sábado, 5 de abril de 2014

Mitologia Grega: Meleagro

MELÊAGRO

Melêagro ( μέλεος, que segnifica: “desafortunado”). Filho de Oineu, rei dos etólios de Calidon, ou de Ares e de Altaia (vv.). Por ocasião do nascimento de Melêagro as Moiras (v.) surgiram à Altaia, sua mãe, e lhe revelaram que a sorte do recém-nascido estava ligada à de um pedaço de madeira que ardia na lareira na hora do nascimento: Melêagro morreria no dia em que
o pedaço de madeira se consumisse em brasas. Altaia correu para a lareira, apanhou o tição e, depois de apagá-lo, guardou-o num cofre cuidadosamente oculto.
Chegando à idade adulta Melêagro tomou a decisão de livrar sua terra natal do javali descomunal mandado por Ártemis para devastá-la. Com esse objetivo ele reuniu em Calidon um grupo de heróis, dos quais participaram os gregos mais famosos da época: Ádmeto da Tessália, Anceu e Cefeu, filhos de Licurgo, da Arcádia; Anfiarau, filho de Oiclés, de Argos; Atalante, uma caçadora filha de Coineu, da Arcádia; Cástor e Pólux (os Diôscuros), de Esparta; Drias (filho de Ares), Idas e Linceu, vindos de Messene; Êuipo, Eurípilo, Íficlo e Plêxipo, filhos de Téstio e tios de Melêagro, de Calidon; Euritíon, filho de Áctor, da Ftia; Jáson, filho de Áison, de Iolco; Ificlés, irmão gêmeo de Heraclés, de Tebas; Pirítoo, filho de Ixíon, vindo de Lárissa; Peleu e Telamon, filhos de Éaco, da Ftia; e Teseu, filho de Egeu, de Atenas.
No início da caçada Peleu matou acidentalmente Euritíon com sua lança. O primeiro golpe no javali foi desferido pela caçadora Atalante, que o atingiu com uma flecha, e em seguida Anfiarau acertou outra flecha num de seus olhos.
Melêagro acabou de matá-lo com um cutelo, fazendo jus aos despojos da fera. Ele os ofereceu a Atalante, porém os filhos de Téstio rebelaram-se contra a sua decisão, pois sendo tios de Melêagro eram os seus parentes mais próximos entre os caçadores. Num acesso de cólera Melêagro matou os seus tios, assegurando a Atalante a posse dos despojos.
Indignada com o assassínio de seus irmãos, Altaia, mãe de Melêagro, lançou no fogo o tição ao qual estava ligada a vida de seu filho, e Melêagro morreu. Logo após Altaia arrependeu-se e enforcou-se, sendo seguida em seu gesto por Cleópatra, mulher de Melêagro.
Em outra versão da lenda, onde a guerra subseqüente à caçada se destaca mais que a própria caçada, Anteu, pai de Melêagro, em seguida a uma colheita abundante ofereceu um sacrifício a todos os deuses e deusas, entretanto, esqueceu Ártemis (v.). Ressentida, a deusa mandou contra a região de Calidon um javali enorme, que passou a devastar os campos; Melêagro organizou a caçada ao monstro e o matou. Ártemis, Não obstante, ainda dominada pelo rancor, provocou uma guerra entre os curetes e os etólios participantes da caçada, uns e outros considerando-se com direito exclusivo à pele e à cabeça do javali. O comandante dos etólios era Melêagro, e enquanto ele permaneceu nesse posto seus compatriotas levaram vantagem; durante um combate, todavia, Melêagro matou involuntariamente seus tios maternos, e sua mãe o amaldiçoou, invocando veementemente a cólera dos deuses infernais contra o filho. Receando as conseqüências da maldição materna, Melêagro afastou-se do campo de batalha e a sorte da guerra mudou. Os curetes forçaram os etólios a recuar até o interior das muralhas de Calidon e sitiaram a cidade. Melêagro manteve-se inabalável em sua decisão de permanecer afastado da luta, apesar das súplicas dos anciãos e dos sacerdotes, e das lágrimas de seu pai, de sua mãe, de seus irmãos e dos amigos. Quando os atacantes começaram a incendiar a cidade e já iniciavam o saque, Cleópatra, filha de Idas e de Marpessa, e mulher de Melêagro, procurou o marido e o alertou para a desgraça dos habitantes se a vitória coubesse aos curetes. Persuadido pelas palavras patéticas de Cleópatra o herói cedeu e voltou a vestir a armadura. O retorno de seu comandante reanimou os etólios, que dentro de pouco tempo derrotaram os atacantes em meio a combates terríveis, num dos quais Melêagro teria morrido.

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