A Torre de Babel é um dos contos mais intrigantes da história da humanidade, supostamente construída pelos homens que queriam fazer da torre tão alta para alcançar os Deuses. Entretanto os Deuses não gostaram da soberba dos homens e derrubaram a mesma. Além dessa explicação mítica, o conto serviria para esclarecer a razão de existir tantas línguas no mundo. Os indicativos da Torre de Babel começam na bíblia, especialmente no Antigo Testamento, livro do Gêneses. De acordo com este, a torre teria sido construída pelos descendentes de Noé na época em que o mundo inteiro falava apenas uma língua. Supostamente, a localização da Torre de Babel seria entre os rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia. A soberba dos homens em se empenharem na empreitada de alcançar o mundo dos deuses teria causado a fúria de Deus, que, em forma de castigo, teria causado uma grande ventania para derrubar a torre e espalhado as pessoas sobre a Terra com idiomas diferentes, para confundi-las. Por esse motivo, o mito é entendido hoje como uma tentativa dos antepassados de se explicar a existência de tantas línguas no mundo.
No entanto, há vários estudos que tentam provar de alguma forma a existência de tal torre.
O mito provavelmente é inspirado na torre do templo de Marduk, que em hebraico é Babel e significa “porta de Deus”. No sul da Mesopotâmia há realmente restos de torres que fazem alusão à Torre de Babel da bíblia. Babel era a capital do Império Babilônico, foi muito rica e poderosa, pois representava um centro político, militar, cultural e econômico do mundo antigo, recebendo imigrantes de todas as partes. Grande parte dos arqueólogos faz a conexão da Torre de Babel com a queda do templo-torre de Etemananki, na Babilônia, que mais tarde seria reconstruído por Nabopolosar e Nabucodonosor II. Esta seria uma construção piramidal escalonada que integraria a construção de grandes torres-templo na Suméria, chamadas de zigurates. Os zigurates representam as maiores construções religiosas construídas, funcionavam como portões para a vinda de deuses à Terra. Essa crença esteve presente em muitas civilizações desde os primórdios da história. Por haver tantas construções que seguiam a crença de chegar aos Deuses, há a hipótese hoje de que a Torre de Babel poderia ter sido construída em Eridu, pois neste local o monarca da Terceira Dinastia de Ur, Amar-Sim, entre os anos de 2046 e 2037 a. C., tentou construir também um zigurate que nunca chegou ao fim. Seguindo essa teoria, a história que teria se encarregado de mudar o local da construção tempos mais tarde para a região da Babilônia. Na bíblia nada é dito sobre Deus ter destruído a torre com um grande vento, tal idéia é proveniente de relatos no Livro dos Jubileus, em Cornelius Alezandre, Abydenus, Flávio Josefo e Oráculos Silibinos. Também não consta no Gênesis referência sobre a altura e a largura da torre, mais uma vez são fontes extra-canônicas que induzem sobre o assunto. A altura continua como objeto de especulação pelos pesquisadores, as idéias partem dos registros de que Nabucodonosor mandou construir um zigurate em 560 a.C. com 2089 metros de altura e 100 de largura, o que atesta o interesse dos antigos por grandes construções. As duas fontes extra-canônicas, o Livro dos Jubileus e o Terceiro Apocalipse de Baruch, mencionam valores supostos para a altura da Torre de Babel. O Livro dos Jubileus diz que a torre teria 5433 cúbitos e 2 palmos, o que seria equivalente a 2484 metros de altura, quatro vezes mais alta do que as construções mais altas do mundo hoje. O valor é realmente muito impressionante e não ganha muito prestígio científico, pois os estudiosos dizem que os antigos não teriam condições de desenvolver construções com aproximadamente 2,5 quilômetros de altura. Por outro lado, o Terceiro Apocalipse de Baruch é mais realista, dizendo que a construção teria 463 cúbitos, equivalente a 212 metros. Mesmo o valor estando bem abaixo do sugerido no Livro dos Jubileus, já seria uma torre mais alta que qualquer construção à época, só superada pela Torre Eiffel em 1889. Algo tão alto já repercutiria o suficiente para ser relatado na bíblia e em outros textos.
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