Ulmo. Governa todas as substâncias das quais Arda é feita. No início, trabalhou bastante na companhia de Manwë e Ulmo; e a criação de todas as terras foi sua tarefa. Ele é ferreiro e mestre de todos os ofícios; deleita-se com trabalhos que exigem perícia, por menores que sejam, e também com a poderosa construção do passado. [...] Os Noldor foram os que mais aprenderam com ele, e ele sempre foi seu amigo.”
Mandos - Mandos, na obra Tolkieniana, é um dos Valar, irmão de Irmo Lórien e de Nienna. Seu nome é Námo, "Juiz", e Mandos (derivado de mbandos, prisão) é na verdade o lugar onde estão suas moradas. Sua esposa é Vairë, a Tecelã. Jamais se esquece de nada e é capaz de dizer tudo o que ainda vai acontecer, desde que já esteja decidido por Ilúvatar. É conhecido por ser severo e um tanto sem compaixão, mas suas predições não são vingativas como as de Morgoth; são apenas a vontade de Eru, além de ele reconhecer Manwë como Rei de Arda e obedecê-lo. Diz-se que, na Ainulindalë, foi o que dirigiu seu pensamento para mais longe, e por isso é o Vala que mais conhece sobre os destinos de Arda. Além de exercer o papel de oráculo, ele é também responsável por acolher e julgar os espíritos dos elfos. Os espíritos humanos vão pra outro lugar que só Manwë, Námo e Eru sabem onde é. “Os fëanturi, senhores dos espíritos, são irmãos; e são geralmente chamados de Mandos e Lórien. Contudo, esses são de fato os nomes dos locais onde moram, sendo verdadeiros nomes Námo e Irmo. Námo, o mais velho, mora em Mandos, que fica a oeste, em Valinor. Ele é o guardião das Casas dos Mortos, e o que convoca os espíritos dos que foram assassinados. Nunca se esquece de nada; e conhece todas as coisas que estão por vir, à exceção daquelas que ainda se encontram no arbítrio de Ilúvatar. Ele é o Oráculo dos Valar; mas pronuncia seus presságios se suas sentenças apenas em obediência a Manwë.”
Oromë - Oromë é um personagem fictício da obra O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien. É um dos Ainur e um dos Aratar. Era um grande caçador, e também domava feras.1 Foi o primeiro a ver os elfos que despertavam às margens do Cuiviénen. Tinha uma trompa, chamada Valaróma e era casado com Vána. O nome do seu cavalo era Nahar. Também era chamado de Aldaron. Possuía dois criados da divisão dos Maiar, e esses dois eram Istari na Terra Média, onde eram conhecidos como Magos Azuis, Alatar e Pallando. “Oromë é um senhor poderoso. Embora seja menos forte do que Tulkas, é mais temível em sua ira [...] amava as terras da Terra-média e as deixou a contragosto, sendo o último a chegar a Valinor. Muitas vezes, no passado, atravessava as montanhas de volta para o leste e retornava com suas hostes para os montes e planícies. É caçador de monstros e feras cruéis e adora cavalos e cães de caça; ama todas as árvores [...] Nahar é o nome do seu cavalo [...] Valaróma é o nome da sua enorme trompa, cujo som se assemelha ao nascer do Sol escarlate, ou ao puro relâmpago que divide as nuvens.”
Varda - Nas obras do escritor J.R.R. Tolkien, Varda Elentári a Inflamadora, é o nome da esposa de Manwë, com quem viveu na Taniquetil. É a maior entre as Valië. Também chamada "a Exaltada", "a Altiva", ou "Senhora das Estrelas". Os outros nomes de Varda, enquanto criadora das estrelas, são Elbereth, Elentári e Tintallë (Tintallë pode ser traduzido como Inflamadora, ou Acendedora em Portugal.)
Yavanna - Yavanna Kementári é um personagem fictício da obra O Silmarillion de J. R. R. Tolkien. Yavanna Kementári, a Provedora de Frutos, é a Valië da terra e seu poder só é superado pelo de Varda Elentári. Criou todas as árvores e todos os animais. Suas mais belas obras foram as árvores que posteriormente dão origem ao Sol e à Lua. Destas árvores veio a luz das Silmarils. Em uma das línguas criadas por Tolkien, Kementári significa "Rainha da Terra"
Nienna - Nienna é uma Valië do universo de J. R. R. Tolkien. É a irmã de Mandos e Irmo. Seu nome significa "Aquela que chora". Vive no distante oeste de Arda, nas Terras Imortais e preocupa-se com o sofrimento do mundo. Ela é a única Valië que não é casada. Nienna chorou sobre o Monte de Ezellohar, aguando as Duas Árvores. Depois da destruição destas por Melkor, chorou sobre seus remanescentes, limpando a sujeira de Ungoliant, e ajudando a trazer à luz o fruto e a flor que se tornaram o Sol e a Lua. Gandalf provavelmente era seu pupilo. Seu nome provavelmente deriva das palavras em Quenya "nie" (lágrima) e "niena" (choro). “[...] Nienna, irmã dos fëanturi, que vive sozinha. Ela conhece a dor da perda e pranteia todos os ferimentos que Arda sofreu pelos estragos provocados por Melkor. Tão imensa era sua tristeza, à medida que a Música se desenvolvia, que seu canto se transformou em lamento bem antes do final [...] Não chora, porém, por si mesma; e quem escutar o que ela diz, aprende a compaixão e a paciência na esperança; sua morada fica em Aman, a oeste do Oeste, nos limites do mundo; e ela raramente vem à cidade de Valimar, onde tudo é alegria. Prefere visitar a morada de Mandos, que fica mais perto da sua; e todos os que esperam em Mandos clamam por ela, pois ela traz força ao espírito e transforma a tristeza em sabedoria.”
O CASO DE MELKOR
Melkor, posteriormente Morgoth, também chamado de Morgoth Bauglir, é um personagem fictício da Terra Média criada por J. R. R. Tolkien. Ele é o principal antagonista de O Silmarillion, figura em Os Filhos de Húrin, e é mencionado brevemente em O Senhor dos Anéis. Em Quenya seu nome significa "aquele que se ergue em poder".
Melkor era o mais poderoso dos Ainur, mas virou-se para a escuridão e se tornou Morgoth, o antagonista definitivo de Arda, de quem todo o mal no mundo da Terra Média, em última análise deriva. Sauron, um dos Maiar de Aulë, traiu sua espécie e se tornou tenente-general de Morgoth.
Morgoth foi o principal agente do mal em O Silmarillion, e sua influência permaneceu no mundo, mesmo depois que ele foi expulso do mundo para o vazio exterior. Seu exemplo forneceu posteriormente as idades um conto de advertência contra o orgulho, a ira, a inveja, o desejo de poder e ganância — e a destruição destas puniu a si mesmo e aos outros.
O nome de Morgoth é de origem sindarin (um dos idiomas inventados por Tolkien) e significa "Inimigo Negro do Mundo"; Bauglir também é sindarin, que significa "Tirano" ou "Opressor".1 "Morgoth Bauglir" é na verdade um epíteto: o seu nome em Ainulindalë (o mito da criação da Terra Média e primeira seção de O Silmarillion) é Melkor, que significa "Aquele que se levanta em Poder" em Quenya, outro dos idiomas de Tolkien.2 Isso também é um epíteto, pois ele, como todos os Ainur, tinha outro nome verdadeiro em Valarin (no legendário, a linguagem dos Ainur antes do início do tempo), mas este nome não foi gravado. O equivalente Sindarin de Melkor era Belegûr, mas nunca foi usado; em vez disso um nome deliberadamente semelhante Belegurth, que significa "Grande Morte", foi empregado.
Melkor não foi chamado de "Morgoth" até que ele destruiu as Duas Árvores, assassinar Finwë e roubou as Silmarils na Primeira Idade. O nome mais escuro foi então lhe dado por Fëanor, filho de Finwë; e os Elfos o chamaram, posteriormente, só por esse nome.
Como Sauron, ele teve uma série de outros títulos: Senhor das Trevas, o Poder Negro do Norte e Grande Inimigo. O Edain o chamou o Rei das Trevas e do Poder Escuro; númenorianos corrompidos por Sauron o chamaram de Senhor de Todos e de Doador da Liberdade.
Ainulindalë
Antes da criação de Arda (o Mundo), Melkor era o mais poderoso dos Ainur. Por causa de sua posição única, ele procurou criar vontades na forma de seu próprio Criador, então ele só se arriscaria por vezes, para o Vazio em busca da Chama Imperecível, o Fogo Secreto, que iria conceder-lhe essa capacidade. Mas ele nunca encontrou, como é com apenas Eru. Ele tinha procurado preencher o vazio com os seres sencientes e estava insatisfeito com o abandono dele por Eru. Em vez disso, no que ele esperava ser uma expressão de sua própria originalidade e criatividade, ele sustentou com Eru (Deus) na Música dos Ainur, introduzindo o que ele percebeu ser temas de sua autoria.
Ao contrário de seu companheiro Ainu Aulë, Melkor era orgulhoso demais para admitir que suas criações eram simplesmente as descobertas totalmente possíveis graças, e, portanto, "pertencem" a, Eru. Em vez disso, Melkor aspirava ao nível de seu pai, o verdadeiro Criador de todas as possibilidades.
Durante a Grande Música dos Ainur, Melkor tentou alterar a Música e introduziu o que ele acreditava ser elementos puramente de seu próprio projeto. Como parte desses esforços, ele atraiu muitos Ainur mais fracos de vontade com ele, a criação de um balcão para o tema principal de Eru. Ironicamente, essas tentativas não subverteram verdadeiramente a música, mas somente elaboraram intenções originais de Eru: a música de Eru assumiu profundidade e beleza, precisamente por causa das lutas e tristezas desarmonias de Melkor (e sua retificação) introduzidas.
Desde a Grande Música dos Ainur manteve-se como modelo para toda a história e toda a criação material no ciclo da Terra Média (foi cantada pela primeira vez antes do Tempo, e então o universo foi feito à sua imagem), houve um aspecto de que tudo na Terra Média veio da influência maligna de Melkor; tudo tinha sido "corrompido". Tolkien elaborou sobre isso no Anel de Morgoth, fazendo uma analogia entre o Um Anel, em que Sauron comprometeu muito de seu poder, e todos de Arda – "Anel de Morgoth" – que contém e estão corrompidos pelo resíduo do poder de Melkor até a recomposição do mundo.
Quenta Silmarillion
Após a criação, muitos Ainur entraram em Eä. Os mais poderosos deles foram chamados de Valar, ou Poderes do Mundo; os menores, que atuaram como seus seguidores e assistentes, foram os Maiar. Eles imediatamente ordenaram o universo e Arda dentro dele, de acordo com os temas de Eru como melhor que os entendia. Melkor e seus seguidores entraram bem em Eä, mas ele estava frustrado por seus colegas não irem reconhecê-lo como líder do novo reino, apesar de ele ter uma parcela maior de conhecimento e poder do que todo o resto. Na raiva e vergonha, Melkor começou a estragar e desfazer tudo o que os outros fizeram.
Cada um dos Valar foi atraído para um aspecto particular do mundo que se tornou o foco de seus poderes. Melkor foi atraído a extremos terríveis e violência - frio amargo, calor escaldante, terremotos, destruição, quebras, completa escuridão, luz ardente, etc. Seu poder era tão grande que a princípio os Valar foram incapazes de contê-lo; ele, sozinho, sustentou com a força coletiva de todos os Valar. Arda nunca pareceu alcançar uma forma estável até o Valar Tulkas entrar em Eä e desequilibrar a balança.
Expulsos por Tulkas, Melkor pairava na escuridão nos confins de Arda até um momento oportuno chegar quando Tulkas estava distraído. Melkor reentrou em Arda e atacou e destruiu as Duas Lâmpadas,5 que na época eram as únicas fontes de luz. Arda foi mergulhada na escuridão, e a ilha de Almaren, a primeira casa dos Valar na Terra, foi destruída na violência da queda das lâmpadas.
Após a queda das Lâmpadas, os Valar retiraram-se para a terra de Aman, no extremo oeste. O país onde se estabeleceram foi chamado Valinor, que foi altamente fortificada. Melkor realizou domínio sobre a Terra Média de sua fortaleza em Utumno no Norte. O primeiro reino de Melkor terminou após os elfos, o mais velho dos filhos de Ilúvatar, acordarem às margens do Cuiviénen, e os Valar resolverem resgatá-los de sua malícia. Os Valar travaram uma guerra devastadora contra Melkor, e destruirão Utumno. Ele foi amarrado com uma corrente especialmente forjado, Angainor, e levado para Valinor, onde ele foi preso nos Salões de Mandos por três eras.
Na narração publicada em O Silmarillion, Melkor havia capturado um número de elfos antes dos Valar atacarem, e ele os torturou e os corrompeu, criando os primeiros Orcs. Outras versões da história (escrito antes e depois do texto publicado) descrevem Orcs como corrupções dos homens, ou, alternativamente, como seres sem alma animados unicamente pela vontade de seu senhor do mal. Esta última versão ilustra a ideia de Morgoth dispersar-se no mundo que ele danificou.
Após a sua libertação, Melkor foi levado para Valinor, embora alguns dos Valar desconfiassem dele. Ele fez um pretexto de humildade e virtude, mas secretamente conspirou danos nos Elfos, cujo despertar ele culpou por sua derrota. Os Noldor, a maioria qualificada de três tribos de elfos que tinham vindo para Valinor, eram mais vulneráveis a suas tramas, já que ele tinha muito conhecimento de que eles eram avidamente procurados, e ao mesmo tempo instruindo-os também despertou inquietação e descontentamento entre eles. Quando os Valar se tornaram cientes disto mandaram Tulkas para prendê-lo, mas Melkor já tinha fugido. Com o auxílio de Ungoliant, um espírito escuro, sob a forma de uma aranha monstruosa, ele destruiu as Duas Árvores de Valinor, matou o Rei dos Noldor, Finwë, e roubou os três Silmarils, jóias feitas por seu filho Fëanor, que foram preenchidos com a luz das Árvores. Por isso Fëanor chamou-lhe de Morgoth, "O Inimigo Negro do Mundo", e os Eldar o conheceram por esse nome posteriormente. Morgoth retomou sua regra no norte da Terra-média, desta vez em Angband, a fortaleza menor do que Utumno, mas não tão completamente destruído. Ele reconstruiu, e levantou acima do pico triplo vulcânica de Thangorodrim. As Silmarils ele estabelecidos em uma coroa de ferro, que ele usava em todos os momentos. Fëanor ea maioria dos Noldor o perseguiu, ao longo do caminho matando seus parentes Teleri e incorrer na Maldição de Mandos.
Morgoth retomou seu governo no norte da Terra Média, desta vez em Angband, uma fortaleza menor do que Utumno, mas não completamente destruída. Ele a reconstruiu, e a levantou acima do pico triplo vulcânico de Thangorodrim. Ele colocou as Silmarils em uma coroa de ferro, que ele usava em todos os momentos. Fëanor e a maioria dos Noldor o perseguiu, ao longo do caminho matando seus parentes Teleri e incorrendo a Maldição de Mandos. Ao chegarem em Beleriand, a região da Terra Média mais próxima de Angband, os Noldor estabeleceram reinos e fizeram guerra contra Morgoth. Logo depois, o Sol e a Lua surgiu pela primeira vez, e os homens despertaram se eles não tivessem feito isso. As principais batalhas da guerra que se seguiram incluíam a Dagor-nuin-Giliath (Batalha sob as estrelas, travada antes do primeiro nascer da lua), Dagor Aglareb (Batalha Gloriosa), Dagor Bragollach (Batalha da Chama Súbita) em que o antigo cerco de Angband foi quebrado, e a batalha de Nirnaeth Arnoediad (Lágrimas Incontáveis) quando os exércitos dos Noldor e os homens aliados com eles foram derrotados e os homens do Oriente juntaram-se a Morgoth. Ao longo das próximas décadas, Morgoth destruiu os restantes reinos élficos, reduzindo o seu domínio para uma ilha na Baía de Balar a que muitos refugiados fugiram, e um pequeno povoado nas Bocas de Sirion ficaram sob a proteção de Ulmo.
Antes de Nirnaeth Arnoediad, o homem Beren e a alfa Lúthien, filha de Thingol, entraram em Angband e recuperaram uma silmaril da coroa de Morgoth. Ela foi herdada por sua neta Elwing, que se juntou aos que habitam nas Bocas de Sirion. Seu marido Eärendil, usando a silmaril em sua testa, navegou através do mar para Valinor, onde ele lutou com os Valar para libertar a Terra Média de Morgoth.
Durante a guerra seguinte de Wrath, Beleriand e grande parte do norte da Terra Média foi destruída e remodelada. No final, Morgoth foi totalmente derrotado, e seus exércitos foram quase totalmente abatidos. Os dragões foram quase todos destruídos, e Thangorodrim foi quebrada quando Eärendil matou o maior dos dragões, Ancalagon, o Negro, que caiu em cima dele quando ele caiu. Os poucos dragões restantes se espalharam, e um punhado de sobreviventes Balrogs esconderam-se nas profundezas da terra. Morgoth fugiu para o poço mais profundo e implorou por perdão, mas seus pés foram-lhe cortados, sua coroa foi transformada em uma coleira, e ele estava acorrentado, mais uma vez com Angainor. Os Valar exilaram-no permanentemente do mundo, o empurrando pela Porta da Noite para o vazio, o excluindo Arda até o profetizado Dagor Dagorath, quando ele iria encontrar sua destruição final. Seu mal permaneceu, no entanto, como "Arda Desfigurada", e sua vontade influenciou todas as criaturas vivas.
Os Filhos de Húrin
Este livro é uma versão mais completa de uma história resumida no Quenta Silmarillion. Húrin e seu irmão mais novo Huor foram os líderes da Casa de Hador, uma das três irmãs de amigos dos elfos. Em Nirnaeth Arnoediad eles cobriram a fuga de Turgon de Gondolin, sacrificando o seu exército e a si mesmos. Huor foi morto, mas Húrin foi levado perante Morgoth vivo. Como vingança por sua ajuda para Turgon e seu desafio, Morgoth amaldiçoou Húrin e seus filhos, o prendeu em um lugar acima de Thangorodrim e o forçou a testemunhar tudo o que aconteceria (usando a longa visão do próprio Morgoth) com seus filhos nos anos seguintes. Há poucas informações adicionais sobre Morgoth neste livro, exceto no encontro com Húrin, que é definido de forma mais detalhada do que em O Silmarillion e em uma narrativa mais conectada do que em Contos Inacabados. Ele dá a primeira alusão à corrupção de homens por Morgoth logo após o despertar, e a afirmação pelo próprio de que seu poder sobre toda a Terra através da "sombra de meu propósito".
O Culto de Melkor
Após sua derrota, seu tenente Sauron gradualmente reuniu muitos dos servos de Morgoth para sua própria causa, e durante a Segunda Era estabeleceu-se na terra de Mordor. Sauron não tinha a força bruta e malícia de seu mestre, mas ele era muito mais esperto, e seduziu muitos a sua fidelidade com mentiras e falsas promessas. Na Segunda Era, Sauron usou repetidamente sua fama entre os Homens como outrora tenente de Morgoth se retratar como representante dele e, assim, ganhar a lealdade de adoradores de seu antigo mestre. Da mesma forma, em Númenor após sua captura, Sauron tornou-se muito poderoso seduzindo Ar-Pharazôn à adoração de Melkor, o estabelecimento de um culto em que era natural que, como principal ex-discípulo, ele se tornou sumo sacerdote. Esse culto explorou o medo númenoriano da morte, alegando que o sacrifício humano a Melkor concederia os Homens de Númenor imortalidade. Na realidade, no afastamento de Eru e os Valar eles só diminuíram mais rapidamente. Sauron usou esta religião entre os seus meios de incentivar a invasão de Valinor, o que resultou na destruição de Númenor por Eru. Na Terceira Era, Sauron veio mais vezes a propor a si mesmo, ao invés de seu mestre, como objeto de culto a seus servos e súditos, mas no seu orgulho também retratou-se como Morgoth retornado quando era mais conveniente para ele fazê-lo.
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